Selo
marmorizado.
Entre
os colecionismos
de selos brasileiros, os selos “marmorizados”
estão, cada dia mais, ganhando novos adeptos. Muitos filatelistas
estão tentando completar sua coleção de marmorizados, contudo,
dentre os 148 conhecidos, há alguns muito raros e escassos. Outra
grande dificuldade é que não se sabe ao certo qual é o número
existente de muitos marmorizados catalogados. Fala-se, em alguns
casos, de uma folha, mas não se sabe se toda a folha era marmorizada
ou só parte dela. Assim as dúvidas entre os colecionadores e até
entre os comerciantes são muito grandes e com isto não se tem uma
noção precisa da raridade, bem como a grande incerteza de aquilatar
o real valor de cada selo.
Para
explicar
o que é um
selo marmorizado, se
faz necessário
antes
falar sobre o Papel Porcelana ou Papel Couché.
O
Papel Couché ou Porcelana é
obtido
a
partir de um papel normal. O
papel ainda em bobina, úmido, recebe em máquina especial o banho de
substância
leitosa constituída de caolim e caseína (fixador). Após o banho, a
folha de papel sofre o tratamento de uma série de escovas, as quais
agindo num vai
vem
constante espalham uniformemente a substância.
Quando, por acaso, essas escovas deixam de trabalhar alguns
instantes, a substância
não é convenientemente espalhada e o papel sai então com aquele
aspecto que cognominaram
de “marmorizado”.
Figura 01. |
Portanto,
o papel marmorizado não se
trata de um
papel
diferente, nem de filigrana curiosa, mas tão somente de defeito de
fabricação ocasionado
pela ma aplicação do caulim. O papel fica estriado de forma
irregular que lembra o mármore. O selo produzido nesse papel
defeituoso chama-se marmorizado porque quando o olhamos pelo verso
vemos veios semelhantes ao do mármore.
O
local da bobina com papel marmorizado não é
fixo, pode ser no início, no meio ou no fim e como a bobina é
entregue à Casa da Moeda pelo fabricante, não é possível
desenrolá-la
para verificar onde o papel ficou defeituoso. Tal papel é
classificado na
fábrica
como “refugo”.
Cumpre a Casa da Moeda, após a emissão de qualquer selo impresso
neste
papel, separar as folhas que tenham coincidido na parte defeituosa,
incinerá-las e não colocá-las à venda com o restante da emissão.
Figura 02. |
Figura 03. |
Contudo,
é muito difícil para os funcionários conseguir identificar uma ou
mais folhas que se apresentam marmorizadas dentro de um pacote de
folhas. Só o olhar atento de um filatelista seria capaz de separar
as folhas que apresentam a característica de “veios
de mármore”
que identifica esse papel.
O
defeito
também
pode
aparecer em parte ou em toda a folha o que dificulta mais ainda a
identificação.
O
selo confeccionado
com o papel marmorizado
consiste em
uma variedade que pode alcançar altos pressos
no
mercado filatélico e
foi encontrado em alguns selos do Brasil entre
o ano de
1956 até
o final de 1972.
Figura 04. |
Para
que se tenha a ideia de valor que pode alcançar alguns
selos
marmorizados,
basta ver o preço
no catálogo RHM do bloco
B 13 Y alusivo aos 50
Anos do 1º vôo do mais pesado que o Ar
(Figura
01),
a
série aérea
A
80
Y/84
Y emitido
em 1956 alusiva
a Exposição filatélica – Ano Santos Dumont (Figuras
03
e 04),
ambos
trazendo
a imagem do avião 14 Bis, o
bloco O 31
Y emitido
em 1972
alusivo
aos 50 anos da semana de arte moderna (Figura
02),
e
selo
comemorativo normal C 384 Congresso
de Presidentes dos
Países Americanos
no Panamá
emitido
em 1956 o
qual
mostra
a esfinge
do ex-Presidente
brasileiro
Juscelino
Kubitschek de Oliveira e
a
variedade marmorizada
C 384 Y (Figura
05).
Figura 05. |
Não
se sabe qual foi o motivo dos
selos marmorizados terem
acabado.
Talvez
tenha sido pelo fato da tecnologia
que avançou
ou pelo Governo Militar que a
partir, de
1972 passaram a controlar os correios, até
então
sempre desempenhado
por civis.
Elaborado por Lúcio Carvalho.
Bibliografia:
Clube
Filatélico do Brasil – Os
Selos
Marmorizados
Do
Brasil.
Por
Antônio
Paulo Ribeiro.
Pequeno
Dicionário Filatélico – Portal do Selo. Por Ana Lúcia Loureiro
Sampaio.
Você
sabe o que é um selo marmorizado? Editorial – Portal do Selo. Por
Ana Lúcia Loureiro Sampaio.
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Um abraço.
Lúcio Carvalho.