sábado, 29 de maio de 2010

A Literatura de Cordel vista através da filatelia brasileira.

Introdução.
   
     De origem portuguesa, a Literatura de Cordel iniciou com os romancistas luso-holandeses da Idade Contemporânea e Renascentista.
     A princípio, este tipo de poesia popular, impressa em folhetos rústicos ou em qualquer outro papel, expostos à venda pendurados em cordas ou barbantes, o qual deu origem ao nome, continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536). Mas, ao longo do tempo, foi se transformando em uma arte instintiva de extrair do cotidiano as fontes vitais para a elaboração dos textos.
     Trazido pelos portugueses para o Brasil durante o período colonial, a partir da segunda metade do século XIX, originalmente oral, os Cordéis passaram a ser impressos em folhetos com características próprias das múltiplas manifestações de criatividade e humor. A rigor, unicamente sertanejo e tropical, mesmo não reconhecido na época pela a Academia de Letras, o Cordel se consagrou como sinónimo puro desta manifestação acentuada, efectiva e viva. Revelando entre outros aspectos, a vida do sertanejo e se espalhou pelo Nordeste, sobretudo, nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, onde eram vendidos em mercados ou feiras livres pelos próprios autores. Actualmente, também podem ser encontrados no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, os quais mantém o nome original, mas a tradição dos barbantes ou cordas não se propagou, podendo serem expostos ou não para a venda nestes barbantes ou cordas (Figuras 1 e 2). A pesar da invasão cultural Norte-americana, o Cordel sobreviveu e ganhou mais fôlego com a Internet, mesmo que este processo de divulgação, em si, negue o seu sentido original.

 
(Figura 01).
           
 
(Figura 02).
                                                        
       
     Sem limite de criação, onde qualquer assunto pode se tornar uma fonte acessível nas mãos de um competente poeta, os poemas são escritos em rimas, alguns ilustrados com xilogravuras (Figuras 03 e 04), impressos com características próprias, ilustrando geralmente episódios do cotidiano, históricos, lendas populares ou temas religiosos.

(Figura 03).

     A rigor, as estrofes mais comuns, são as de seis, oito ou dez versos, criados pelos cordelistas que de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, são lidos ou declamados pelos próprios autores em locais públicos com grande animação com o objectivo de atraírem compradores (Figura 05).

Ilustração em estilo da xilogravura utilizada nos cordéis.
(Figura 04).


Selo da série - Folclore Brasileiro. 
Categoria: Comemorativo.
Tema: Instrumentos musicais.
Data de emissão: 22/08/1978.
Valor facial: CR$: 1,80.
Picote: 11 1/2.
Tiragem: 4000000.
Papel: Guache, gomado, fosforescente.
Impressão: Offset.
Catálogo: RHM: 046.
Novo.

(Figura 05).
    
     Entre os principais cordelistas do passado, podemos destacar: Leandro Gomes de Barros (1865-1918) e João Martins de Athayde (1880-1959).
     Em 1974 os Correios brasileiro emitiu uma série com quatro selos comemorativos alusivos a Cultura Popular onde um dos selos aborda a Literatura de Cordel e em 1986 um belo bloco comemorativo (Figuras  06 e 07).

Máximo Postal com Carimbo comemorativo e de primeiro dia alusivos.
Selo da série - Cultura Popular.
Categoria: Comemorativo.
Tema: Literatura.
Data de emissão: 16/10/1974.
Valor facial: CR$: 0.50
Picote: 11 1/2 X 11. 
Tiragem: 1500000.
Papel: Guache, gomado, fosforescente.
Impressão: Offset.
Catálogo: RHM: 661
Novo.

(Figura 06).

LUBRAPEX 96 - 11ª Exposição Filatélica Luso - Brasileira.
Categoria: Bloco.
Tiragem: 250000.
Impressão: Offset.
Papel: Guache, gomado, fosforescente.
Data de emissão: 21/11/1986.
Catálogo: RHM: B- 073.
Novo.

(Figura 07).

 
     Dois máximos novos. Pavão Misterioso e Imperatriz Porcina contendo os selos do bloco e CBC do Rio de Janeiro.




Principais características da Literatura de Cordel:

- A poética utilizada pelos autores e o baixo custo dos folhetos, por excelência conquistam os compradores;
- As xilogravuras impressas representam uma importante herança do imaginário popular;
- Por serem uma fonte de divulgação das tradições dos locais dos seus autores, a Literatura de Cordel é de grande apreço para a manutenção das tradições literárias regionais e em muito contribui para a continuação viva do folclore brasileiro;
- Por incentivar o habito de leitura, a Literatura de Cordel possui um papel importante contra o analfabetismo ainda muito presente no interior do Nordeste e em outras regiões do Brasil;
- Por normalmente os textos abordarem uma crítica social e política, elevam a Literatura de Cordel a uma posição de obra didáctica e educativa.


Exemplo de uma obra de autoria de Zé da Luz:

E nesta constante lida
Na luta de vida e morte
O sertão é a própria vida
Do sertanejo do Norte

Três muié, três irimã
Três cachorra da molesta
Eu vi dia de festa
No lugar Puxinanâ.

Estilos poético.

     1) Quadra: Caracterizada por estrofes de quatro versos e usada com sete sílabas. Obrigatoriamente precisa conter rima em duas linhas, entretanto, o estilo pode variar entre os autores, uns usam a rima da segunda estrofe com a quarta, outros em ambas, podendo ser a primeira com a terceira e a segunda com a quarta ou a primeira com a quarta e a segunda com a terceira.
     A quadra hoje não são mais utilizadas pelos cordelistas. Entretanto, podemos vê-la em outros estilos de poesia sertaneja, como a matuta, a caipira e embolada, entre outros estilos.
     2) Sextilha: Mais popular estrofe ou estância de seis versos e sete silabas, com o segundo, o quarto e sexto rimados; versos de seis pés, colcheia, repente. É um estilo poético normalmente utilizados nas cantorias, onde os cantadores se referem a qualquer tema em ritmo de Baião. Exemplo:

Quem inventou esse “S”
Com que se escreve saudade
Foi o mesmo que inventou
O “F” da falsidade
E o mesmo que fez o “I”
Da minha infelicidade.

     3) Septilha: Rara estrofe contendo sete versos; Setena (de sete em sete). Estilo poético muito utilizado pelo poeta Zé Limeira, conhecido como o poeta do absurdo.

Eu me chamo Zé Limeira
Da Paraíba falada
Cantando nas escrituras
Saudando o pai da cooiada
Alua branca alumia
Jesus, José e Maria
Três anjos na farinhada

Napoleão era um
Bom capitão de navio
Sofria de tosse braba
No tempo que era sadio,
Foi poeta e demagogo
Numa coivara de fogo
Morreu tremendo de frio.

    4) Oitava: Como o próprio nome faz menção, a poesia é composta de oito versos, ou de duas quadras, com sete sílabas em que o grupo grupo de versos possui sentido completo. A rima difere dos outros estilos. Os autores aplicam expressões rimando a primeira linha com a segunda e a terceira, a quarta com a quinta e a oitava e a sexta com a sétima. Todas finalizadas com o verso: Nos oito pés em quadrão. Como exemplo, vejamos uma cantoria entre José Gonçalves e Zé Limeira:


Gonçalves:

Eu canto com Zé Limeira
Rei dos cates do Teixeira
Nesta noite prazenteira
Da lua sob o clarão
Sentindo no coração
A alegria é deste canto*
Por isso é que eu canto tanto*
NOS OITO PÉS A QUADRÃO


Limeira:

Eu sou Zé Limeira e tanto
Cantando por todo canto
Frei Damião já é santo
Dizendo a santa missão
Espinhaço e gangão
Batata de fim de rama*
Remédio de velho é cama*
NOS OITO PÉS A QUADRÃO.

      1) Quadrão: Oitava na poesia popular, cantada, na qual os três primeiros versos rimam entre si, o quarto, com o oitavo, e o quinto, o sexto e o sétimo também rimam entre si.
      2) Décima: Composta por dez versos, com dez ou sete sílabas em que as rimas são habitualmente apresentada principalmente na glosa dos motes, conquanto se use na mesma condição nas discussão e , com menor frequência, na parte principal dos romances.
      Normalmente nas pelejas é dado um mote para que os violeiros se desdobrem sobre o mesmo. Como exemplo, vejamos versos de uma cantoria entre José Alves Sobrinho e Zé Limeira:

                VOCÊ HOJE ME PAGA O QUE TEM FEITO
Mote:
                COM OS POETAS MAIS FRACOS DO QUE EU.


Sobrinho:

Vou lhe avisar agora Zé Limeira
Dizem que quem avisa amigo é
Vou lhe amarrar agora a mão e o
E lhe atirar naquela capoeira
Pra você não dizer tanta besteira
Nesta noite em que Deus nos acolheu
Você hoje se esquece que nasceu
E se lembra que eu sou bom e perfeito
Você hoje me paga o que tem feito
Com os poetas mais fracos do que eu.


Limeira:

Mais de trinta da sua qualistria
Não me faz eu correr nem ter sobrosso
Eu agarro a tacada no pescoço
E carrego pra minha freguesia
Viva João, viva Zé, viva Maria
Viva a lua que o rato não lambeu
Viva o rato que a lua não roeu
Limeira só canta desse jeito
Você hoje me paga o que tem feito
Com os poetas mais fracos do que eu.


GALOPE À BEIRA-MAR.

     Composto por 10 versos hendecassílabos (que possui 11 sílabas). segue o mesmo esquema da décima clássica, e termina com o verso “cantando galope na beira do mar” ou com a variação dele, mas sempre terminado com a palavra “mar”. Porém, às vezes, o segundo, o quinto e o sexto versos da estrofe pode ser heptassílabos, e o refrão “meu galope à beira-mar é utilizado. Este género de cantoria nordestina, é o mais difícil. Obrigatoriamente, as segunda, quinta, oitava e décima sílabas devem ser tónicas. Vejamos exemplo:


Sobrinho:

Provo que eu sou navegador romântico
Deixando o sertão para ir ao mirífico
Mar que tanto adoro e que é o Pacífico
Entrando depois pelas águas do Atlântico
E nesse passeio de rumo oceânico
Eu quero nos mares viver e sonhar
Bonitas sereias desejo pescar,Trazê-las na mão pra Raimundo Rolim
Pra mim e pra ele, pra ele e pra mim
Cantando galope na beira do mar.


Limeira:

Eu sou Zé Limeira, caboclo do mato
Capando carneiro no cerco do bode
Não gosto de feme que vai no pagode
O gato fareja no rastro do rato
Carcaça de besta, suvaco de pato
Jumento, raposa, canção e preá
Sertão, Pernambuco, Sergipe e Pará
Pará, Pernambuco, Sergipe e Sertão
Dom Pedro Segundo de sela e gibão
Cantando galope na beira do mar.


Gabinete:

Martelos mais empregados:

     1) Agalopado: Estrofe composta de decassílabos, frequentemente muito usada nos versos em que o autor narra actos de heroísmo ou satíricos em seus desafios.
     2) Martelo agalopado: Estrofe contendo dez versos decassílabos, em que a cantiga de melodia simples e monótona, é composta por texto sentimental, brejeiro ou violento.
    3) Martelo de seis pés, galope: Estrofe de seis versos decassilábicos. Também se diz somente agalopado.



Redondilha:

     No passado era composta por quadra de versos contendo sete sílabas, na qual o autor rimava a primeira linha com a quarta e a segunda com a terceira. Actualmente, é composta de cinco ou sete sílabas, igualmente redondilha menor e redondilha maior.


Carretilha:

     Literatura popular brasileira. Décima de redondilhas menores (versos contendo cinco ou sete sílabas) com a mesma rima da décima clássica; miudinha, parcela, parcela-de-dez.

Métrica:
    
     Consiste na arte que adestra os elementos necessários que compõem o texto com versos medidos. É um sistema em que consiste de verificação particular a um autor. Ou seja, contagem das sílabas de um verso.
     1) Versos: É a linguagem medida com repetição dum som na terminação de duas ou mais palavras. Para medir, o autor junta as palavras em número prefixado de pés.
     2) Pés: Denomina-se pé uma sílaba métrica. O verso pode conter duas a doze sílabas. Mas, o mais comum são os de seis, sete, oito, dez e doze pés. Como o de sete pés é o mais usado, vamos iniciar nele a contagem métrica tendo como exemplo o famoso poema “Canção do exilio” de autoria de Gonçalves Dias (Figura 08 e 09).

 Minha terra tem palmeiras
 Onde canta o sabiá
 As aves que aqui gorjeiam
 Não gorjeiam como lá.

Contagem:

Mi / nha / ter / ra / tem / pal / mei /

     Devido o verso terminar no último acento tónico, não se conta a sílaba final “ras”.
     1) Grave: Denomina-se de grave, o verso que sobra uma sílaba final.
     2) Esdrúxulo: Denomina-se de esdrúxulo, o verso que sobra duas sílabas finais.
     3) Agudo: Denomina-se agudo, o verso terminado por palavra oxítona, como o segundo e o quarto do exemplo. Vejamos:


On / de / can / ta o / sa / bi / á /

     O verso “ta o” é lido como t'o formando assim um pé, pela figura sinalefa (fusão). Sabiá, actualmente se conta o dissílabo, pois biá, em duas silabas, forma um hiato, normalmente evitado, quer seja interverbal ou intraverbal. Todavia, há vários autores, tanto do passado como da actualidade, que por serem pouco escrupuloso aceitam com frequência os hiato em suas composições.
     1) Sinalefa: Denomina-se de Sinalefa, a figura pela qual se reúnem duas sílabas em um só, quer seja por meio de elisão, crase ou sinérese.
     2) Sinérese: É a contracção sem alteração de letras ou sons de duas sílabas em uma só, como exemplo:

reu-nir, pie-da-de, em vez de re-u-nir, pi-e-da-de.

As / aves / que a / qui / gor / jei /
Não / gor / jei / am / co / mo / lá /

     No caso o verso utilizado pelo o autor é heptassílabo, pois contém sete sílabas. Se por ventura colocar-mos uma sílaba a mais ou a menos em qualquer dos versos, a rima ficará dissonante e perderá a sua beleza e a sua harmonia.

(Figura 08).


     Raro FDC. RHM: 028. 1973. Envelope de primeiro dia alusivo ao 150 Anos de Nascimento do Poeta Gonçalves Dias com carimbo de 1º dia e CBC da Cidade de São Luiz - Maranhão sobre o selo RHM: 076. 

   (Figura 09).

     Não posso me impedir de afirmar que quando a palavra seguinte é iniciada por uma vogal, conforme for o caso, pode haver a junção da sílaba da primeira com a segunda, muito comum na língua francesa. Para se verificar a quantidade de sílabas, podemos contar nos dedos. Vejamos o exemplo em um trecho de outra poesia muito conhecida de António Gonçalves da Silva (Patativa do Assaré). (Figura 10 e 11).

Nes / ta / noi / te / pas / sa / gei / ra
   1      2     3    4      5      6     7
Há / coi / sa / que / mui / to / pas / ma
  1      2    3      4        5     6      7

Um mote:
Vou / fa / zer / se/ re / na / ta / na / cal / ça / da
  1      2     3     4    5    6     7     8     9    10



Carimbos comemorativos.
Figuras 10 e 11.
                   

      1) Rima: Compor ou escrever versos com repetição dum som na terminação de duas ou mais palavras.
      2) Rimas consoantes: Entendemos por rimas consoantes, as que se conformam inteiramente no som desde a vogal ou ditongo do acento tónico até a última letra ou fonema. Como exemplo:

Fecundo e mundo;
Amigo é contigo;
Doce e fosse;
Pálido e válido;
Moita e afoita.

     3) Rimas toantes: Entendemos por rimas toantes, as que só há identidade se sons nas vogais, a começar das vogais ou ditongos que levam a acento nico, ou, alguma vezes, somente nas vogais ou nos ditongos da sílaba tónica. Como exemplo:

Veludo;
Colida;
lágrima.


“Sem propósito de sonho / nem de alvoradas seguintes, / esqueceu teus olhos tontos; e teu coração tão triste”. Cecília Meireles, Obra Poética, página 516. (Figura 12).



Literatura brasileira. Centenário de Nascimento de Cecília Meireles.
Categoria: Comemorativo.
Artista: Valeria Faria.
Valor facial: R$: 0,55 cada selo.
Papel: Guache, gomado.
Impressão: Offset.
Tiragem: 2.000.000.
Data de lançamento: 07/11/2001.
Picote: 11 X 11 1/2.

(Figura 12).

Nota:

     Na Literatura de Cordel nordestina, normalmente os autores utilizam a rima consoantes. Se um folheto não contiver rimas toantes, quem a conhece, pensará que o autor do folheto desconhece a existência destas regras. Um cordel escrito assim, pode até mesmo vir a ser um bom poema, entretanto, não se pode classificá-lo como sendo um autêntico cordel.



Bibliografia:


- Catálogo RHM.
- Dicionário Aurélio;
- Wikipédia, a enciclopédia livre;


Referências:



Elaborado em 27 de Maio de 2010.



























quarta-feira, 26 de maio de 2010

De boca aberta.

Introdução.

     Ao pensar-mos em crocodilos e jacarés, nos vem à mente as imagens de animais ferozes, de boca aberta indo em direção de uma presa com o objetivo de desferir a mordida fatal ou tão simplesmente às margens dos rios, lagos ou alagados se esquentando ao sol. Mas há outra imagem desses animais de aparência pré-histórica. Não raro, podemos visualizar algumas espécies de aves pousadas sobre esses eles calmamente desfrutando juntos a paisagem sem manifestarem o menor temor.

     2002. Argentina - Fauna - jacaré. Yvert: 2331. Selo retirado do bloco contendo quatro selos de répteis.

     1975. Brasil. Preservação da Fauna e da Flora - Jacaré do Pantanal - Caiman Jacaré. Mato Grosso. RHM: 894. Mint.


Classificação.
 
     Os crocodilos são normalmente encontrados na Ásia, África e Austrália, e os jacarés na América do Norte e do Sul. A forma mais fácil de distingui-los, consiste em observar o formato de suas cabeças. As do crocodilos são mais largas e achatadas, as dos jacarés são curtas e arredondadas. Além disso, os crocodilos deixam os dentes amostra quando estão com a boca fechada.


          Jacarés:

          - Reino: Animalia;
          - Filo: Chordata;
          - Classe: Reptilia;
          - Ordem: Crocodylia ;
          - Família: Alligatoridae;
          - Gênero: Alligator, Caiman, Melanosuchus, Paleosuchus.


          Crocodilos:

          - Reino: Animalia;
          - Filo: Chordata
          - Classe: Reptilia
          - Gênero: Crocodilus, Osteolaemus e Tomistoma,
          - Ordem: Crocodilianos (Crocodilia).
    

Temperatura.

     Os répteis, assim como os anfíbios e os peixes, são seres ectotérmicos, estão subordinados a temperatura do ambiente para regularem as suas.
     Por desprenderem pouca energia ao manterem a temperatura do corpo, eles precisam de pouca alimentação do que as aves e os mamíferos.
     Para manterem a temperatura adequada, eles esforçam em encontrarem a melhor posição ao sol, buscando rochas aquecidas ou agitando o corpo.
     Se a temperatura ambiente estiver muito fria, algumas espécies de cobras e lagartos, se escondem em buracos no solo, ou nas árvores. Alguns hibernam no inverno em locais protegidos do frio.
     A temperatura muito alta, também os fazem se esconder em abrigos. O calor em excesso, causa torpor, acima de 45°c, pode matá-los. Como estratégica para evitarem os períodos mais quentes, algumas espécies mantêm hábitos noturnos ou procuram ser ativos no início da manhã e no final da tarde.


Fecundação e período de incubação.

     A fecundação dos crocodilos e jacarés é interna e botam ovos. O pênis é formado por uma única estrutura bifurcada chamada de hemipênis.


1988. Suriname. Série alusiva a répteis. Yvert: 1112/1115. Mint.


Locomoção.

     O esqueleto ósseo e o sistema muscular são semelhantes aos dos mamíferos e lhes dão resistência à locomoção. Versáteis no que se refere a locomoção, há espécies que são capazes de nadarem em água doce ou salgada.

     Bornéu do Norte. Selo de uma série contendo nove selos comemorativo alusivo a fauna. Yvert: 52/60. Mint.


Escamas e pele.

     Todos, possuem a pele formada por duas camadas, a epiderme e a derme. As escamas estão localizadas na epiderme e são formadas por uma substância semelhante à da composição do cabelo e das unhas dos seres humanos; a queratina e não podem ser retiradas individualmente como as dos peixes.

Laos. Selo de uma série com quatro valores alusivos a répteis. Yvert: 168. Mint.


Olhos e ouvidos.

     Os olhos são desenvolvidos e grandes. Possuem pálpebras móveis e uma membrana transparente; a nictitante, que tem a função de proteger os olhos e auxiliar na visão.
     Crocodilos e jacarés, emitem sons vocais que tem a função de atrair as fêmeas, manter a comunicação entre mãe e filhotes, ou simplesmente, estabelecer território.

Labuan. Selo da série fauna Africana. Yvert 54. Usado.


Eficazes caçadores.

     Carnívoras e eficientes predadores. Por não terem condições de mastigar, suas presas são engolidas inteiras e digeridas no estômago. Por muito tempo, não se sabia como estes animais conseguiam digerir os alimentos em seu estômago proporcionalmente menor em relação ao seu tamanho. Mas, autópsia realizada com a supervisão do evolucionista Richard Darwin, descobriu a existência de uma artéria a mais no coração destes animais. A artéria passa por trás do coração e chega ao estômago. Assim, devido a essa estrutura, o aparelho digestivo dos crocodilos e jacarés recebem mais irrigação sanguìnia e produzem mais suco gástrico.

     1977. Republica da Gâmbia. Selo comemorativo da série de quatro valores alusivos a Declaração de Banjul para a conservação da flora e fauna realizada em 18/02/1977 na capital do pais. Scott: 367/370. Mint.


Alimentação.

     Seres vivos como mamíferos, peixes, aves e carne em decomposição, fazem parte da dieta dos crocodilos e jacarés.

     1984. Brasil. Selo da série alusiva ao Pantanal Mato - Grossense. Jacaré. RHM: 1397. Mint.


Adaptação ao meio.

     Crocodilos e jacarés, estão entre os animais mais bem-adaptados e antigos do planeta terra. De aparência pré-histórica, esses répteis são excelentes predadores, vivem parte do tempo praticamente imóveis na água onde tem o hábito de capturarem suas presas, ou parte em terra firme, as margens dos rios, lagos ou lagoas.
     Olhos e narinas posicionados sobre a cabeça, permitem que os animais fiquem semi-submersos respirando e observando o ambiente com atenção.
     Esses répteis, possuem adaptações bem peculiares para caçarem suas presas em baixo da água, membranas impedem a entrada de água nas narinas e nas orelhas quando mergulhão. Há uma outra maior na entrada da garganta do animal, que impede que os pulmões se encham de água quando a boca é aberta para capturarem suas presas.

     1985. Alemanha Oriental. Selo da série alusivas a animais em extinção. Mint. Não tenho número de catálogo.


Temperamento.

     Para caçarem, crocodilos e jacarés ficam horas nas margens dos rios ou lagos, aguardando calmamente suas presas surgirem para beberem água ou atravessarem.
     É comum, esses truculentos animais ficarem horas imóveis e tranquilos observando a paisagem, ao ponto, de graciosos pássaros pousarem sobre o seu corpo sem medo.


Acasalamento e postura de ovos.

     Após marcarem seu território, os machos de crocodilos e jacarés, procuram copular com várias fêmeas. Os ovos são postos próximos a água em ninhos feitos de folhas e lama, ou são enterrados na areia. É comum o cuidado parental entre esses répteis.

     2001. Brasil. Selo da série Pantanal - Fauna e Flora - Caiman crocodillus yacare e Plataleia ajaja. RHM: 2420. Mint.



Artigo elaborado a partir de páginas de minha coleção.


domingo, 23 de maio de 2010

A política de imigração no brasil 
no final do século XIX.

     No final do século XIX, o conceito de superioridade racial desenvolveu-se e adquiriu prestígio no exterior. Marcado pelo conceito positivista, o pensamento científico brasileiro da época, passou a adotar as teses do Darwinismo Social e Eugenia Racial com o objetivo de defender como fator necessário para o desenvolvimento do país uma política de uma população branca predominante.
     A elite social e política composta de uma população branca considerava que o desenvolvimento do Brasil não ocorria devido a ocorrência em grande maioria de uma população de negros e mestiços. A política de imigração portanto, não era somente um recurso de superar a mão de obra escrava, ou colonizar o território nacional coberto por matas virgens, mas também, um processo de aumentar o número da população branca pelo o aumento do efetivo europeu.
     Com efeito, em 1911, durante o primeiro Congresso Universal de Raças realizado em Londres, João Batista de Lacerda, na época diretor do Museu Nacional e único representante sul-americano. Manifestou a sua convicção quanto à importância da supremacia branca atreves da imigração europeia como se esta fosse uma ciência incontestavelmente comprovada acentuando:

    “No Brasil já se viram filhos de mestiços apresentarem, na terceira geração, todos os caracteres físicos da raça branca... Alguns retêm uns poucos traços da sua ascendência negra por influência dos atavismo... mas mantem todos os traços da raça negra... Em virtude desse processo de redução étnica, é lógico esperar que no decurso de mais de um século os mestiços tenham desaparecido do Brasil. Isso coincidirá com a extinção paralela da raça negra em nosso meio”.

     Devo afirmar que esta politica de imigração não era somente tipica do Brasil, mas ocorria também em outros países da América, Africa e Oceania. Como exemplo, os Estados Unidos chegou a restringir a entrada de imigrante do sul da Europa ( italianos, espanhóis, portugueses, gregos, etc) com o objetivo de beneficiar a imigração do norte da Europa (ingleses, escoceses, alemães, noruegueses, etc).
     Entre os seguidores desta política no Brasil, podemos destacar: o pernambucano Sílvio Romero, o baiano Nina Rodrigues criador da medicina legal no Brasil e os cariocas João Francisco Lacerda e o sociólogo Francisco José de Oliveira Viana autor do livro “População Meridionais do Brasil”, publicado em 1918.

Série emitida em 1974 alusiva a Formação da Etnia Brasileira e Correntes Migratórias. RHM: 840/844.

    


 






Elaborado por Lúcio Carvalho.



Bibliografia:

http://www.brasilescola.com/brasil/geografia-humana-brasil.htm
pt.wikipedia.org/wiki/Imigração_no_Brasil
www.historiadobrasil.net/imigracao/

www.suapesquisa.com/historia/imigracao/



   

sexta-feira, 14 de maio de 2010

História postal. Inteiros Postais.


    Inteiro: Em toda a sua extensão, todo, completo, na sua totalidade, ileso, incólume, não deteriorado quebrado ou rachado.
    Postal: Relativo aos correios.


     Apesar da existência das mais variadas revistas especializadas e do avanço da Internet onde temos a possibilidade de encontrar artigos e sites abordando o universo filatélico. Tenho observado, principalmente dos iniciantes, que ainda há, com maior ou menor grau de entendimento, um desconhecimento no que diz respeito aos inteiros postais. Assim, é com imenso calor que venho aqui abordar e compartilhar de forma não extensiva ao que se refere a textos mas com uma razoável quantidade de imagens para todos que por ventura vierem acessar este blogger possa ter maior clareza de alguns aspectos inerente a este tema. Devo, porém, antes aludir que a filatelia, ou seja, a arte de adquirir e colecionar estas pequenas estampilhas coloridas e tudo mais que esteja relacionado, que a filatelia sempre foi o objeto de minhas aspirações, que se faz necessário conhecê-la para que se tenha condições de organizar uma coleção. Por isso, afirmo que passo o meu tempo livre a estudar e a me informar com os mais experientes o que consiste este universo fascinante com a única finalidade; tudo ver, tudo ler, tudo aprender e, por fim, elaborar, organizar e montar. É através desta arte de colecionar estas estampilhas, que ao longo de vários anos venho adquirindo maior conhecimento sobre os temas que me fascina desde quando eu era um menino; a fauna, a flora e sobre tudo a evolução dos seres vivos.

Definição:

     Inteiros postais inclui as emissões dos correios, de serviço oficial, militares ou particulares pré franqueadas. As características físicas do papel sobre o qual o selo, a marca ou a inscrição foi impresso, abrange cartas postais, bilhetes postais, aerogramas, sobrescritos, cartas pneumáticas, cartões postais, Cartas bilhetes, cintas e impressos.
     O serviço postal para o qual estas peças foram emitidas. Abrange todos os serviços aéreos e terrestres, os registro de telegrafo, os variados recibos de taxas, os certificados de exportações de qualquer encomenda postal, as ordens de pagamento, os vales postais entre outros documentos contendo o selo postal impresso ou correspondentes a inscrição da peça.
     Os modelos também são variados, abrange as peças vendidas nos correios com ou sem o selo impresso, mas com uma marca ou inscrição indicando o porte o qual foi pago, peças contendo ou não o selo impresso, que tenham sidas vendidas por um valor, mas que somente indicam o porte correspondente ao serviço e as peças que indicam o porte o qual foi pago, mas sem conterem a indicação da taxa.
 
 
Aerogramas.
     Aerograma Internacional alusivo a série Pantanal Moto – grossense emitido pela E.T.C. em 05/06/1984. Mint.
 


     Aerograma circulado da Ceskoslovensko para o Rio de Janeiro, selado com mais dois selos, completando o valor de pastagem internacional. Carimbos faciais datado em 20/03/1982 e carimbos da Agência filatélica Guanabara no verso com data de 21/03/1982 .



Aerograma emitido pelas Ilhas Norfolk. Mint.



Holanda. Arte plástica - Pinturas. Van Gogh. Novo.




 Aviso.

Aviso de recebimento de carta registrada com selo de 100 réis com data de 05 de Abril de 1882.
Obs: Imagem digitalizada de página do catálogo da 50ª venda sob ofertas. Neumann Filatelia.
 



Bilhetes postais .

     Os Bilhetes Postais são peças com o selo impresso em que o teor do texto se restringe a uma informação curta e podem conter um logotipo ou uma imagem autorizado.

     Clássico bilhete escrito em inglês, com uma incompreensível taxa adicional de 100 réis, postado em São Paulo para o Rio de Janeiro. RHM 67.



1908. Exposição Nacional. Circulado. RHM BP 77.



1931. Bilhete postal não circulado. RHM BP 83.



     1932. Bilhete postal do MMDC, circulado de Gramadinho para São Paulo, BPR-4, com pintas de ferrugem.



     Bilhete postal circulado do Rio de Janeiro para São Paulo com carimbo MMDC de Capão Bonito, com data de 30 de Agosto de 1932. BPR-11. Pintas de ferrugem.



     1935.Bilhete Postal RHM BP 148 não circulado (Varig). Carimbado em 1957 duas vezes com timbres Varig, comemorando os 30 anos da Companhia Aérea.



     1938. Bilhete postal de 100 réis, tipo geométrico, com 400 Réis. Três selos Vovó, adicionais, enviado de São Paulo para Sussex, Inglaterra, sem carimbo de chegada.



1988. Bilhete postal.  BRAPEX 88. Novo.



1997. Cooperação. Novo.




1997. Convenção Nacional ANFIP. Novo.



1981. Fauna e flora. Áustria. Novo.



     Sieger. 427Ad. 1936. Reich. Bilhete postal alusivo as Olimpíadas com selos alusivos, circulado da Alemanha para a Cidade de Porto Alegre - Brasil, com todos os carimbos alusivos ao voo. 
     Obs: Imagem digitalizada de página do catálogo da 50ª venda sob ofertas. Neumann Filatelia.



2009. Portugal. Novo.




Cartas bilhetes.

     É um tipo de inteiro postal, em que a característica consiste em poder ser fechado.

      1872. Modelo Águia, nova e em excelente estado de conservação, com carimbo do Centenário do Selo. RHM CB 97.



1889. Litografado e fecho pontiagudo. Peça de luxo. 80 réis. Nova. RHM 18.



1906. Não circulada. RHM 73.



     Serviço ROWLAND HILL. Carta bilhete de 200 réis com propaganda Fonte Caxambu, na parte interna Antalgina, Perfumes de Luxo, Sonora, Hotel Gloria, Isidoro Marx, Sabão Comax.



Cartas Pneumáticas.

     É um tipo de inteiro, semelhante ao bilhete postal, destinado ao uso exclusivo no serviço postal pneumático no Rio de Janeiro ( RJ ).

       Carta Pneumática de 300 réis circulada para Botafogo e sobre o selo-fixo carimbo oval lilás. No verso chancela Sub-diretor, rara e pequeno rasgo na abertura. Carimbo com data de 26 de Setembro de 1914.



 1915. Carta pneumática nova. CP 12, 500/300 Réis. Sobrecarga violeta.




Cartões-Postais.

     O cartão postal é um pequeno retângulo confeccionado em papelão fino, de porte com valor inferior, com o objetivo de circular sem a necessidade de um envelope, contendo uma das faces destinada ao endereço do destinátario, postagem do selo, mensagem do remetente e na outra uma imagem.
      Os primeiros cartões postais emitidos eram selados e de monopólio oficial.
     O primeiro cartão postal foi emitido no século XIX e as opiniões sobre a sua origem e invenção são divergentes.
     Poderia ter sido criado pelo norte-americano H. L. Lipman, o qual, aliado ao J. P. Charlton, o patenteou em 17 de Dezembro de 1861 com o nome de “Lipman's Postal Card".  Não há conhecimento da existência de exemplares.
     Outra versão aponta o diretor dos Correios da Confederação da Alemanha do Norte, Heinrich Von Stephan, como  criador o qual é provável que tenha apresentado a ideia e a sugestão na Conferência Postal Germano-austríaca, no ano de 1865.
     Outra versão aponta Emmanuel Hermann, professor de Economia Política da Academia Militar Wiener Neustadt, no Império Austro-húngaro que, segundo carta publicada no Die Freie Presse, com data de 29 de Janeiro de 1869, apresentou a ideia destacando sua plasticidade como carta simples, de custo baixo e simplificado. De Marly, Diretor da Administração postal dos Correios austríaco, de imediato, aceitou a ideia e em primeiro de Outubro de 1869, os “Correspondenz Karte”, de cor negra sobre cartão creme, com um selo impresso no valor de dois Neukreuzer, o primeiro cartão postal do mundo foi lançado e colocado a venda.
     O Brasil o adotou através do Decreto número 7695, de 28 de Abril de 1880, proposto pelo então Ministro da Agricultura, Correio e Obras Públicas, conselheiro Manuel Buarque de Macedo.

     Cartão postal “ Lyon Fourviere “ Início do século XX. Circulado.Sieger. 64B. 1930. USA. Cartão circulado com todos os carimbos alusivos ao voo Zeppelin. Selo de U$ 1,30.
      Obs: Imagem digitalizada de página do catálogo da 50ª venda sob ofertas. Neumann Filatelia.



     Cartão - postal não circulado com dois carimbos comemorativos com data de 20/09/1981 alusivo Corsa del Palio. Itália.




Cinta.

     É um tipo de inteiro postal, caracterizado por tira de papel já com selo impresso, destinado a portear jornais e impressos em geral.

     1893. Cinta nova de 20 Réis “cabeça da liberdade”, Tipo I, fecho obtuso, verde, CT-08. Em bom estado. Imagem somente do selo fixo.




Envelopes pré-franqueados.

     Inteiro Postal tipo envelope selado com um selo Cruzeiro de 700 Réis e um Tintureiro de 400 Réis, QUADRO INVERTIDO, registrado com AR. Circulado do Rio de Janeiro para a Alemanha com Carimbo de chegada . Carimbo do Rio de Janeiro no selo fixo e carimbo alemão sobre os outros dois selos. Além do quadro invertido, há um carimbo estrangeiro. Não há registro de haver outra peça semelhante. 1892.
    
       Obs: Imagem digitalizada de página do catálogo venda sob ofertas. Neumann Filatelia.



2001. Aguarapér. Usado.


Variedades.

1889. Raro envelope do Império de 100 réis com dupla impressão do alto relevo, futuro RHM: 9 DDR. Novo.



     1906/10. Raro envelope de 100 réis, algarismos finos com impressão SP. Serviço Público e da Intendência Municipal de S. Leopoldo. RHM: 61. Novo.



     1918. Envelope de 100 réis com publicidade impressa F.A. Deslandes, Belo Horizonte. Peça extremamente rara. RHM 68. Usado.




Impressos.

Cupão Resposta Internacional. Novo.



Mensagem Social, Cia Telefónica Rio Grandense 18/09/1946 ás 16:00 hs, Porto Alegre - RS. Face única. Bom estado.




FDCs.

     Sobrescrito de grande popularidade entre os colecionadores, os FDCs, “Fisst Day Cover”, são belas peças filatélicas especialmente confeccionadas para acompanhar o lançamento de um selo, série bloco ou outros materiais como as etiquetas e constituídos por três elementos, envelope, selo e carimbo em concordância entre si.
     A relação deste três elementos podem ser diferentes. Há situações, normalmente na primeira fase de suas emissões, em que o envelope não contia as informações. Atualmente isso normalmente não mais ocorre.
     Sua atribuição em uma coleção temática é baixa, entretanto, o mesmo não se aplica se os FDCs forem efetivamente circulados.
  
     1977. FDC oficial não circulado emitido pelo correios brasileiro com selo e carimbos de primeiro dia de lançamento com data de 21/09/1977 alusivos a série defesa do Meio Ambiente - Proteção a Flora.



     1982/83. FDC oficial não circulado emitido pelo correios brasileiro com selo e carimbos de lançamento com data de 20/02/1983 alusivos a Primeira Expedição Brasileira à Antártida.



     EPD ( Envelope de primeiro dia ): Envelope " Olho-de-boi " dos correios, com os selos e carimbos comemorativo de lançamento alusivos a série Ano Polar Internacional. Carimbos da Estação Antártida Comandante Ferraz datado em 13/03/2007. Não circulado.
     Obs: estes envelopes, substituem os FDCs oficiais quando este não são lançados pelo correios para a respectivas emissões dos selos.



     FDC oficial não circulado emitido pelo correios do Vaticano com selos e carimbos de lançamento com data de 28/02/1984 comemorativos alusivos a série Centenário de Morte de J. Gregor Mendel.



     FDC oficial não circulados emitidos pelo correios das Ilhas Jersey com selos e carimbos comemorativos de lançamento.




 Pré-filatélicos.

     São cartas de período anterior ao selo postal, período este variável nos diversos países. No caso do Brasil, cartas com data postal anterior a 01/08/1843.

     Mulready. ( Primeiro Inteiro Postal do mundo ) Tipo envelope. Circulado para Westminster. Carimbo preto tipo Cruz de Malta. Postagem Um Penny. Inglaterra 1842.
Obs: Imagem digitalizada de página do catálogo venda sob ofertas. Neumann Filatelia.



Raro Pré-filatélico circulado durante a Guerra do Paraguai.
Obs: Imagem digitalizada de página do catálogo venda sob ofertas. Neumann Filatelia.





Inteiros Postais Personalizados.

     Nós, colecionadores, somos os maiores divulgadores e distribuidores das mensagens personalizadas contidas nestas emissões, portanto, uma informação mais precisa e elaborada, voltada para os Inteiros Personalizados, é um fator que merece a máxima consideração. E, visto tratar-se de peças de rara beleza, decerto, aqui merecia um comentário mais elaborado, mas somente vamos focalizar os aspectos principais ao que concede estes inteiros, denominadas em inglês de “Printed to Private Order”.
     Com o objetivo de promoverem a sua imagem, os inteiros postais personalizados, confeccionados para impressas, pessoas físicas, eventos e organizações, estão a cada dia não só cativando a atenção dos filatelistas especializados, como se tornando mais uma apreciável fonte de rendimento para os correios que, sem sombra de dúvidas e sem me manifestar de forma oportunista, o considero como internacionalmente uns dos melhores serviços prestado à população.
     No Brasil, estas emissões não é algo novo. Em 1927 do século passado, foi emitida uma Carta Bilhete Rowland Hill com propagandas comerciais, vista do Senado Federal na parte inferior e selo impresso da “Liberdade” com valor de 200 Réis vermelho e número datador da UPU "1927" . Esta conhecida como Hotel Glorial do Rio de Janeiro. Segundo informações contidas no Catálogo RHM, acredita-se que existam somente quatro exemplares com este numerador. (Figura 1). Neste mesmo ano, encomendados por “Beliche Mineiro”. foram emitidos também três envelopes com valores de 40, 100 e 200 Réis na cor laranja, vermelho e carmim com o desenho para o selo impresso exatamente iguais. (Não tenho as imagens).

Figura 1.
  
     Outros bilhetes também foram emitidos nesta época. Entretanto, cerca de aproximadamente 50 anos não foram colocadas em circulação nenhuma peça desta natureza, até que apartir da decada de 90, abre-se um leque contínuo de opções para os colecionadores especializados. (Figuras 2, 3 e 4 ). E, desde então, gradativamente vem sendo postos em circulação diversos outros Bilhetes, Envelopes e Aerogramas personalizados.
     O departamento de Produtos e Filatelia da Diretoria Comercial dos Correios os vem divulgando através da revista COFI. Em sua edição número 202, Abril/Junho de 2006, por exemplo, há um artigo o qual disponibiliza uma relação de emissões e respectivos clientes, no período, para Cartões Postais e aerogramas, mesmo que sem a data da emissão, tiragem específica e a necessária separação do modelo das peças.


1996. Santos 450 anos.

Figura 2.


1997. Minas e Mariana 300 anos.
Figura 3.

1997. A Gazeta Esportiva.

Figura 4.


     Entretanto, ainda hoje, há vários colecionadores que possui determinada dificuldade em distinguir, o que realmente vem a ser estes Inteiros Postais Personalizados.
    Sua emissão, geralmente possui uma tiragem pequena e estão disponibilizadas para os filatelistas associados na Agência Central Filatélica do Rio de Janeiro. Esta central filatélica, possui uma razoável organização com o objetivo de cadastrar, disponibilizar informações e distribuir estas peças aos seus associados ou a qualquer pessoa que não seja assinante.
     Mesmo com grande dificuldade mas com um louvável e apurado empenho, em suas últimas edições o editor do catálogo RHM, também tem contribuido na apresentação, classificação e divulgação destes inteiros.
     Jugo não haver dúvidas que com o avanço tecnológico, a Internet com os seus vários sites elaborados por entidades ou pessoas físicas seja a mais importante e completa fonte de contribuição na divulgação, auxilio e pesquisa para que qualquer colecionador consiga organizar e montar uma coleção especializada em inteiros postais personalizados. E, não posso deixar de ressaltar os variados apelos temáticos que estas emissões fornecem, a abertura das portas que lentamente vem ocorrendo para os filatelistas que pretende se especializar nestas emissões que por serem pré-franqueados e sem valor facial, não perdem o seu valor de porte nacional, podendo ser usados por vários anos depois de seu lançamento, que a sua utilização por qualquer usuário e a efetiva circulação decerto em muito contribui para a divulgação da imagem do cliente que as encomendou e, por fim, que as peças quando circuladas possui maior peso em uma coleção.



      Bibliografia.

         - Artigo elaborado por Américo Rebelo.
         - Artigo publicado pela /ABRAFITE.
         - Catálogo RHM.
         - Dicionário Aurélio.
         - Dicionário filatélico.
         - Wikipédia, a enciclopédia livre.


     Rio de Janeiro, 14 de Maio de 2010.