domingo, 25 de julho de 2010

Os anfíbios vistos através da filatelia.

Os anfíbios visto através da filatelia.

Introdução.

     A classe dos atuais anfíbios reúnem cerca de seis mil espécies e evoluíram após o Jurássico. Em geral, estão associados ao ambiente aquático. Várias espécies, passam parte de sua vida na água e parte na terra.

     2008. Brasil. Bloco Serra do Japi. No canto inferior esquerdo, temos a espécie Phillomedus aburmeisteri - “Perereca da folhagem”. RHM: 148. CBC da Cidade de Jundiai.

Classificação.

Os anfíbios estão classificados em três ordem:

     - Anuro: Grupo que reuni as rãs, os sapos e as pererecas;
     - Gymnopphiona (apoda): Grupo representado pelas cobras-cegas ou Cecília. Esses animais passam a vida entocados e são muito frequentemente confundidos com outra ordem. (Não tenho imagem).
     - Caudata (urodela): Grupo que reuni as salamandras. Quanto as seus aspectos, em geral, são semelhantes aos anfíbios primitivos, mas, quanto ao crânio e ao esqueleto, várias características antigas desapareceram. Para evitarem o ressecamento, esses animais vivem em locais úmidos e a pele sem escamas, age como órgão respiratório.

                               
      1992. Ilhas Fiji.                                                        1985. Luxemburgo.
 Selo de uma série de quatro selos                          Selo de uma série de quatro selos
           alusivos a fauna protegida WWF.                   alusivos a espécies ameaçadas de extinção.
 Yvert: 390. Mint.                                                       Yvert: 1086. Mint.

     Bosna. Máximo postal oficial não circulado alusivo a salamandra atra prenjensis. CBC com data de 30/03/2004.

Metamorfose.

     Em seu ciclo de vida, geralmente os anfíbios evoluem em três fases; ovo, larva e adulto. Entre a fase larval e a adulta, passam por transformações que desencadeia uma reestruturação total de suas formas físicas. De larvas aquáticas, que respiram por meio brânquias, se tornam adultos com patas e respiram por pulmões. Isso, permite que os animais vivam fora da água, retornando a este meio no período de reprodução.


     Àfrica do Sul. FDCs oficiais não circulados alusivos a anfíbios com CBC datado em 23/06/2000.

Umidade da pele.

     A pele, desempenha uma função fundamental de auxiliar a respiração e a proteção destes animais. Glândulas espalhadas pelo copo, tem a finalidade de mantê-los úmidos e evitar o ressecamento quando se afastam do ambiente aquático.

Seychelles. Bloco - Anfíbios. Yvert: 43.

Troca de pele.

     Todos os anfíbios trocam de pele, mas, não as fazem por inteiro, trocam apenas fragmentos. A frequência dessa muda, varia de uma espécie para a outra.

     2002. México. Selo alusivo a proteção à natureza. Selvas Tropicais. Yvert: 1997. Mint. 

 
1976. Japão. Selo Proteção à Natureza. Yvert: 1195. Mint.


Pular, ao em vez de correr

     Devido a estrutura de seus membros não permitir que os anfíbios sejam ágeis na terra, algumas espécies, possuem membros posteriores e modificações na coluna que lhes permitem saltar.

Áustria. 1990. Bilhete postal pré-franqueado não circulado.


Alimentação.

     Todos se alimentam de insetos e larvas, por isso, a maioria possuem a língua especializada. Além de comprida e ágil, é viscosa para agarrar as presas. Entretanto, algumas espécies são capazes de caçar pequenos mamíferos, aves e até mesmo, outros anfíbios. Sapos, pererecas e rãs, entre outros, possuem a boca larga e a visão aguçada, o que facilita sua alimentação.
     Os olhos grandes na maioria das espécies, permitem localizarem o alimento mesmo à noite. Por sua vez, as Cecília possuem olhos pequenos, para se alimentarem, usam o olfato para capturarem as suas presas.

Espanha. Série alusiva a anfíbios.Yvert: 1916/20. Mint.
Moradia.

     Como vimos, os anfíbios vivem próximo à água, ou em locais úmidos, em zonas tropicais ou temperadas. Entretanto, há espécies adaptadas ao frio, regiões áridas e desérticas. Para sobreviverem nos locais de alta temperatura, eles adquiriram hábitos noturnos. Para contornarem a falta de água, aprenderam a se esconder em buracos na época da seca e a hibernarem em casulos impermeáveis.


     Grenada e Grenadines. Selo de uma série contendo sete selos alusivos a fauna e flora. Yvert: 132/138.


Reprodução e Fecundação.

     A reprodução é influenciada por fatores ambientais, como temperatura, período das chuvas e duração dos dias. Algumas espécies, no período de reprodução, se deslocam em direção a rios e lagos mais próximos. Cumprindo assim, o ritual de voltarem sempre ao local onde foram gerados, a água.
     A fecundação dos sapos, rãs e pererecas é externa. Para haver a fecundação, os machos abraçam as fêmeas para estimularem a liberação dos óvulos. Este abraço é denominado de amplexo.
     Duas características se destacam no ato do acasalamento; uma única fêmea pode se abraçada por dezenas de machos, e algumas espécies possuem estruturas ásperas nos dedos dos membros anteriores que são úteis na hora de abraçarem as fêmeas.
     Há algumas espécies raras de salamandras que realizam a fecundação interna. Isso ocorre, quando os espermatozóides dos machos são transferidos para o corpo das fêmeas por meio de uma gelatinosa massa denominada espermatóforo. Este tipo de fecundação, impõem ao macho e a fêmea, a terem bom sincronismo, uma vez que o macho, conduz a fêmea rumo ao espermatóforo depositado no fundo do rio, lago ou na terra. A cloaca da fêmea absorve o espermatóforo, e depois, os óvulos são fecundados no interior do seu corpo. Quanto ao grupo das Gymnoppionas, os machos possuem pênis, órgão responsável em por os espermatozóides no corpo das fêmeas. Os filhotes das cobras-cegas, nascem relativamente desenvolvidos.


1993. Equador. Série alusiva a anfíbios. Yvert: 1260/5. Mint.

Ovos e larvas.

     Por não possuírem casca, os ovos dos anfíbios são protegidos por uma massa gelatinosa que se estraga rápido em ambiente sem água. A quantidade varia de acordo com a espécie.
     As fêmeas procuram ter suas posturas as margens de rios, lagos, ou fixos em arbustos, ou em qualquer outra estrutura solida.
     Entre os sapos, os ovos são agrupados formando longos cordões, os das rãs, geralmente envoltos em uma gelatina assemelhada a espuma e as salamandras, colocados em grupos.
     Em geral, a fase larval ocorre em ambiente aquático. Normalmente, as larvas de rãs e de sapos, nascem poucos dias após a fertilização das fêmeas. Os girinos, como são chamados, possuem corpo esférico, cauda e brânquias.
     Tanto na forma, como no comportamento e na alimentação, as larvas são bem diferentes dos indivíduos adultos. As larvas de hábitos herbívoros, possuem um bico córneo e dentículos adequados para a raspagem, as de hábitos predatório, se alimentam de outras larvas.
     As larvas podem viver entre poucos dias a vários meses até a metamorfose, processo de transformação pelo o qual se desenvolvem as pernas traseiras, a cabeça se torna preeminente, o corpo adquire contornos hidrodinâmico e as brânquias são reabsorvidas. Ao desenvolverem as pernas dianteiras, as larvas já exibem o corpo compacto, saem da água e se transformam em indivíduos adultos algum tempo mais tarde.


     DPR Koréa. Blocos alusivos a anfíbios. Yvert: 105 com CBC datado em 10/09/1992 e 106 sem carimbo.

Versificação.

     Existem espécies que não sai da água, outras, que não entram na água em nenhum momento de sua vida. Há também, espécies que quando adultos, não possuem pulmões e respiram por brânquias, pela mucosa bucal ou pela pele, denominado respiração cutânea.


Senso de direção.

     Como já comentamos, durante o período de reprodução, várias espécies empenham em encontrar o mesmo local onde nasceram para encontrarem os seus parceiros. Para isso, utilizam o olfato ou notando pequenas alterações magnéticas do solo.

Holanda. Selo de uma série com quatro valores. Yvert: 1036/1039. Mint.

A relação dos homens com os anfíbios.

     Ampla e variada é a relação humana com os anfíbios, e está compreendida entre o uso científico, educacional e comercial. O estudo dos anfíbios nos permitem compreender a evolução dos vertebrados, como também, aprimorar os conhecimentos em outras áreas, como, a fisiologia, farmacologia e embriologia.


Artigo elaborado a partir de páginas de minha coleção.
Lúcio Carvalho.


Referências bibliográficas:

www.mundosites.net/biologia/anfibios.htm
www.suapesquisa.com/ecologiasaude/anfibios/
Vikipédia, a enciclopédia livre.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Cegonha-Preta.

Cegonha-preta.

 Sobreaviso acerca da biodiversidade.

     Se qualquer pessoa de nacionalidade portuguesa dizer que é fiel como uma Cegonha-Preta (Ciconia nigra), decerto estará se referindo que a traição não faz parte em sua essência de carater. Esta metáfora, se explica pelo o fato destas aves ciconiforme da família das cegonhas, distribuídas em Portugal nas regiões inóspitas e isoladas  do interior, assim como outras espécies, formarem casais para a vida toda. Por isso, a cegonha-preta, neste ano em que se comemora o Ano Internacional da Biodiversidade, se tornou símbolo de uma campanha em Portugal a qual tem como objetivo alertar as pessoas quanto ao declínio da diversidade natural e sensibilizar que as atividades de lazer na localidade de nidificação, a poluição dos rios e a instalação de linhas elétricas em seus ambientes naturais, são os fatores principais de ameaça a estas aves que se encontram classificadas como vulnerável no Livro Vermelho dos vertebrados de Portugal.
     A campanha realizada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, tem como objetivo, não apenas alertar para as ações corretas e necessárias à proteção destas aves, mas também, apontar as riquezas naturais que ainda existem em Portugal, as quais podem não mais existirem se medidas de protenção não forem devidamente adotadas pelos órgãos competentes.
     Raras e muito sensíveis às atividades perturbadoras do homem, de hábitos diurno, estas belas aves nos chamam a atenção pela plumagem branca no ventre, negra com reflexos metálicos no dorso, na cauda, na cabeça e no pescoço, bico e patas de cor vermelho vivo na espécie adulta e esverdeado e muito mais claro nas mais jovem.
     Estas aves de plumagem escura e metálica pode refletir a luz solar e lhe dar uma aparência clara quando observadas a distância, podem ser observadas em lagos, rios ou regiões alagadas rodeadas por florestas densas nos meses de Fevereiro e Setembro nos Parques Naturais do Douro Internacional, Tejo Internacional, Barrancos, Marvão e em Sagres, sempre utilizando o mesmo ninho todos os anos e se alimentando de insetos, pequenos vertebrados e peixes.
      Exceto as espécies portuguesas, as cegonhas-pretas são migratória.

Máximo postal alusivo a Cegonha - Preta.
1999.  Europa Cept.  Reservas e Parques Naturais.
CBC da emissão: Prima Zi Emissiunii.  5830 Rosetti com data de 15.05.1999.
Reservatia Biosferei Delta Dunarii.


Elaborado por: Lúcio Carvalho.


Bibliografia.

     Revista Parques e vida Selvagem. Ano: X. Número: 32. Página: 60. 23 de Junho à 21 de Setembro. Portugal.
     Wikipédia, a enciclopédia livre.

domingo, 4 de julho de 2010

A cultura popular brasileira vista através da filatelia.

Cavalhadas.

     Máximo postal com selo RHM: 999. Carimbo comemorativo e de primeiro dia da Cidade de Maceió.


Histórico.

     A Cavalhadas teve sua origem na dinastia carolingiana na idade medieval (século VI d. C.) há cerca de 1500 anos. Segundo fontes históricas, Carlos Magno, adepto da religião cristã, travou luta contra os sarracenos, de religião islâmica, com o objetivo de impedir a invasão do centro norte europeu (sul da França), a qual ficou conhecida como a Batalha de Carlos Magno e Os Doze Pares de França). Tais relatos, apontam que Carlos Magno ao se afastar do território francês, o deixou exposto a invasão dos sarracenos. Entretanto, ao tomar conhecimento, foi obrigado a retornar e o deixou aos cuidados do Conde de Rolando com a sua fiel guarda pessoal: os Dose Pares de França. Mas, quando ocorreu a histórica Batalha de Roncesvalles, no ano de 778 d. C. Rolando foi terrivelmente massacrado pelos sarracenos e os aldeões trovadores locais, mesmo com a derrota, saíram por toda a Europa divulgando o feito como forma de bravura e lealdade cristã, conhecida como a “ A Canção de Rolando” épico cantado em trovas.
     Famosos por suas obras ou atividades, ao que concede a tecnologia, arte e cultura, no século VIII, os mouros muçulmanos da Mauritânia, invadiram a Península Ibérica, dominaram a região de Granada na Espanha, de onde somente quase 800 anos de ocupação foram expulsos.
     Não há como não ressaltar o legado que esta ocupação proporcionou à região, uma vez que a cultura muçulmana de origem árabe, sem dúvidas apresentava significada superioridade a cristã dos habitantes da Península Ibérica, e que quase incalculável foi a influência de sua cultura a qual persiste até os dias atuais em toda a região.
     Os Reis que resistiram ao avanço, se refugiaram ao norte da Península Ibérica e mantiveram intacta a sua cultura. É deles a iniciativa de expulsão da soberania moura na Península.
     Durante séculos, aliada ao folclore, o feito de Carlos Magno foi atração nas vozes dos trovadores, e em meados do século XIII, a fim de incentivar a instituição cristã e o repúdio aos mouros, a Rainha Isabel de Portugal, esposa do Rei trovador Dom Dias, resolveu instituí-la como uma festividade aos modos de uma encenação dramática, semelhante a um jogo de xadrez.


Tradição portuguesa.

     Segundo a tradição portuguesa, a realização do festejo está ligado à Festa do Divino Espírito Santo e leva em conta o calendário católico que segundo a liturgia é o dia de Pentecostes, comemorado cinquenta dias após a pascoa.
     Em um grande campo de batalha, onde ao lado do sol poente, vestido de azul, cor característica do cristianismo, ficam doze cavaleiros os quais lutam com outros doze, vestidos de vermelho, cor característica dos mouros, encastelados no lado do sol nascente.


Brasil.

     É provável que a tradição tenha vindo para o Brasil em meados do ano de 1756, sob a autorização da Coroa Portuguesa, pelos jesuítas com o objetivo de catequizar os escravos e gentios com a finalidade de apontar a importância ou o poder da fé cristã, e ganhou características próprias em cada região, em cada estado brasileiro onde o festejo acontece.
 
          Série em quadras alusiva ao Folclore brasileiro.
          Catálogo RHM: 999/1001.
          Categoria: Comemorativos. Cavalhada. Azul, amarelo e laranja.
          Estado das peças: novas.
          Picotagem: 11 X 11 e 11 X 11 1/2.
          Tiragem: 2000000.
          Impressão: Ofsset.
          Valor facial: Cr$: 1,30.
          Papel: Couché fosforescente gomado.      
          País: Brasil.
          Data de emissão: 20/08/1977.


      


As Cavalhadas pelo Brasil.

     Introduzida na cidade pelo Padre Manuel Amâncio da Luz no ano de 1826, as Cavalhadas de Pirenópolis, município de Goias, é considerada como a mais importante do país onde à festa também se inclui os personagens mascarados.
     Marcada pela a saída da Folia, os preparativos do longo ritual de três dias consecutivos, se iniciam quinze dias antes, no início da Festa do Divino. No decurso de uma semana, os cavaleiros se reúnem em um local não oficial, e ensaiam as corridas que iram executar nos três dias do evento. Nestes dias, às quatros horas da manhã, a Banda de Couros, formada por um saxofonista e vários meninos empunhando tambores rústicos de couro, em cantigas melodiosas, percorrem à pé pela cidade informando a população e principalmente aos cavaleiros, que esta na hora de acordarem, arriarem os seus cavalos e irem para o ensaio. Este interessante ritual de convocação, primeiramente sai da residência do último cavaleiro na hierarquia dos dois exércitos e segue se agrupando até chegarem a dos reis.
     Denominada de “O Batalhão de Carlos Magno”, a cidade mantem viva a tradição, em função do caráter social da festa e por serem em sua maioria de origem do norte de Portugal, região onde houve maior resistência aos exércitos mouros, os primeiros colonizadores desta antiga e pacata cidade mineradora. Além destes motivos, há razões para crer que as principais causas da cidade manter viva a tradição sejam pelo motivo do espetáculo e o prazer proporcionado pela montaria.
     Depois de reunidos, com o rei a frente, a tropa dos dois exércitos em fila hierarquia, seguem em direção a residência de uma pessoa moradora da cidade a qual se predispôs a lhes fornecerem a “Farofa”. Neste vai e vem dos cavaleiros pela cidade, os cristãos não podem se encontrarem com os mouros, exceto no momento da Farofa e depois nos ensaios.
     Na Farofa é servido café, biscoitos, refrigerantes, bebidas alcoólicas e a “Farofa propriamente dita; iguaria derivada das antigas tropas que cavalgavam pelos sertões, o qual consiste em mandioca e carne seca.
     Na ocasião, é feito uma reza pelos cavaleiros, e depois, dançam em grupo a Catira, dança folclórica onde os 24 cavaleiros se enfileiram frente a frente e batem palmas e pés em ritmo cadenciado tipico, embalados por som de violas, pandeiros e canções.
     Depois de agradecerem ao dono da residência, feito em forma de cantilenas, os cavaleiros seguem para o local de ensaios.


A festa.
 
     De fato, a cavalhadas tenta mostrar a luta ocorrida entre os mouros e os cristãos. São doze cavalheiros cristãos e doze mouros, alusão aos Doze Pares de França. Convergente, no final da longa competição, vence os competidores cristãos, conduzindo os mouros ao cristianismo.


Hierarquia.

     Tanto para os cristãos como para os mouros, o exército da Cavalhadas segue a mesma ordem. Dos doze cavaleiros, temos no mais alto posto o Rei, abaixo deste o embaixador, seguindo abaixo os dez cavaleiros restantes. O último cavaleiro na hierarquia, só poderá ocupar um posto superior, se houver morte ou desistência de algum outro que esteja acima. Assim também, seguindo esta mesma ordem, o embaixador só se tornará Rei, com a morte ou a desistência do Rei.

Rei cristão e cavaleiros. Cidade de Pirenópolis.


O Domingo do Divino.

     No Domingo do Divino, é repetido o mesmo ritual das tropas, mas ao meio dia, sem a Banda e sem a Farofa e devidamente paramentados.

          Festa do Divino Espírito Santo.
          Catálogo RHM: 2197. 
          Categoria: Comemorativos.
          Picote: 111/2 X 11.
          Tiragem: 3000000
          Impressão: Offset.
          Pápel: Couché gomado fosforescente
          Estado da peça: Novo.
          País emitente: Brasil.
          Data de emissão: 21/05/1999.



Início das Cavalhadas.

     As Cavalhadas inicia oficialmente no Domingo às 13:00 horas no campo oficialmente preparado para a festa. Rodeando, são construídos rústicos camarotes de madeira cobertos por telhados de palha destinados as pessoas que podem pagar. As demais, assistem o espetáculo em pé abaixo destes camarotes ou em pequenas arquibancadas de tábua. Em meio a população, vários vendedores ambulantes vendem variados tipos de sanduíches, refrigerantes, cervejas e churrascos em espeto. Os camarotes mais bem localizados, são destinados às autoridades civis e a Banda de Música.


Abertura.

     Na abertura solene, entram no campo vários grupos folclóricos da Festa do Divino, entre tantos; o Congado, Catireiras, Pastorinhas, Dança de Fitas e os Mascarados, os quais fazem as suas apresentação. Um dos momento mais emocionante é a evocação do Divino sob a execução do Hino do Divino pela Banda de Música. Neste momento, toda a população ficam em pé com chapéus na mão e no campo, voltados para os camarotes oficiais, todos os grupos folclóricos ali presente, formam blocos à frente dos Mascarados que se sustentam em pé sob o dorso de seus cavalos.

Apresentação.

     No decurso de três tardes, os cavaleiros cristãos e mouros representam, através de desafios e de carreiras, as batalhas travadas entre Carlos Magno e os sarracenos, culminando na segundo dia com a rendição, isto é, a conversão dos mouros ao cristianismo. Depois, com a presença de um padre, eles são batizados.

Cidade de Pirenópolis.


Ornamentação.

     Hoje, a forma em que os cavaleiros se apresentam não é igual ao passado. Durante anos, os cavaleiros se apresentavam com vestimenta semelhantes aos oficiais de milícia, vestiam fardas militares de gala com golas douradas e utilizavam elmo em estilo romano. Hoje, devido a existência de novos tecidos sintéticos aliado a estética carnavalesca, a apresentação dos cavalheiros são igualmente mais luxuosa, utilizam elmos de metal dourado para o Rei e o embaixador mouro e prateado para os cristãos. Obedecendo a mesma regra de cor; azul para os cristãos e vermelho para os mouros, adequadamente, as vestimenta são ricamente confeccionadas com plumas, metais polidos, pedras incrustadas, fitas e tecidos vistosos. Todos os cavaleiros usam mantas bordadas, cravejadas de lantejoulas formando desenhos simbólicos das duas crenças; peixe ou pomba branca para os cristãos e lua, estrela e dragão para os mouros, as quais, as mais luxuosas são destinadas aos Reis. Uma lança contendo uma fita normalmente de veludo na ponta, uma espada e uma pistola de festim completam a ornamentação dos cavaleiros.
     Assim como os cavaleiros, os cavalos também são ornamentados, as patas são pintadas, a fronte são protegidas com metais polidos, e envergando, plumas na cabeça.


Os mascarados.

     Conhecidos como “Curucucus”, devido ao som que emitem, os mascarados são igualmente louvados em sua apresentação quanto os cavaleiros.
     São pessoas que vestem mascaras, roupas coloridas, luvas, botas e modificam a voz para não serem identificadas. Normalmente no evento, há vários tipos de mascarados, os quais, também, enfeitam seus cavalos de acordo com criatividade pessoal. Os mais tradicionais, são os que utilizam uma máscara de cabeça de boi, seguido pelos que usam de onça, homem e mais recentemente, as de borracha figurando monstros, retirando assim, a originalidade da Festa. Contudo, o fato em si, não tira a beleza e a eforia dos Mascarados, os quais, com ironia e deboche, fazendo críticas a elite local, e às vezes, ao poder público, já no sábado, saem as ruas à galopes, divertindo a população ao mesmo tempo pedindo cerveja e cigarros. Entre eles não há regras, tudo é permitido, menos retirar a máscara.
    
Mascarados durante a execução do Hino do Divino. Cidade de Pirenópolis.

     Ao que concede a criatividade popular, outro muito interessante é o São Caetano, denominado assim, por enfeitar o cavalo com ramas de uma espécie de fruto; Melão de São Caetano, erva trepadeira muito comum em vários estados brasileiros, utilizar também folhas de bananeiras, levar na cabeça uma máscara de homem, com um chifre reto na testa e em uma das mãos uma cesta contendo várias frutas para serem arremessadas na prateia.
     Outro muito criativo e engraçado, o qual não devemos deixar de mencionar, veste-se com um macacão largo, confeccionado de tecido de colchão preenchido de capim, ficando extremamente gordo. Por fim, envolve a cabeça com um tecido preto onde em branco é pintado a face de uma caveira.
     Encontrados em todas as cavalhadas do país, sua origem é desconhecida, é provável que seja puramente brasileira, introduzida na Festa com o propósito de facilitar o acesso das pessoas que não teriam condições de terem a glória dos cavaleiros.
     Embora haja algumas variantes de um estado para o outro, as Cavalhadas realizadas em Pirenópolis em Goiais, Cazuzu Ferreira, distrito de São Francisco de Paula, Mostardas, Santo Antônio da Patrulha, Caçapava, no Rio Grande do Sul, Paconé no Mato Grosso e a de Guarapuava no Paraná, todas mantêm viva a tradição e tentam resgatar com brilho e criatividade a luta entre o exercito cristão de Carlos Magno e o mouro.


Elaborado por: Lúcio Carvalho.


Bibliografia.

www.brasilescola.com › Folclore
www.cavalhadasdecorumba.com.br/
www.pirenopolis.tur.br/cavalhadas 
pt.wikipedia.org/wiki/Cavalhadas
www.overmundo.com.br/guia/cavalhadas
www.portal730.com.br/.../11733-cavalhadas-de-pirenopolis-comecam-dia-23.html
www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/cavalhada.htm





sexta-feira, 2 de julho de 2010

A cultura popular brasileira vista através da filatelia.


Festival Folclórico de
 Parintins.

     Mesmo que timidamente até hoje os correios brasileiro só o tenha contemplado com uma pequena série com dois selos postais os quais mostram momentos apoteótico da apresentação dos Bois-bumbás Caprichoso e Garantido na arena do bumbódromo de Parintins, retratando alegorias que atingem mais de 20 metros de altura. É caso para dizer, que me parece oportuno, fazer grata menção, fixando os pontos principais desta festa que tem como objetivo a preservação e a valorização dos costumes certamente louvável da população amazonense.



História.


     Garantido ou Caprichoso? Vermelho ou azul? A rivalidade entre os bois é histórica, domina a cidade, permeia o imaginário e culmina numa festa popular realizada no último final de semana do mês de Junho na cidade de Parintins no estado da Amazônia.
     Fundada em 1793, com cerca de 80.000 habitantes, Parintins é uma simpática e agradável cidade do interior amazonense. Situada na Ilha de Tupinambarana, à margem direita do rio Amazonas, a 420 quilômetros de Manaus e quase na fronteira com o Estado do Pará, no final do século XIX, recebeu imigrantes nordestinos que vieram em busca das enormes riquezas geradas pela extração da borracha, os quais Trouxeram com eles, uma de suas mais fortes tradições culturais, o bumba-meu-boi do Nordeste, que ali encontrou-se com um outro boi, genuinamente amazônico, e se transformou no boi-bumba de Parintins.
     Considerado um dos maiores divulgadores da cultura amazonense, à 45 anos o Festival é uma apresentação realizada a céu aberto, onde competem duas associações, o Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul. A apresentação é realizada no Bumbódromo, estádio com formato estilizado de uma cabeça de boi, com capacidade para 35 mil espectadores situado no Centro Cultural e Desportivo Amazonino Mendes, no qual, os dois bois, através de alegorias e encenação, exploram os tema regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos habitantes ribeirinhos.

  
     Até a década de 60, os Bois se apresentavam nas casas e nos quintais da Cidade de Parintins; às vezes, quando os bois se encontravam nas ruas, o confronto era inevitável, por vezes violento. Mas, a brincadeira foi organizada, cresceu, evoluiu e transformou-se em grande espetáculo o qual é realizado desde o ano de 1965 do século passado.
     Idealizado por Raimundo Muniz, no ano de 1965 ocorreu o primeiro festival, e no ano seguinte, a primeira participação dos bumbás.
     Indepedente do dia que fosse da semana, até o ano de 2005, o festival era realizado sempre nos dias 28, 29 e 30 de Junho. Entretanto, uma lei municipal alterou a data para o último fim de semana do mesmo mês.
    O Festival de Parintins já teve vários locais de apresentação como a quadra da catedral de Nossa Senhora do Carmo, a quadra da extinta CCE e o estádio Tupy Cantanhede. Mas, no ano de 1987, após assistir o festival, o então Governador Amazonino Mendes, prometeu construir um local do tamanho que o festival merecia e, no ano seguinte, foi inaugurado o moderno Bumbódromo, no mesmo local em que antes era um tablado.     




     2004. Brasil. Máximos postais. Festival Folclórico Parintins. Garantido/Caprichoso. RHM: 241/242.
Temas: Arte, dança, folclore.

      No selo, em primeiro plano o Boi Caprichoso, preto, com a estrela azul na testa e, em segundo plano, o caboclo, o boto disfarçado, trazendo em suas mãos o boi Caprichoso.


     No selo, em primeiro plano, à direita, o Boi Garantido, branco, com o coração vermelho na testa e, em segundo plano, a arara vermelha que traz a cunhã-poranga (a moça mais bela) do Garantido.




Componentes do festival.

. Toada.

     É a cantiga de melodia simples monótona, brejeira, executada durante todo o tempo e acompanhada por um grupo de mais de 400 ritmistas. Ao som da toada os dois bois dançam e cantam por cerca de três horas, seguindo uma ordem de estrada na arena alternada em cada dia. As letras das canções, resgatam o passado de mitos e lendas da floresta, podendo incluir sons da floresta e canto de pássaros.
 
 
. Ritual.
   
     O ritual dos Bumbás conta a lenda de Pai Francisco e Mãe Catarina, que com o auxilio do Pajé, faz renascer o boi do patrão. Diz a lenda, que Mãe Catarina, grávida, teve o desejo de comer a língua do boi mais bonito que havia na fazenda. Para satisfazê-la, Pai Francisco mandou matar o boi de estimação do senhor da fazenda. Ao ser descoberto, é preso após tentar fugir. Entretanto, foi chamado um padre e um médico (o pajé, na tradição indígena) e o boi ressuscita. Pai Francisco e Mãe Catarina foram perdoados, ocorrendo depois uma grande festa.
 
 


Personagens do festival.




. Apresentador.

     O drama cantado, possui um apresentador oficial o qual comanda todo o espetáculo. O levantador de toadas faz a trilha sonora e dá um show de interpretação, proporcionando entusiasmo para a sua galera (torcida na arquibancada). No Festival, a figura do apresentador é rapidamente remetida à imagem de Paulinho Faria, que por 26 anos, foi apresentador do Boi-Garantido.

. Levantador de toadas.
    
     Interprete das musicas que fazem a trilha sonora das apresentações, o levantador de toadas é uma figura muito importante no festival. A técnica e a força de sua beleza de interpretação são pontuadas e trazem a emoção dos brincantes.
     David Assayag e Arlindo Jr, são respectivamente os mais consagrados levantadores do Boi-Garantido e Boi-Caprichoso.


. Amo do Boi.

     Com jeito caboclo, ele exalta a originalidade e a tradição do nosso folclore, ao fazer soar o berrante e tirar o verso em grande estilo. Este episódio é a chamada do Boi que vem para bailar.


. Sinhazinha da fazenda.

     É a filha do fazendeiro. Se apresenta na arena do festival dando sal para o boi.

. Figuras típicas regionais e lendas amazônicas.

     Elas são responsáveis por esboçar os sentimentos de amor e paixão. Gigantes Alegorias articuladas, as quais foram adotadas por carnavalescos de grandes escolas de samba como as do Rio de Janeiro e as de São Paulo, se movimentam e se transformam. Coreografias e fantasias originais, com luz teatral e fogos, dão um espetáculo especial ao festival.


. Porta Estandarte, Rainha do Folclore e Cunhã-Poranga.
    
     Personagens que dão um banho de charme, beleza e simpatia no festival de Parintins. Na sequência, aparece o grande mito feminino do nosso folclore: Cunhã Poranga. A moça mais linda da tribo dá um show de magia, irradiando toda a sua beleza nativa, com olhar selvagem e o belo corpo recoberto, emoldurado de penas. Surge aqui o elemento indígena, incorporado à festa do Boi no folclore amazônico.

. Tribos.
    
     Dezenas de Tribos Masculinas e Femininas, em cores vibrantes, entram na composição da deliciosa e desvairada arena com coreografias fascinante. Os Tuxauas Luxo e Originalidade são requisitos de beleza e perfeição.

. Ritual.

     A grande apoteose da noite, ocorre no momento da comovente dramatização teatral a qual sempre alcança o grau máximo com a mágica e misteriosa intervenção do Pajé, o poderoso curandeiro, o temido feiticeiro, que faz a dança da pajelança.


. Galera.
    
     A torcida também dá o seu show ao participar com grande eforia no momento que o Boi se apresenta. Do outro lado, em sinal de respeito, cordialidade e civilidade a torcida do contrário não se manifesta, permanece em total silêncio. A galera também e julgada pelos jurados do festival.




. Jurados.
    
     Vindos de outros estados, os jurados só são sorteados na véspera do festival. Os principais requisitos para compor o grupo é ser estudiosos da arte, cultura e do folclore brasileiro. Em um regulamento, claro, simples e preciso, mais de 20 itens são avaliados pelos jurados. Devido a proximidade, pessoas que moram no norte, não podem ser jurados.


Números de vitórias.

. Garantido : 27
. Caprichoso: 17
. Empate: 01


Resultados.

. Caprichoso: 1969, 1972, 1974, 1976, 1979, 1985, 1987, 1990, 1992, 1994, 1995, 1996, 1998, 2003, 2007, 2008 e 2010.
. Garantido: 1966, 1967, 1968, 1970, 1971, 1973, 1975, 1977, 1978, 1980, 1981, 1982, 1983, 1984, 1986, 1988, 1989, 1991, 1993, 1997, 1999, 2001, 2002, 2004, 2005, 2006 e 2009.
.  Empate: 2000.


Curiosidades.

     Ao se referir ao adversário, um torcedor nunca deve dizer o nome do outro boi, se houver necessidade, ele deve se referir ao opositor utilizando a expressão "contrário".
     Em sinal de respeito, vaias, palmas, grito de eforia ou qualquer outra manifestação, são proibidas quando o contrário estiver se apresentando na arena.


Elaborado por: Lúcio Carvalho.



Bibliografia: