sábado, 29 de janeiro de 2011

Chico Xavier. Exemplo de amor,
humildade e resignação.


Introdução:

Francisco de Paula Cândido Xavier, conhecido como Chico Xavier, nasceu em 02 de Abril de 1910 na cidade de Pedro Leopoldo, município brasileiro do estado de Minas Gerais, com atualmente uma população estimada em 63.095 habitantes, situado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a 46 quilômetros a noroeste da capital mineira e faleceu em 30 de Junho de 2002 aos 92 anos na cidade de Uberaba, município brasileiro do estado de Minas Gerais, na região do Triângulo Mineiro, com população estimada em 296.000 habitantes. O nome de baptismo, foi lhe dado em homenagem ao santo do dia de seu nascimento e substituído pelo nome paterno (Francisco Cândido Xavier) após ter psicografado seus primeiros livros, sendo oficializada em Abril de 1966 ao chegar de sua segunda viagem aos Estados Unidos da América.


Primeira infância:

Descendente de família humilde, era filho de João Cândido Xavier, modesto vendedor de bilhetes de loteria, e de Maria João de Deus, dona de casa piedosa, católica, de consciência lúcida, imbuída da mais integridade moral.
Relatos apontam que a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatros anos de idade quando ele respondeu ao pai sobre Ciências, durante uma conversa com uma senhora sobre gravidez. Chico pronunciava ver e ouvir os espíritos que conversava com ele.


Abusos da madrinha:

Com o falecimento de sua mãe, ocorrido quando Chico ainda tinha cinco anos de idade, seu pai por incapacidade de criar os nove filhos, os distribuiu entre a parentela. Nos dois anos seguintes, Chico foi criado pela senhora Rita de Cássia, sua madrinha e antiga amiga de sua mãe, que logo se mostrou ser uma pessoa cruel, o vestindo com roupas de menina e batendo diariamente. No início sob qualquer alegação, e algum tempo depois, sob a alegação que Chico tinha o diabo no corpo. Contudo, Não se contentando em somente açoitá-lo com vara de marmelo, Rita de Cássia passou a cravar-lhe garfos de cozinha no ventre, não permitindo que ele os retirasse, fato que causou sérios sofrimentos ao menino. Os únicos momentos de paz, consistiam nos diálogos com o espírito de sua mãe, com quem Chico se comunicava desde os cinco anos de idade. Chico viu-o após uma prece, junto à sombra de uma bananeira no quintal da casa. Nesses contatos, o espírito da mãe recomendou ao filho que tivesse "paciência, resignação e fé em Jesus".
A madrinha ainda criava outro filho adotivo, Moacir, que sofria de uma ferida incurável na perna. Rita de Cássia, seguindo os concelhos de uma benzedeira, o qual consistia em fazer que uma criança lamber a ferida durante três sextas-feiras em jejum, decidiu atribuir a tarefa ao pequeno Francisco, que inconformado com a imposição, conversou novamente com o espírito da mãe, e, este, lhe aconselhou a "lamber com paciência". O espírito explicou-lhe que a simpatia não era remédio, mas poderia aplacar a ira de sua madrinha, esta sim passível de colocar em risco a sua vida. Contudo, acrescentou que os espíritos se encarregariam da cura da ferida. De fato, depois de curada, Rita de Cássia melhorou o tratamento dado a Francisco.


A madrasta:

Após o segundo casamento de seu pai, a nova madrasta, Cidália Batista, exigiu a reunião dos nove filhos. Francisco tinha então sete anos de idade. O casal teve ainda mais seis filhos. Por insistência da madrasta, o menino foi matriculado na escola pública. Período que o espírito de sua mãe parou de manifestar-se. O jovem Francisco, para ajudar nas despesas da família, começou a trabalhar vendendo os legumes cultivados na horta da casa.
Tanto na escola, como na igreja ou em sua residência, suas faculdades paranormais continuaram a causar-lhe grandes problemas. Durante uma aula do 4º ano primário, Francisco afirmou ter visto um homem que lhe ditou as composições escolares. Contudo, era inevitável que ninguém lhe desse crédito. Com efeito, a própria professora não se importou com com o fato. Algum tempo depois, uma de suas redações ganhou menção honrosa num concurso estadual de composições escolares comemorativas do centenário da Independência do Brasil em 1922. Fato que levou Francisco a enfrentar o ceticismo dos colegas, que o acusaram de plágio, acusação essa que sofreu durante toda a vida. Mas, em meio a tantas turbulências desafiando seus dons, Francisco submeteu-se ao desafio de improvisar uma redação (com o auxílio de um espírito) sobre um grão de areia, tema escolhido ao acaso, o que realizou com êxito.
Uma certa vez, a madrasta pediu que Francisco se aconselhasse com o espírito de sua mãe sobre como evitar que uma vizinha continuasse a furtar hortaliças e esta lhe disse para torná-la responsável pelo cuidado da horta, conselho este, que ao ser posto em prática, levou ao fim dos furtos.
Assustado com a mediunidade do jovem filho, o seu pai cogitou em interná-lo em um hospital para doentes mentais. Contudo, o padre Scarzelli examinou-o e concluiu que a internação seria um erro, alegando que o fato da mediunidade de Francisco tratava-se apenas de "fantasias de menino". Scarzelli simplesmente aconselhou a família a restringir-lhe as leituras (tidas como motivo para as fantasias) e a colocá-lo no trabalho. Francisco, então, ingressou como operário em uma fábrica de tecidos, onde foi submetido à rigorosa disciplina do trabalho fabril, que lhe deixou sequelas para o resto da vida.
Ao terminar o curso do antigo primário em 1924, Francisco não mais voltou a estudar. Empregou-se como caixeiro de venda, ainda em horários extensos. Todavia, apesar de católico devoto e das incontáveis penitências e restrições oriundas de seu padre confessor, Francisco não parou de ter visões e nem de conversar com espíritos.


Primeiros contatos com a doutrina espírita:

Ao lado, selo comemorativo emitido pela Empresa dos Correios e Telégrafos em 1957, alusivo ao primeiro centenário da codificação do espiritismo. O selo é considerado como sendo o primeiro com motivo espírita do mundo, o qual presta homenagem ao Livro dos Espíritos, primeira obra publicada por Kardec cem anos antes. RHM: 387. Mint.
Em 1927, aos dezessete anos de idade, Francisco perdeu a madrasta Cidália, e se viu diante da insanidade de uma irmã, o qual descobriu ser causada por um processo de obsessão. Por orientação de um amigo, iniciou-se no estudo do espiritismo. Em seguida, recebeu nova mensagem de sua mãe, na qual lhe recomendou a estudar as obras do francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, cujo pseudônimo é Allan Kardec. No mês seguinte a estes fatos, ajudou a fundar o Centro Espirita Luiz Gonzaga, em um simples barracão de madeira de propriedade de um seu irmão. Não tardou, por orientação dos espíritos mentores, iniciou-se na prática da psicografia, escrevendo 17 páginas. Nos quatro anos subsequentes aperfeiçoou essa capacidade embora, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, ela somente tenha ganho maior clareza em finais de 1931. Assim, pela sua mediunidade começaram a manifestar-se diversos poetas falecidos, este contudo, somente identificados a partir do ano de 1931. Em 1928 começou a publicar as suas primeiras mensagens psicografadas nos periódicos O Jornal, do Rio de Janeiro, e Almanaque de Notícias, de Portugal.


Primeiras obras:

Em 1931, na cidade de Pedro Leopoldo, Francisco iniciou a psicografia de aperfeiçoamento da obra Parnaso de Além-Túmulo. Ano que marca a maioridade do médium, como também, é o ano em que à sombra de uma árvore, muito próximo a beira de uma represa, Francisco encontrou pela primeira vez o seu mentor espiritual Emmanuel, (souto maior, 1995:31). Neste encontro, Emmanuel informa-o sobre a sua missão de psicografar uma série de trinta livros, e explica-lhe que para isso são lhe exigidas três condições: "disciplina, disciplina e disciplina". Severo e exigente o mentor instruiu-o a manter-se fiel a Jesus e a Kardec, mesmo na eventualidade de conflito. Sob a sua orientação e influência, no ano seguinte, foi publicado a obra "Parnaso de Além-Túmulo" pela Federação Espírita Brasileira (FEB). A obra, coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e portugueses, obteve grande repercussão junto à imprensa e à opinião pública brasileira, e causou impacto entre os literato brasileiros, cujas opiniões se dividiram entre o reconhecimento e a acusação de pastiche. O impacto aumentou ao terem o conhecimento que a obra havia sido escrita por um "modesto escriturário" de armazém do interior de Minas Gerais, que mal completara o primário. Contudo, o espírito de sua mãe aconselhou-o a ser perseverante e não responder aos críticos. Os direitos autoras das suas obras são concedidos à FEB.
Neste período inicia a sua relação com Manuel Quintão e Wantuil de Fritas. Ainda neste período Francisco descobriu ser portador de uma catarata ocular, problema que o acompanhou o resto da vida. Fato que aqui merece grande destaque, pois Francisco orientado por seu mentor espiritual Emmanuel o pelo espírito Bezerra de Menezes, foi procurar orientação e tratamento médico sem utilizar qualquer recuso mediúnicos.
Abdicado dos prazeres carnais, Francisco continua com o seu emprego de escriturário e a exercer suas funções no Centro Espírita Luís Gonzaga. Como chave para a solução dos problemas das pessoas, Chico atendia aos necessitados com receitas, conselhos e psicografando as obras do além. Paralelamente, inicia uma longa série de recusas de presentes e distinções, que também subsistirá por toda a vida, como por exemplo, a de Fred Figner, que lhe legou vultosa soma em testamento, este, por sua vez, repassada pelo médium à FEB. Com a notoriedade, prosseguem os ataques de procedências católica, de adversários que tentam desmoralizá-lo, e de inimigos espirituais, que buscam atingi-lo com fluidos negativos e tentações.


O processo da viúva de Humberto de Campos:

Durante a década de 1930, destacaram-se ainda a publicação dos romances atribuídos a Emmanuel e da polêmica obra " Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, atribuída ao espírito de Humberto de Campos, onde a história do Brasil é interpretada de forma mítica e teológica. Esta obra, trouxe como consequência uma ação judicial movida pela viúva do escritor, a qual pleiteou por essa via direitos autoras pelas obras psicografadas, caso se confirmasse a autoria do famoso escritor maranhense. A defesa do médium foi custeada pela FEB, e resultou, posteriormente, no clássico "A Psicografia Perante os Tribunais”, do advogado Miguel Timponi. Em sua sentença, o juiz decidiu que os direitos autoras referiam-se à obra reconhecida em vida do autor, não havendo condição do tribunal se pronunciar sobre a existência ou não da mediunidade. Ainda assim, para evitar possíveis futuras polêmicas, o nome do escritor falecido foi substituído pelo pseudônimo de “Irmão X".
Na ocasião, Francisco ingressou no serviço público federal, como Auxiliar de Serviço no Ministério da Agricultura. Um dado curioso, refere-se que, em toda a sua carreira como funcionário público, não há registro de qualquer falta ao trabalho.


Nosso Lar:

No ano de 1943, torna-se público uma das obras mais significativa da literatura espírita, o conhecido romance, transformado recentemente em um grandioso filme “ Nosso Lar", o mais vendido e divulgado da extensa obra do médium, e o primeiro de uma série de livros cuja autoria é atribuída ao maravilhoso espírito André Luiz.
Na época, sua fama torna-se crescente, e cada vez mais pessoas o procuram em busca de curas e mensagens, transformando a pequena cidade de Pedro Leopoldo, em um centro informal de peregrinação. Tendo morrido na miséria o seu antigo patrão, José Felizardo, Chico empenha-se em arranjar-lhe um sepultamento digno, pedindo doações de casa em casa para esse fim. De acordo com o seu biógrafo Ubiratan Machado, "...até mesmo um mendigo cego doou-lhe toda a féria do dia". (Machado: 1996:53).


O caso Amauri Pena:

Em consequência de sua progressiva ascendência, no ano de 1958, o médium Chico Xavier, viu-se novamente no centro de outra polêmica, desta vez por conta das denúncias de um sobrinho, Amauri Pena, filho da irmã curada de obsessão. O sobrinho, ele mesmo médium psicógrafo, anunciou-se pela imprensa como falso médium e um imitador muito capaz, acusação que também estendeu ao tio. Chico Xavier defendeu-se, negando ter qualquer proximidade com o sobrinho. Já com antecedentes de alcoolismo e remorsos pelos danos causados à reputação do tio, Amauri foi internado num sanatório psiquiátrico em São Paulo, onde veio algum tempo depois a falecer.


A parceria com Waldo Vieira:

No mesmo período, Chico Xavier conheceu o jovem médico e médium Waldo Vieira, em parceria com quem psicografou diversas obras em comum, até à ruptura de ambos, alguns anos depois.
Em 1959, Francisco estabelece residência na cidade mineira de Uberaba onde viveu até ao fim de seus dias psicografando, fazendo caridade, mantendo vida humilde e repassando aos necessitados o que obtinha com suas obras literárias.
A partir do ano de 1959, as inúmeras obras psicografadas, passaram a abordar temas que marcam a década de 1960, como o sexo e sexualidade, drogas, questões envolvendo os jovens, tecnologia, viagens espaciais, entre outros temas. A cidade de Uberaba, por sua vez, tornou-se centro de peregrinação informal, com caravanas a chegar diariamente, de pessoas com a esperança de manterem contato com parentes falecidos. Neste período popularizam-se os livros contendo "mensagens": cartas ditadas a familiares por espíritos de pessoas comuns. Prosseguem também as campanhas de distribuição de alimentos e roupas para os pobres da cidade de Uberaba e outras.
Com o objetivo de divulgar o espiritismo no exterior, em 22 de Maio de 1965, em companhia de Wlado Vieira, Chico Xavier viaja para Washington. Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro " Ideal Espírita”, com o título "The World of The Spirits". (O Mundo dos Espíritos).


Entrevistas ao programa de televisão Pinga-fogo:

No início da década de 1970, Chico Xavier participou de programas de televisão que alcançaram altos índices de audiência. Contudo, nesta década, já sofrendo de catarata e sérios problemas pulmonares, Chico também fora acometido de angina. Mas, mesmo assim, a obra de caridade exercida com as vendas de seus livros não fora interrompida, criando uma fundação com esse objetivo.


As décadas de 1980 e 1990:

No ano de 1981 foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, o qual infelizmente não ganhou. Contudo, sua fama já havia ampliado no exterior e suas obras traduzidas em vários idiomas e temas de seus livros adaptados para várias novelas. Entre elas, aponto a novela “A Viagem da Rede Globo.
No final da década de 1990, Chico Xavier já contava com mais de 400 títulos de livros psicografados. Estima-se que mais de 50 milhões de livros espíritas já circulavam amplamente no Brasil neste período, dos quais, 15 milhões eram atribuídos a Chico Xavier e 12 milhões a Kardec (Santos, 1997:89).
No ano de 1994 o tablóide Americano “National Examiner” publicou uma matéria em que, no título, declarava que "Fantasmas escritores fazem romancista milionário". No Brasil, a mídia ávida por fatos de grande repercussão nacional, a matéria foi divulgada com destaque pela extinta revista Manchete, com o título de "Secretário dos Fantasmas", onde o texto apontava que, segundo o tablóide "Nacional Examiner", o médium brasileiro Francisco Cândido Xavier estava milionário, por haver ganho 20 milhões de dólares como "secretário de fantasmas". A revista Manchete continuava abordando: "Segundo o jornal, ele é o primeiro a admitir que os 380 livros que lançou são de 'ghost-writers', mas 'ghosts' mesmo, em sentido literal", concluindo "Chico simplesmente transcreve as obras psicografadas de mais de 500 escritores e poetas mortos e enterrados."
Na ocasião, Chico como hábito, não se manifestou, mas a FEB, por seu então Presidente Juvanir Borges de Sousa, editora esta de boa parte das obras de Chico Xavier, enviou uma carta à revista em que informava utilizar os direitos autoras e remuneração pelas obras de Francisco Cândido Xavier, para uso exclusivo das obras de caridade mantida pela fundação, o mesmo ocorrendo com as outras editoras, ressaltando que "os direitos autoras são cedidos gratuitamente, visando tornar o livro espírita bastante acessível e contribuir, para a difusão da Doutrina Espírita."
Em 4 de Outubro deste mesmo ano, o mesmo presidente da FEB, por ocasião do primeiro Congresso Espirita Mundial, apresentou uma "moção de reconhecimento e de agradecimento ao médium Francisco Cândido Xavier", aprovada pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, em proposta apresentada pelo Presidente da Federação Espírita do Estado de Sergipe. No documento, as entidades representativas do Espiritismo no Brasil devotavam a sua gratidão e respeito ao médium "pelos intensos trabalhos por ele desenvolvidos e pela vida de exemplo, voltados ao estudo, à difusão e à prática do Espiritismo, à orientação, ao atendimento e à assistência espiritual e material aos seus semelhantes".
Com base nestas e em outras provas que gradativamente foram acumuladas ao longo de toda a sua existência, os elementos os quais dispomos, são suficientes para se tornar possível a avaliação exata de que nunca houve nada que indicasse qualquer deslize em sua reputação como médium.
A simplicidade e a moderação, sempre estiveram presente em sua vida, e nunca cedeu espaço à extravagância, ao luxo e aos excessos desenfreados. Mas, sempre esteve voltado para o sacrifício que a fé o conduzia.

Carimbo comemorativo alusivo ao segundo Congresso Espírita do estado de Sergipe datado em 03 a 05 de Novembro de 2000. O carimbo homenageia os 50 anos de fundação da F.E.E.S. e faz menção a obra Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho. Catálogo Zioni: 6990 - Aracaju (SE).


Psicografias:

Em toda sua existência, dos 451 livros psicografados e 39 publicado só depois de sua morte, Chico nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Chico comentava o que os espíritos lhe ditavam as mensagens e ele as reproduzia. Por isso, não poderia aceitar e utilizar em benefício próprio o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros.
Até hoje, suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O Clarim, Edicel, Federação Espírita Brasileira, Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita Mineira.
Mesmo não tendo ensino completo ele escreveu em torno de 6 livros por ano entre eles livros de romances, contos, filosofia, ensaios, apólogos, crônicas, poesias. É o escritor considerado com edições mais lidas na América Latina. (nota: ano de 2010).
Uma de suas mais significativas psicografias, com repercussão internacional, foi o caso da cidade de Goiânia no estado de Goiás, em que José Divino Nunes, foi  a júri popular acusado de matar seu melhor amigo, Maurício Henriques, mas foi inocentado pelo juiz que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em Outubro de 1979. Assim, o presumido espírito de "Maurício" teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.


Falecimento:

Em decorrência de parada cardiorrespiratória, em 30 de Junho de 2002 o médio veio a falecer ou segundo a doutrina, desencarnar.
Relatos de amigos e parentes próximos, afirmam que Chico teria pedido a Deus para desencarnar em um dia que nós, brasileiros, estivesse felizes e o país em festa. Por isso, ninguém estaria triste com a sua morte. Pelo sim pelo não, coincidência ou não, Chico veio a desencarnar no dia em nós comemorávamos a conquista do penta campeonato de futebol.


Homenagens:

Chico foi homenageado como o mineiro do século XX, seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek. Mais recentemente, foi iniciado a construção de um centro em sua homenagem.
Em homenagem ao centenário de Nascimento de Francisco Cândido Xavier os Correios emitiram um selo de 1º Porte Carta comercial e um cartão postal para máximo. O evento de pré-lançamento ocorreu em 19 de março de 2010 na cidade de Uberaba (MG) e o de lançamento nas cidades de Brasília (DF), Pedro Leopoldo (MG), Uberaba (MG) e São Bernado do Campo (SP).
O selo mostra Chico Xavier autografando um de seus livros, a inscrição de uma de suas autorias que expressa a essência de sua obra e como pano de fundo, detalhe de uma carta psicografada.

Selo.
RHM: 2954.
Máximo Postal. RHM: 262. CBC. Uberaba.


Filme biográfico:

Em 02 de Abril de 2010, data em que Chico completaria 100 anos, estreou em rede nacional o Filme baseado em sua biografia “As Vindas de Chico Xavier, do jornalista Marcel Souto Maior. Dirigido e produzido pelo cineasta Daniel Filho. No filme, Chico é retratado pelos atores Matheus Costas, Ângelo Antônio e Nelson Xavier, respectivamente, em três fases de sua vida: de 1918 a 1922, 1931 a 1959 e 1969 a 1975.
Quem não teve a oportunidade de assisti-lo, provavelmente conferiu a trajetória do médium mais famoso do Brasil na microssérie dirigida por Daniel Filho exibida pela Rede Globo em quatro capítulos entre os dias 25 e 28 deste mês.
A atração é uma extensão do filme com uma hora a mais de conteúdo no total do filme a qual mostra fatos reais que ocorreram ao longo de seus 92 anos de vida.
Contudo,  a onda de filmes espíritas continuará em 2011. Depois do grande sucesso de bilheteria de Bezerra de Menezes, Chico Xavier e Nosso Lar, estreia em Abril o filme As mães de Chico Xavier, uma produção que encerra as comemorações do centenário de nascimento de Chico Xavier.
No que consiste a totalidade, é impossível calcular a influência de seu legado no cenário nacional, menos ainda no internacional. Contudo, sem dúvida, é considerável, e ao lado de Kardec, fornece os ingredientes fundamentais à doutrina cristã.




Elaborado por: Lúcio Carvalho.




Bibliografia:


Censo 2010;
Revista Época 14 de Junho de 2007;
Revista Isto É 14 de Junho de 2007;
Wikipédia, a enciclopédia livre.






segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O por quê do v0o dos besouros.

Ao lado, selo de uma série contendo seis valores alusivos a insetos emitido pela Alemanha DDR em 1968. Yvert: 1109. Mint.
Há muitas Balbúrdias sobre as diferentes e estranhas coisas existentes na Natureza. A bem da verdade, algumas realmente são. Uma delas, consiste em alguém se perguntar como um estranho e bizarro besouro pode voar, se a conexão entre o comprimento do corpo, o tamanho das asas e o peso do inseto, infringe a “Leis da Aerodinâmica”.
Entretanto, várias pessoas pensam que os coleópteros (Coleoptera), ordem de insetos popularmente conhecida como besouros, movidos por força misteriosa e inteligente, ignoram o fato científico, projetam o corpo para frente e voam.

Selos alusivos a besouros emitido em 2001 pela Bielorússia. Yvert: 368/369. Mint.

Na realidade, quem convive com os animais e observa a natureza com a mente aberta, evidência que não há nada de milagroso e sobre natural no fato. Pelo contrário. Sabe que a causa de todo este mistério, consiste em se fazer duas observações bem distintas: primeiro visualizar o bichinho voando, depois, andando, elegantemente mostrando o seu colete.
O mecanismo que permite o voo dos besouros é o conjunto dos dois pares de asas que eles têm e a musculatura vigorosa. O primeiro par de asas fica em posição superior e é bastante endurecido.
Apesar de sua enorme diversidade morfológica, os besouros são facilmente reconhecidos pela sua aparência “cascuda”, principalmente por causa dos élitros, primeiro par de asas modificadas pelo endurecimento e sem função para o voo.
Situados na parte superior do animal, os élitros são bastante duros, funcionam como uma espécie de invólucro quando estão fechadas e parecem formar uma carapaça. De certa forma, formam.
Os élitros não funcionam bem como uma asa, pois devido à sua constituição rígida, não dobrável, desprovido de veias e nervuras, servem como proteção para as asas traseiras imediatamente abaixo e usadas para voar. Os élitros também possuem funções secundárias, durante o voo funciona como um para queda favorecendo o equilíbrio e de proteção das partes moles do abdome do inseto.

Série alusiva a besouros emitida em 1994
pela República Dominica. WWF.
Yvert: 1612/1615. Mint.

O segundo par de asas ficam protegidos pelos élitros. Este portanto, é um tanto diferente, pois é membranoso e sustentado por várias nervuras. É este par de asas que vemos bater e pensamos ser as únicas asas que os nossos bizarros cascudo possui, quando na realidade não é bem assim.
A musculatura responsável por fazê-los voar é bastante desenvolvida, sendo que alguns dos músculos que movem as asas se originam na coxa do inseto.
Para voar, os besouros abrem os élitros que ficam imóveis, formando um ângulo com o corpo, estendem as asas membranosas até ficarem planas e dão um impulso com as pernas.
Assim que começam o voo planado, os besouros dão início ao batimento vertical das asas membranosas, que possibilita seu deslocamento e aproveitam as correntes de ar para voarem mais alto. Mesmo não possuindo cauda, o vento é muito eficaz para os impulsionarem.

Bloco alusivo a insetos emitido em 1996
pela república do Togo.
Yvert: 301. Mint.

As cores dos élitros possui a função de mimetismo e de defesa ou alerta aos predadores, como na joaninha.
Os élitros variam em tamanho e textura. Há espécie de coleópteros que possuem os élitros pequenos, e o número de segmentos expostos serve para identificar grupos distintos. Outras deixam exposto apenas o pigídio (último segmento abdominais de alguns insetos).
Para ser chamado de élitro o par de asas anteriores modificadas deve ser enrijecida, córneo, não membranosa nem transparente. Nalguns casos os élitros estão fundidos, deixando o inseto sem a capacidade de voar.
Com efeito, diariamente estes animais nos surpreende e têm muito a nos ensinar. Quando vemos um besouro calmamente subindo em uma árvore ou sobre uma folha, obviamente, não pensamos que ele possui aerodinâmica suficiente para voar. É verdade, temos razão em concluir isto! Ele realmente não possui nessa configuração. Quando toma impulso e começa seu voo, com os élitros abertos e as asas membranosas batendo, nosso cascudo vira um bimotor.
Assim, podemos ver que os besouros possuem aerodinâmica e não existe “Leis da Aerodinâmica”, o que há, são as Leis do Movimento propostas por Isaac Newton, que pode ser aplicada a qualquer corpo em movimento, e não apenas a objetos em voo. Portanto, não há mistério sobre o voo dos besouros.









Elaborado por: Lúcio Carvalho.


Bibliografia.

Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sites filatélico.
 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Anjos.




Introdução.


Ao lado, selo emitido pelo Brasil em 18/11/1974 alusivo ao Natal. RHM: 868. Mint.
Em grego ângelus; mal'ak, em hebreu mensageiro, enviado. Dicionário Aurélia: Ser espiritual que serve de mensageiro entre Deus e os homens. No início, em grego, qualquer mensageiro poderia ser considerado anjo, “Os anjos das sete igrejas são os seus bispos” (Apocalipse 2, 1). De acordo com a tradição judaica-crista, muito divulgada no ocidente, anjos são criaturas celestiais, superiores aos seres humanos, com a função de prestarem ajuda ou porta vozes de Deus.
Os hebreus concebiam os fatos de forma concreta e não possuíam a ideia de espírito como nós a temos. Em relação aos anjos, eles possuía a crença desenvolvida sob dois caminhos:


1) Mensageiros de Deus: Os anjos em vários textos bíblicos muitas vezes aparecem identificados como o próprio Deus; como um ser diferente. De acordo com a preocupação da transcendência divina: Deus, por ser um ser distante, utiliza os anjos como intermediários. Assim, podemos compreender que os anjos são mediadores da aliança de Deus e os seres humanos.
2) A corte de javé: No Velho Testamento, vários textos apontam que o trono dos reis orientais eram rodeados de vários cortesãs com o objetivo de serví-lo. Assim, também na liturgia, javé aparece como rei rodeado de anjos para lhe servir. A prorrogativa passa para Cristo-Rei glorioso.




Selo de uma série com dois valores alusivos ao Natal
emitido pela Alemanha - Berlim.
Yvert: 1802. Mint.




O que vêm a ser os anjos e quando foram criados?



Perguntas como estas, sempre intrigaram os estudiosos sobre o assunto como também os leigos. E, por mais que procuremos respostas, não as teremos de forma concreta. O Talmude aponta que são de fogo, textos islâmicos elaborados após ao Corão, dizem que são de fogo. Nos dois casos, se conclui que são criaturas físicas.
No seguimento católico, a visão de São Tomais de Aquino (1225-1274), prevalece com mais sustentação, devido ao fato de ter sido ele o teólogo que mais devotou estudos profundos aos temas angélicos. Para ele, os anjos são criaturas espirituais as quais podem se manifestarem corporalmente, como exemplo, na tenda de Abraão e na luta travada com Jacó. Entretanto, são frutos da inteligência divina, e por isso, não possuem massa, peso, cheiro nem cor. Não têm necessidades fisiológicas, não nasceram e não morreram. Estariam assim, todos contidos na mesma ordem dos conceitos e pensamentos. Eles existem, mas não possuem uma realidade física.



Ao lado, selo emitido pelo Brasil em 04/11/1975 alusivo ao Natal. RHM: 911. Mint.
Como veremos, mesmo que São Tomais possuísse uma visão abstrata ao que vêm a ser os anjos, seguiu em suas convicções católicas e organizou uma hierarquia com nove categoria, dos serafins, mais próximos de Deus, aos anjos que estão mais próximos da terra e aos seres humanos.
Essa curiosa hierarquia, foi criada entre o século V e VI, por um autor que assinou seus tratados de angeologia como Dionízio Areopagita, nome este, de um grego que no livro de Atos dos Apóstolos, após ouvir as pregações de São Paulo, se converteu ao cristianismo.



Ao lado, selo emitido pelo Brasil em 24/03/1969 alusivo a São Gabriel, Padroeiro das Telecomunicações. RHM: 629. Mint.
Alguns teólogos de segmentos cristãs, entre eles, Clemente de Alexandria, procurou sustentar a visão de que os anjos já existiam muito antes da criação dos mundos. Entretanto, a hipótese sustentada pela Igreja católica é a de que os anjos foram criados em algum momento dos seis dias de criação.
No Corão, textos mencionam que os anjos fazem reverencias a Adão. Assim, literalmente afirmando, o texto é uma indicação de que os anjos já existiam antes da criação do homem. Mas, os textos não fazem menções quanto a existências o antecipava.
Com a explosão do romantismo no século XIX, a modernização dos anjos, movimento iniciado no renascentismo, o termo anjo passou a ser designado às mulheres com feições bela. Contudo, no movimento modernista, a temática se tornou mais rara. Durante o horror da segunda guerra, isoladamente surgem figuras angelicais arquetípicas na esquizofrenia. Nos anos de 1960, os anjos passaram a ocupar espaço nas religiões orientais e na astrologia. Nesta mesma época, eles também passaram a ser utilizados na conhecida terapia angélicas. Nos anos de 1980, além do movimento pop, foram também utilizados para se pronunciar sobre a epidemia de Aids. Na virada do século, sobre o horror do terrorismo eles surgem com o objetivo apocaliptísticos.




Iconografia.


Em sua iconografia, normalmente eles possuem asas semelhantes aos pássaros e uma áurea brilhante. De delicada beleza, simplicidade, inocência e grande virtude, muitas vezes são representados como crianças aladas. A história literária da sagrada escritura, afirma várias vezes que eles foram autores de fenomenosos e miraculosos feitos. Que uma de suas principais missões, consiste em ajudar os seres humanos a estarem mais perto do criador. Contudo, não são personagens principais, mas estão sempre presentes em vários momentos dela.




Série alusiva ao Natal emitida em 1972
pela Ilhas Christmas.
Yvert: 55/58. NN.





Máximo Postal não circulado emitido pelo Brasil em 05/11/1973 alusivo a série com cinco valores - Arte Barroca: Pintura. Carimbo de 1º dia Rio Grande do Sul com data de emissão. Selo RHM: 815. Máximo RHM: 07.




Gênesis 18, relata que três anjos ou conforme a interpretação do texto, dois anjos acompanhando o próprio Deus na incumbência de comunicar ao patriarca Abraão e a sua esposa Sara que mesmo já idosa e não mais ovulando, seria mãe e que este filho seria nada menos que o progênie da nação de Israel. No capitulo seguinte, anjos aparecem perante a Lot com o objetivo de comunicar que ele deveria sair com sua família da cidade de Sodoma pois esta seria destruída por Deus devido seus habitantes estarem corrompidos, entregues a prostituição entre outros pecados. No capítulo 22, um anjo impede Abraão de matar seu primogênito (a grade prova de fé, o sacrifício de Isaac). Assim como estas narrativas, no Velho Testamento há outras mais.
O Novo Testamento, há também, várias referências sobre os anjos, como exemplos, foi o Anjo Gabriel que anuncia à Maria que ela seria a mãe do ser que hoje é o ícone do cristianismo, anjos falam com Jesus após a sua tentação no deserto, outros o visita durante a sua agonia, foram os anjos que libertaram os apóstolos Pedro e Paulo da prisão. Contudo, não se sabe o motivo, mas somente há duas referências ao Arcanjo Miguel, uma na Epístola de Judas (1:9), outra na primeira Epístola aos Tessalonicenses (4:15), onde a “Voz de um arcanjo” será ouvida quando do retorno de Cristo.





Selo comemorativo alusivo ao Dia de São Gabriel
emitido pelo Brasil em 29/09/1971.
RHM: 709. Mint.






L’annunciazione (A Anunciação). Óleo e têmpera sobre painel, realizada cerca de 1472-1475 por Leonardo da Vinci, pertence ao acervo da Galeria degli Uffizi, localizada em Florença, na Itália. Esta pintura representa segundo a sua visão, o momento em que o anjo Gabriel anuncia a Maria que ela fora escolhida pelo Senhor para ser a mãe de Jesus. Lucas (1:26).
As figuras emblemáticas da Anunciação, cheias de pureza e graça, foram temas muito frequentes em pinturas de vários pintores no período renascentista.




Bloco comemorativo emitido pelo Brasil em 29/09/1973
alusivo a São Gabriel Padroeiro dos Correios.
RHM: 035. NN.


Foi o Anjo Gabriel que sentado sobre uma pedra do sepulcro onde Cristo foi sepultado, anunciou a Ressurreição as mulheres que veio visitar o local.



Bloco emitido pelo Brasil em 24/11/2005 alusivo ao Natal.
Adoração dos Pastores.
RHM:140. Mint.


Ao lado de todas as suas tarefas, os anjos apresentam um face familiar, íntima, devotada, como guardiões dos fieis, seres imaculados, habitantes do espaço entre o céu do espírito puro e o trivial planeta terra, poderosa fonte de inspiração, símbolo universal de pureza o qual pode até mesmo sair de seu contexto religioso original como nos filmes de animação criados para o público infantil, assumir uma forma pop em vários textos destinados ao público adolescentes, ou simplesmente, habitarem entre os seres humanos como se fosse uma criatura corpórea. Em Gênesis capitulo 32 versículos 24 à 29, um anjo até mesmo se envolve em luta corporal com Jacó.
Portadores de mensagens divinas, no Velho Testamento só no livro de Daniel, 34 dos 46 livros de origem hebraico, é que os nomes dos anjos, Miguel e Gabriel, passaram a ser sitados. Fato este, provavelmente ocorrido devido ao exílio dos judeus na Babilônia, em 585 a. C., ocasião em que a devoção popular aos anjos cresceram de forma significativa.
Entre 200 a. C. e 200 d. C., estes seres obtiveram um papel de grande importância em textos apocalípticos que não estão contidos na Bíblia, como exemplo, o livro de Enoque.
Nesta mesma ocasião, a seita judaica dos essênios, professavam o poder dos secretos nomes destes seres imaculados, seita esta, que teve seguimento na cabala de origem judaica e até nos modernos cultos New age. Contudo, todas as religiões que aceitam sua existência, lhe dão nomes que muita vezes são contraditórios, diferentes e inconsistentes, dos que são apontados na tradição judaica-cristã.




Série alusiva ao Natal emitida em 1982 pela Ilhas Christmas.
Dobraduras em papel.
Yvert: 168/170. NN.


Os anjos também são figuras muito importantes em outras tradições religiosas, tanto do passado como do presente. O nome de "anjo" é dado repetida vezes aos seres celestiais nas doutrinas espíritas, hindus, budistas, zoroastrianas e muçulmanas.
Segundo o Corão, Maomé foi revelado numa época em que o mundo vivia totalmente sobressalto, enfrentando graves problemas religiosos, políticos, sociais e econômicos. E isso se deu no ano 610 antes a. D. por intermédio do anjo Gabriel.
Para os muçulmanos, alguns anjos são maus e outros são bons.



Bloco emitido pelo Brasil em 25/05/1983 alusivo ao 5º
Centenário do Nascimento de Raphael Sanzio.
A ressurreição de Cristo.
RHM:56. Mint.


O Espiritismo faz mesões muito próxima ao judaico-cristão, ao considerarem os anjos como sendo seres perfeitos os quais atuam com porta vozes dos planos superiores. Contudo, em relação a complexa teoria da evolução do espírito, a teoria espírita afirma que os espíritos humanos nunca chegaram a anjos, como os anjos, nuca chegaram a seres humanos. Ambos, possuem evolução espiritual diferentes e individuais. Portanto, a afirmação de que uma criança que venha a morrer antes dos sete anos se torna um anjo, é puramente, folclore, mito.



Bloco emitido por Moçambique em 2001
alusivo a pintura de El Greco.
Yvert: 69. Mint.


No Cristianismo Esotérico e na Cabala, são denominados anjos os espíritos que estão em um grau de evolução superior aos seres humanos e abaixo dos arcanjos.
No Hinduísmo e no Budismo, os anjos são descritos como sendo seres auto iluminados, possuidores de diversos poderes, sendo que alguns, são dotados de corpos densos e capazes de alimentarem e de beberem.
A doutrina teosofistas, aponta a existência de inumeráveis classes de anjos, estas, com variadas funções, aspectos e atributos, desde diminutos seres microscópicos até outros com dimensões planetárias, os quais são responsáveis pela manutenção de uma infinidade de processos naturais.
Além destes, a cultura popular de diversos países do mundo, deu origem a um copioso folclore em relação aos anjos, fato que muitas vezes, se afastam das descrições elaboradas e mantidas pelos credos destas regiões.




Hierarquia.


Conhecido somente por pseudônimo, Dionísio Areopagita, teólogo do século V ou VI, foi um dos primeiros a elaborar um sistema organizado ao que concedo ao estudo dos anjos e seus escritos tiveram muita influência, mas foi precedido por outros escritores, como São Clemente, Santo Ambrósio e São Jeronimo. Durante a idade média, foram elaborados outros sistemas, alguns, baseados no do Areopagita, outros independentes, sugerindo uma hierarquia bastante diferente. Alguns autores acreditavam que apenas os anjos de classes inferiores interferiam nos assuntos humanos.




Fontes primária.


No cristianismo, a fonte primária referente ao estudo dos anjos, estão contidas na bíblia. Contudo, há sugestos ambíguas referente a construção de um sistema desenvolvidos em períodos posteriores.
Como já vimos, em vários momentos históricos, os anjos aparecem narrados na bíblia, Abraão, Isaías comenta sobre os serafins, um anjo acompanha Tobias, o próprio Cristo em vários momentos comenta sobe eles, entre este momentos podemos referir quando sofreu a tentação no deserto e no horto das oliveiras, momento este, em que um anjo o fortalecia ante da Paixão.
São Paulo, mesmo não tendo sido grande admirador dos anjos, fez menções a cinco ordens de anjos. Entretanto, em Colossenses, como em outras Epístolas, Paulo recomenda muito cuidado com o culto aos anjos e com os que dizem de visões místicas, pois tais, constituiriam desvios de conduta no caminho para Cristo. Ainda mais solene é, o fato de que os anjos podem se converter em demônios, a darem passos em falso. Como exemplo, Lúcifer.




1) Primeira Tríade:


A primeira ondem é composta pelos anjos mais próximos de Deus, que desempenham suas funções diante do pai:


a) Serafins: O nome serafim vem do hebreu saraf (שרף), e do grego, séraph, que significam "abrasar, queimar, consumir". Também foram chamados de ardentes ou de serpentes de fogo. É a ordem que hierarquicamente estão mais perto de Deus e emanam a essência divina em mais alto grau. Cercam o “trono divino”, cantando ininterruptamente, “santo, santo, santo é o Senhor... Seus privilégios consiste em estar unido a Deus de maneira mais íntima, e são descritos em Isaías como cantando perpetuamente o louvor de Deus e tendo seis asas.
Existe variadas afirmações ao que consiste a ser o chefe ou líder dos serafins. Alguns afirmam que seria Metatrofia, outros, Miguel, até mesmo, há os que levantam a questão de que seria Lúcifer, antes da queda. Contudo, a questão só é mencionada uma vez nas escrituras bíblicas.
b) Querubins: Do hebreu keruv, ou no plural keruvim, os querubins são seres misteriosos, descritos tanto no Cristianismo como em tradições mais antigas às vezes mostrando formas híbridas de homem e animal. Os povos da Mesopotâmia possuíam o nome karabu e suas variantes para denominar seres fantásticos com forma de touro alado de face humana, e a palavra significa em algumas daquelas línguas "poderoso", noutras "abençoado".
Em Gênesis, temos um Querubim com as funções de expulsar Adão e Eva do Jardim do Éden e impedir que os seres humanos possam entrar nele.
No livro de Ezequiel, encontramos a afirmação que os Querubins são seres com aspectos um tanto monstruosos, possuidores de quatro asas e quatro rostos. A narrativa prossegue descrevendo os Querubins como guardiães do trono de Deus afirmando que o ruflar de suas asas enchia todo o templo da divindade e muito semelhantes as vozes humanas; a cada um estava ligada uma roda, que se movimentavam em todas as direções sem se voltar, pois possuíam quatro faces: leão, (O leão sempre foi reconhecido como forte, feroz, majestoso, ele é o rei dos animais e essa face simboliza então sua força). touro, (o touro é reconhecido como um animal que trabalha pacientemente para seu dono. Ele é forte, podendo carregar um urso, e conhece o seu dono). águia, (como um anjo, este pássaro voa acima das tempestades, enquanto abaixo delas existem tristezas, perigos, e angústias. Um pássaro ligeiro e poderoso, elegante, incansável) e homem, Esta face fala da mente, razão, afeições, e todas as coisas que envolvem a natureza humana, isso, para alguns estudiosos, significa que eles assim como os homens possuem o livre arbítrio. E eram inteiramente cobertos de olhos, significando a sua onisciência.
Contudo, mesmo contendo asas, as imagens de querubins que Moisés colocou sobre a Arca da Aliança possuíam forma humana.
Alguns teólogos, põem os Querubins no topo da hierarquia por não reconhecerem os serafins como anjos, uma vez que a palavra hebraica para anjo é "mala" (mensageiro) e da mesma forma no grego, anjo é "ângelus" (mensageiro) e estas figuras aladas que aparecem, na Bíblia, apenas em Isaías capítulo 6, onde exaltam a Deus mas não comunicam mensagens ao profeta.




 Série emitida pelo Brasil em 01/12/1995 alusivos ao Natal.
(Anjos anunciantes).
RHM: 1981/1982.


Os textos elaborados por São Jerônimo e Santo Agostinho, interpretam o nome Querubins como anjos cheios de sabedoria e conhecimentos científicos. Contudo, só a partir da iconografia elaborada no Renascentismo eles passaram a ter uma forma de crianças rechonchudas aladas. Chamados de meninos em italiano, possuem a dádiva de conhecer e contemplar Deus, e serem receptivos ao mais alto dom da luz e da verdade, à beleza e à sabedoria divinas em sua primeira manifestação. Estão cheio do amor divino e o derramam sobre os níveis abaixo deles.
Antes da queda, Lúcifer ou Belial é descrito nas escrituras bíblicas como sendo um Querubim.
c) Tronos ou Ofanins: Do grego thronos, que significa "anciãos". Os Tronos também são chamados de erelins ou ofanins, ou algumas vezes de Sedes Dei (Trono de Deus), e são identificados com os 24 anciãos que perpetuamente se prostram diante de Deus e a Seus pés lançam suas coroas. São os símbolos da autoridade divina e da humildade, e da perfeita pureza, livre de toda contaminação.


2) Segunda Tríade.

A segunda Ordem é composta pelos Príncipes da Corte celestial.

a) Dominação ou Domínio: Do latim dominationes, são descritos como sendo os mais antigos dos anjos, entretanto por motivos desconhecidos, possuem um papel inferior aos demais já sitados acima. Estes anjos possuem a função de regular as atividades dos anjos inferiores, distribuem aos outros anjos as funções e seus mistérios, e presidem os destinos das nações. Crê-se que as Dominações possuam uma forma humana alada de beleza inefável, e são descritos portando orbes de luz e cetros indicativos de seu poder de governo. Sua liderança também é afirmada na tradução do termo grego kuriotes, que significa "senhor", aplicado a esta classe de seres.
São anjos que ajudam nas variadas emergências ou conflitos que devem ser resolvidos logo, atuando também como elementos de integração entre os mundos materiais e espirituais, embora raramente entrem em contato com os seres humanos.
b) Virtudes: Considerados como os anjos com grande missão, por serem os responsáveis pela manutenção do curso dos astros para que a ordem do universo seja preservada. Seu nome está associado ao grego dunamis, significando "poder" ou "força", e traduzido como "virtudes" em Efésios 1:21, e seus atributos são a pureza e a fortaleza. O Pseudo-Dionísio diz que eles possuem uma virilidade e poder inabaláveis, buscando sempre espelhar-se na fonte de todas as virtudes e as transmitindo aos seus inferiores.
Orientam as pessoas sobre sua missão. São encarregados de eliminar os obstáculos que se opões ao cumprimento das ordens de Deus, afastando os anjos maus que assediam as nações para desviá-las de seu fim, e mantendo assim as criaturas e a ordem da Divina providência. Eles são particularmente importantes porque têm a capacidade de transmitir grande quantidade de energia divina. Imersas na força de Deus, as Virtudes derramam bênçãos do alto, freqüentemente na forma de milagres. São sempre associados com os heróis e aqueles que lutam em nome de Deus e da verdade. São chamados quando se necessita de coragem.
Eles são os anjos de guarda que Jesus mencionou no livro de Mateus.
c) Potestades ou Potências: Também denominados de "condutores da ordem sagrada". Executam as grandes ações que tocam no governo universal. Eles são os portadores da consciência de toda a humanidade, os encarregados da sua história e de sua memória coletiva, estando relacionados com o pensamento superior-ideais, ética, religião e filosofia, além da política em seu sentido abstrato.
Também são descritos como anjos guerreiros completamente fiéis a Deus. Seus atributos de organizadores e agentes do intelecto iluminado são enfatizados pelo Pseudo-Dionísio, e acrescenta que sua autoridade é baseada no espelhamento da ordem divina e não na tirania. Eles têm a capacidade de absorver e armazenar e transmitir o poder do plano divino, donde seus nome.
Os anjos do nascimento e da morte pertencem a essa categoria. São também os guardiões dos animais.
Paulo, por não ter sido um grande admirador dos anjos, mantinha uma postura de desconfiança em relação aos Potestades.




3) Terceira Tríade.


A terceira Ordem é composta pelos anjos ministrantes, que são encarregados dos caminhos dos países e dos homens e estão mais intimamente ligados ao mundo material.


a) Principados: Do latim principatus, são os anjos incumbidos de receber as ordens das Dominações e Potestades e as transmitir aos reinos inferiores. Sua posição é representada simbolicamente pela coroa e cetro que utilizam. Normalmente associados a um determinado país ou continente, os Principados são descritos como sendo os defensores das religiões e das crenças, protegendo também a fauna e a flora. Como nome indica, eles estão sempre revestidos de uma autoridade especial: são os que presidem os reinos, as províncias, e as dioceses, e velam pelo cultivo de sementes boas no campo das ideologias, arte e ciência.
b) Arcanjos: O nome de arcanjo vem Do grego αρχάγγελος, arkangélos, que significa "anjo principal" ou "chefe", pela combinação de archō, o primeiro ou principal governante, e άγγελος, aggělǒs, que quer dizer "mensageiro". Este título é mencionado no Novo Testamento por duas vezes e a esta ordem pertencem os únicos anjos cujos nomes são conhecidos através da Bíblia: Miguel, Rafael e Gabriel. Miguel é especificamente citado como "O" arcanjo, ao passo que, embora se presuma pela tradição que Gabriel também seja um arcanjo, não há referências sólidas a respeito. Rafael descreve a si mesmo como um dos sete que estão diante do Senhor, classe de seres mencionada também no Apocalipse.
Em Enoque, livro considerado apócrifo, por não está contido na Bíblia hebraica nem na cristã, são enumerados sete arcanjos: Uriel, Ituriel, Amitiel, Baliel, Miguel, Gabriel e Rafael. Ambos com a tarefa de serem guardiãs e porta vozes de Deus.
Por possuírem caráter de mensageiros, ou intermediários, normalmente eles são apontados pelo seu papel de elo entre os Principados e os Anjos, interpretando e iluminando as ordens superiores para seus subordinados, além de inspirar misticamente as mentes e corações humanos para execução de atos de acordo com a vontade divina. Todos atuam como arautos dos desígnios divinos, tanto para os Anjos como para os homens, como foi no caso de Gabriel na Anunciação a Maria. Mitos fazem deles protetores dos bons relacionamentos, da sabedoria e dos estudos, e guerreiros contra as ações do Diabo.
Para a gnose, os arcanjos são muitos e formam uma categoria de seres com grau de consciência superior ao dos anjos. Em um passado muito remoto, eles teriam sido humanos, posteriormente atingiram um grau de consciência semelhante ao dos anjos e mais recentemente foram além, tornando-se arcanjos. Cristo seria o mais evoluído de todos os arcanjos.
c) Anjos: são considerados como a categoria hierarquicamente mais próximas do reino humano, o último grau da hierarquia angélica acima descrita, feitos de luz e fogo sua aparição é imediatamente reconhecida como de origem divina e por sua beleza.






Série emitida pelo Brasil em 10/11/1978 alusivos ao Natal.
(Anjos tocando Alaúde, Lira, Flauta).
RHM: 1071/1073. Mint.


A tradição hebraica, de onde nasceu a Bíblia, está cheia de alusões a estes seres celestiais identificados que ocasionalmente aparecem aos seres humanos trazendo ordens divinas. Eles também são citados em vários textos místicos judeus, especialmente nos ligados à tradição Merkabah. Na Bíblia são denominados de mensageiros de Deus, mensageiros do Senhor, filhos de Deus ou santos. São dotados de vários poderes supernaturais, como o de se tornarem visíveis, invisíveis, voarem, operarem milagres e consumirem sacrifícios com seu toque de fogo.


As tradições esotéricas cristãs
elaboradas na Idade Média.

Das oito ordenações, as mais aceita pelo catolicismo é a derivada do Pseudo-Dionísio e a de Tomás de Aquino. As duas dividem os anjos em nove categorias agrupados em três trindades:

1) São Clementes, em Constituições Apostólicas. Século I: Serafins, Querubins, Dominações, Tronos, Principados, Potestades, Virtudes, Anjos e Arcanjos.
2) São Jeronimo. Século IV: Serafins, Querubins, Potestades, Dominações, Tronos, Arcanjos e Anjos.
3) Pseudo-Dionísio, o Areopagita, em De Coelesti Hierarchia. Século V: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos.
4) São Gregório Magno, em Homilia. Século VII: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Principados, Potestades, Virtudes, Arcanjos e anjos.
5) Santo Isidoro de Sevilha, em Etymologiae. Século VII: Serafins, Querubins, Potestades, Principados, Virtudes, Dominações, Tronos, Arcanjos e Anjos.
6) João Damasco, em De Fide Orthodoxa. Século VIII: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potestades, Autoridades (Virtudes), Governantes (Principados), Arcanjos e Anjos.
7) São Tomás de Aquino, em Summa Theologica. (1225-1274): Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos.
8) Dante Alighieri, na Divina Comédia (1308-1321): Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Arcanjos, Principados e Anjos.




Os anjos na Astrologia.


Algumas tradições astrológicas imputam nomes para os anjos "embaixadores" dos planetas na Terra, responsáveis pela influência desses planetas na vida do homem. São eles:


1) Miguel: Reitor do Sol;
2) Gabriel: Reitor da Lua;
3) Rafael: Reitor de Mercúrio;
4) Uriel/Anael: Reitor de Vênus;
5) Samuel/Camael: Reitor de Marte;
6) Zacariel/Sadkiel: Reitor de Júpiter;
7) Orifiel/Cassiel: Reitor de Saturno.


Os anjos reitores dos planetas Urano, Netuno e os planetas-anões plutão e Éris, não são descritos devido ao fato de não serem planetas conhecido na antiguidade. Contudo, recentemente, alguns astrólogos deram o nome de Ituriel para o anjo embaixador do planeta Urano.




Os anjos em outras tradições religiosas.


Budismo e Hinduísmo.


Tanto no Budismo como no Hinduísmo os anjos ou devas são descritos de forma semelhante às outras religiões de ocidentais. O nome devas é oriundo do sânscrito div, que significa brilhar. Assim, o nome significa, seres brilhantes ou seres auto luminosos. Comentam que alguns deles podem comer e beber, como também, construir formas ilusórias para poderem se manifestar em planos de existência diferentes dos seus próprios. O Budismo estabelece uma categorização bastante completa para os seus devas, em grande parte herdada da tradição Hinduísta.




Islamismo.


A angelologia islâmica é amplamente devedora às tradições dos Zoroastrianismo, do Judaísmo e do Cristianismo primitivo, e divide os anjos em duas categorias principais, os bons, fiéis a Deus, e os maus, cujo chefe é Iblis ou Ash-Shaytan, Iblis ou privados da graça divina por terem se recusado a prestar homenagens a Adão. Por outro lado, há também na doutrina islâmica uma hierarquia. Em primeiro lugar estão os quatro Tronos de Deus, com formas de leão, touro, águia e homem. Em segundo, os querubins, e logo os quatro arcanjos: Jibril ou Jabra'il o revelador, intermediário entre Deus e os profetas e consistentemente auxiliador de Maomé; Mikal ou Mika'il, o que atende às necessidades, descrito somente uma vez no Corão e que conforme a tradição islâmica, ficou muito horrorizado com a visão do inferno quando este foi criado que jamais pôde falar de novo; Izrail, o anjo da morte, uma criatura espantosa de dimensões cósmicas, quatro mil asas e um corpo formado de tantos olhos e línguas quantas são as pessoas da Terra, que se posta com um pé no sétimo céu e outro no limite entre o paraíso e o inferno; e Israfil, o anjo do julgamento, aquele que tocará a trombeta no Juízo Final; possui um corpo de pelos e feito de inumeráveis línguas e bocas, quatro asas e uma estatura que vai desde o trono de Deus até o sétimo céu. Por fim, os demais anjos. Como uma classe à parte estão os gênios ou djins, que possuem muitas características humanas, como a capacidade de se alimentar, propagar a espécie, e morrer, e cujo caráter é ambíguo.




Espiritismo.


Ao lado, selo comemorativo emitido pelo Brasil em 31/03/1969 alusivo ao Centenário de Morte de Allan Kardec ocorrido em Paris - França. O selo mostra em primeiro plano sua efigie e no plano de fundo sua tumba. RHM: 631. Mint.
Iniciada no século XIX por intermédio de Allan Kardec, a doutrina espírita tem com princípio o cristianismo. A doutrina aponta que os anjos seriam espíritos desencarnados com grande evolução espiritual os quais se comunicam com os seres humanos encarnados. Vivendo em um plano espiritual paralelo aos dos seres humanos, os anjos seriam assim portanto, aqueles que conduzem mensagens do mundo astral ou incorpóreo ao mundo material ou corpóreo. Por isso, são denominados de anjos a expressão mensageiros, o qual está contido várias vezes nos textos sagrados do judaísmo-cristão, que aponta a comunicação entre os desencarnados e os encarnados. Ainda segundo a doutrina espírita, os anjos, em sua concepção mais normalmente conhecida, são as criaturas mais perfeitas e puras, a serviço direto de Deus. Seriam os espíritos que já alcançaram a evolução espiritual passível de ser alcançada pelas criaturas. Estes, ao fazê-lo, passaram a dedicar a sua existência a fazer cumprir a vontade de Deus na Criação, por serem capazes de compreendê-la completamente. Que haja seres dotados de todas as qualidades atribuídas aos anjos, não restam dúvidas. A revelação espírita neste ponto confirma a crença de todos os povos, fazendo-nos conhecer ao mesmo tempo a origem e natureza de tais seres.
A doutrina aponta que as almas ou espíritos são criados pelo ser criador em um grau simples e ignorante, isto é, sem o conhecimentos do que venha a ser o bem e o mal, pois tais, são concepções humana. Porém, pelo processo de evolução espiritual, em igualdade, estão todos aptos a adquirir o que lhes faltam. Em virtude do livre-arbítrio e na razão direta dos seus esforços; todos têm os mesmos degraus a franquear, o mesmo trabalho a concluir. Deus não aquinhoa melhor a uns do que a outros, porquanto é justo, e, visto serem todos seus filhos, não tem predileções. Em conformidade com a doutrina espírita, a todos Deus diz: “Eis a lei que deve constituir a vossa norma de conduta; ela só pode levar-vos ao fim; tudo que lhe for conforme é o bem; tudo que lhe for contrário é o mal. Tendes inteira liberdade de observar ou infringir esta lei, e assim sereis os árbitros da vossa própria sorte”. Assim, fica claro que o ser criador não criou o mal, todas as leis foram elaboradas para o bem, contudo, foi o próprio ser humano que criou esse mal, ao se afastarem das leis divina. Se por ventura os seres humanos não se divorciassem de forma significativa das leis divinas, eles jamais se desviariam do bem, isto é, do bom caminho. Contudo, a alma, qual criança, é inocente, indolente, inexata e inflexível nas primeiras fases de sua vida, portanto falível. Não lhe dá Deus a experiência, mas dá-lhe meios de adquiri-la. Assim, qualquer passo em falso na senda do mal em vida, é um atraso para a alma, que, consequentemente, sofrerá e aprenderá à sua própria custa, o que deverá evitar. Deste modo, pouco a pouco, pelo processo de evolução, o ser se desenvolve, aperfeiçoa e adianta na hierarquia espiritual até ao estado de puro Espírito. Contudo, mesmo que haja controvérsias de interpretações ao que consiste ser os anjos, como já foi abordado, eles não são, pois, as almas dos homens que chegaram ao mais alto grau de perfeição que a criatura possa comporta, fruindo em sua plenitude a prometida felicidade. Mas seres em evolução paralela que assim o alcançaram, gozando de felicidade relativa ao seu adiantamento, felicidade que consiste, não na ociosidade, mas nas funções que a Deus apraz confiar-lhes, e por cujo desempenho se sentem ditosos, tendo ainda nele um meio de progresso em sua própria evolução permanente.
Assim, podemos com clareza afirma que a doutrina espírita aponta que a humanidade não esta pura e simplesmente limitada ao planeta terra, mas em vários mundos que no Espaço circulam; onde já habitou os desaparecidos, e habitará os que forem ainda criados. Que Deus tendo criado a eternidade, plano astral, jamais cessa de cria-la. Que também antes mesmo que a terra fosse criada e por mais remota que a nossa compreensão possa supor, outros mundos já haviam sido criados pelo ser criador, pai eterno, criador dos céus e da terra e tudo que neles possa existir, nos quais, Espíritos encarnados e desencarnados, percorrem as mesmas fases, atingindo o seu fim antes mesmo que houveremos sido criados.
Em toda eternidade tem existido seres puros e impuros, mas como a existência humana se processa de forma infinita ao que concede a sua evolução espiritual, eis que podemos concluir com real clareza que ao que concede a grande lei de unidade da Criação; Deus nunca esteve inativo e sempre houve espíritos puros, evoluídos, experimentados e esclarecidos, para transmissão de suas ordens e direção do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos e novos, adquiriram suas posições por mérito próprio; todos, enfim, são filhos de sua própria obra criativa, concluindo assim, a igualdade soberana do criador.




Teosofia.


Doutrina que admite haver dois seres angélicos, e diversas classes entre eles. Contudo, ainda há pouco estudos sobre este assunto que possam sistematizar com maior clareza. As fontes mais interessantes, são os estudos elaborados por Charles Webster Leadbeater e Geoffrey Hodson.




Charles Webster Leadbeater.


Em seus apontamentos, Charles Webster Leadbeater afirma que o reino angélico por também ser da criação divina, está submetido à evolução, como também, há grandes diferenças em poder, sabedoria, amor e inteligência entre seus integrantes. Pelo mesmo motivo, o de constituírem um reino paralelo e independente, com objetivos e metas únicas. Charles conclui que os anjos não existem normalmente em função dos seres humanos e seus problemas, mas como reza a cultura popular, apesar de assistí-los de uma variedade imensa de formas, como por exemplo na ministração dos sacramentos das igrejas, na cura espiritual e corporal dos seres humanos, e na sua inspiração, encorajamento, proteção e instrução.
Em The Science of the Sacraments (A Ciência dos Sacramentos), Charles Webster Leadbeater afirma que mesmo que o reino angélico esteja em um todo comprometido em um grande número de tarefas ligadas aos seres humanos. O que há, é somente uma classe de anjos associadas aos seres humanos; a dos anjos da guarda, na realidade, diz ele, uma espécie de silfos, à qual se passa a ser presente e acompanhar este ou aquele ser humano, por ocasião de seu batismo, e que a sua tarefa ao que concede este ser humano que passará a acompanhar, será a de evoluir e alcançar individualmente o posto de serafim.




Hodson.


Este, descreve os anjos como sendo possuidores de uma atitude em relação a Deus e os dividem em quatro tipos principais, associados aos quatros elementos da natureza da filosofia antiga: terra, água, fogo e ar.
Completamente diversa da humana, os anjos não concebem uma existência personalizada individual, mas sim uma consciência única central e ao mesmo tempo difusa e onipresente, de onde suas próprias consciências derivam e à qual estão inextrincavelmente ligadas. Sentem-se presos a esta consciência e para eles não é possível, devido a esta unidade de consciência, experimentarem o ódio, medo, egoísmo, separatividade, revolta, desejo, possessividade ou amargura. Mesmo sendo seres essencialmente amorosos, o amor dos anjos é impessoal, e é, extremamente raras as associações estreitas com quaisquer indivíduos.
Hodson faz também uma associação dos anjos com a Árvore Sefirotal, oriunda da tradição Cabalística, definindo dez ordens. Afirma que um dos aspectos do Logos é de natureza angélica e acrescenta que ao reino angélico pertencem os chamados espíritos da natureza. Muitos destas classes estão envolvidos em básicos processos naturais como a formação das celular e a cristalização mineral, sendo assim, de dimensões microscópicas, constituindo os primeiros degraus da sua longa evolução em direção aos anjos planetários e formas ainda mais grandiosas como os grandes arcanjos solares, de estatura verdadeiramente colossal, a ponto de poderem ser visualizados de pontos próximos à extremidade externa do sistema solar. Outros tipos são os silfos, as salamandras, as fadas, dríades, ondinas e os variados espíritos da natureza conhecidos desde a antigüidade em várias culturas. Suas descrições dão uma clara idéia da importância destes seres na manutenção da ordem cósmica e na manifestação do universo desde sua origem insondável até as formas físicas, passando por todos os degraus intermédios. Em seu livro O Reino dos Deuses ele descreve uma série de ilustrações do aspecto dos vários tipos de anjos, diferindo radicalmente das tradicionais representações angélicas da cultura ocidental, e diz que apesar disso ambos, anjo e homem, derivam suas formas de um mesmo arquétipo.




Anjos especiais.


1) Anjo da Guarda: Entre os anjos da tradição cristã, o anjo da guarda é denominado de favashi de acordo com os adeptos do Zoroastrismo. Como o nome indica, a ele é destinado um ser humano ao nascer com o objetivo de proteção contra ao mal até ao ponto em que a ordem do criador permita, e de também fortalecer o corpo a alma e inspirando-a à pratica das boas ações.
2) O Anjo do Senhor: Na bíblia sagrada, principalmente no Velho Testamento, encontramos diversas menções ao Anjo do Senhor. A expressão produz uma determinada curiosidade por afirma não somente de mais um anjo e sim de um anjo especifico se considerarmos o artigo definido "0".
Conforme algumas interpretações teológicas, o Anjo do Senhor que fez vários contatos com personagens bíblicos, entre os quais Abraão, Hagar, Gideão, sendo aparições do próprio Deus e constituindo, portanto, uma espécie de teofania ou até mesmo cristofania. Também é conhecido como o Anjo da Presença, embora este termo possua em determinadas filosofias um significado bem específico. O Anjo da Presença, segundo o pensamento gnóstico e cristão esotérico, não é um ser com vida própria, mas sim uma forma-pensamento que representa o Cristo durante o sacramento da Eucaristia como um veículo da Sua consciência e das Suas bênçãos.
3) Lúcifer ou Satanás: Segundo várias tradições religiosas, ele teria sido um Querubim que por inveja e ciúme, se rebelou contra Deus. E, em consequência de seus feitos, sob o comando do arcanjo Miguel,  foi expulso do céu junto com os seus seguidores. Contudo, nos textos bíblicos, não há clareza e detalhes ao que consiste na atribuição do nome Lúcifer a Satanás e sobre a queda dos anjos maus. Quando eles caíram? Quais foram os seus pecados? São dúvidas que não só intrigam os cristãos e estudiósos sobre o assunto, mas a outros mais.
Tais questões foram muito discutidas no primeiro século do cristianismo e no decorrer da Idade Média, sem portanto, terem obtidos respostas plausíveis.
Já a corrente protestante afirma que Lúcifer sempre foi o Arcanjo mais leal de todos, mas, ao perder sua posição em algum momento da Crianção por se autoproclamar Deus. Por desejar ser igual a Deus, o desafiou dizendo que o homem conseguiria viver sem o Seu Criador. 1ª tentação, A queda do homem. (Única referência bíblica que temos referente ao motivo de sua queda). Por isso, para que a sua arrogância se dissipasse ou aumentasse, a ele foi dada a tarefa de receber em seu reino os piores homens e viver na escuridão, ou seja, "alheio à luz da realidade dos homens", "por trás", pois só assim cumpriria sua tarefa, se reaproximando da verdadeira luz, "a qual é negra como a noite e brilha como a refração das gotas do orvalho" .
Alguns teólogos como os dos seguimento Testemunhas de Jeová, apontam que a “única referência bíblica à Lúcifer, está relacionado a Nabucodonosor, rei da Babilônia. Mesmo que as atitudes arrogantes dos governantes babilônicos fossem até determinado ponto referenciada a Satanás, os quais, conforme textos bíblicos ansiavam ter poder e se projetavam acima de tudo, até mesmo Deus.
No Islão, Lúcifer apesar de não ser um anjo, foi o líder de todos os anjos, mas perdeu sua posição durante a Criação por ter recusado a seguir a ordem de Deus em aceitar Adão (ser humano) como um ser superior.
Conforme textos de uma seita pagã, Deus criou sete Arcanjos: Miguel, Rafael, Gabriel, Uriel, Samuel, Jofiel e Izacael. Dizia-se que Izacael era muito mais poderoso que Miguel, e quando Lúcifer caiu ele também caiu, mas não porque fosse desobediente e ganancioso como Lúcifer, mas por pura vontade, Ele caiu e tomou a forma humana, está escondido até hoje e Leviatã o procura assim como Miguel porque ambos querem convertê-lo ou para o bem ou para o mal; a intenção de Miguel é de que Izacael volte para o céu e a o ajude a prender Satã de novo quando ele sair do inferno. Já a intenção de Lúcifer é a vingança, seu desejo consiste em que Izacael destrua Miguel sem o fazer com as suas próprias mãos.
Depois que Izacael caiu, Deus criou Ezequiel, porém é o Arcanjo menos poderoso da guarnição celestial.
Há os que apontem que Lúcifer não é Satanás, que Lúcifer é o ser caído e Satanás por não ser de sua criação é um seu oposto. A confusão se faz pelo erro ocorrido quando a bíblia foi traduzida. Contudo, ao logo dos séculos, os anjos tem sido descritos e nomeados em diferentes formas. As primeiras narrativas sobre sua existência remontam aos tempos bíblicos; a descrição mais remota de um anjo reporta-se a 4000 a. C. na cidade de Ur, localizada no Oriente Médio. Contudo, seja como for, devemos concluir que eles vem a ser em um só penssamento. Eles existem e possuem a única função, a de enriquecer a nossa espiritualidade. Que ao contrário do que vulgarmente são conhecidos, eles não são homens jovens ou bebês com asas. Segundo a Bíblia, os anjos durante a anunciação de Maria foram descritos pelos pastores como adultos. Enquanto que, no túmulo de Cristo, as mulheres encontraram dois homens que as informou sobre a ressurreição de Cristo. Eles são banhados de luz, o que torna difícil olhá-los diretamente e definir suas reais características.


Elaborado por: Lúcio Carvalho.


Bibliografia:

Biblia Sagrada.
Wikipédia, a enciclopédia Livre.
Catálogo RHM.
Revista Veja - 22 de Dezembro de 2010. Páginas 151/160.