Anjos.
Introdução.
Ao lado, selo emitido pelo Brasil em 18/11/1974 alusivo ao Natal. RHM: 868. Mint.
Em grego ângelus; mal'ak, em hebreu mensageiro, enviado. Dicionário Aurélia: Ser espiritual que serve de mensageiro entre Deus e os homens. No início, em grego, qualquer mensageiro poderia ser considerado anjo, “Os anjos das sete igrejas são os seus bispos” (Apocalipse 2, 1). De acordo com a tradição judaica-crista, muito divulgada no ocidente, anjos são criaturas celestiais, superiores aos seres humanos, com a função de prestarem ajuda ou porta vozes de Deus.
Os hebreus concebiam os fatos de forma concreta e não possuíam a ideia de espírito como nós a temos. Em relação aos anjos, eles possuía a crença desenvolvida sob dois caminhos:
1) Mensageiros de Deus: Os anjos em vários textos bíblicos muitas vezes aparecem identificados como o próprio Deus; como um ser diferente. De acordo com a preocupação da transcendência divina: Deus, por ser um ser distante, utiliza os anjos como intermediários. Assim, podemos compreender que os anjos são mediadores da aliança de Deus e os seres humanos.
2) A corte de javé: No Velho Testamento, vários textos apontam que o trono dos reis orientais eram rodeados de vários cortesãs com o objetivo de serví-lo. Assim, também na liturgia, javé aparece como rei rodeado de anjos para lhe servir. A prorrogativa passa para Cristo-Rei glorioso.
Selo de uma série com dois valores alusivos ao Natal
emitido pela Alemanha - Berlim.
Yvert: 1802. Mint.
O que vêm a ser os anjos e quando foram criados?
Perguntas como estas, sempre intrigaram os estudiosos sobre o assunto como também os leigos. E, por mais que procuremos respostas, não as teremos de forma concreta. O Talmude aponta que são de fogo, textos islâmicos elaborados após ao Corão, dizem que são de fogo. Nos dois casos, se conclui que são criaturas físicas.
No seguimento católico, a visão de São Tomais de Aquino (1225-1274), prevalece com mais sustentação, devido ao fato de ter sido ele o teólogo que mais devotou estudos profundos aos temas angélicos. Para ele, os anjos são criaturas espirituais as quais podem se manifestarem corporalmente, como exemplo, na tenda de Abraão e na luta travada com Jacó. Entretanto, são frutos da inteligência divina, e por isso, não possuem massa, peso, cheiro nem cor. Não têm necessidades fisiológicas, não nasceram e não morreram. Estariam assim, todos contidos na mesma ordem dos conceitos e pensamentos. Eles existem, mas não possuem uma realidade física.
Ao lado, selo emitido pelo Brasil em 04/11/1975 alusivo ao Natal. RHM: 911. Mint.
Como veremos, mesmo que São Tomais possuísse uma visão abstrata ao que vêm a ser os anjos, seguiu em suas convicções católicas e organizou uma hierarquia com nove categoria, dos serafins, mais próximos de Deus, aos anjos que estão mais próximos da terra e aos seres humanos.
Essa curiosa hierarquia, foi criada entre o século V e VI, por um autor que assinou seus tratados de angeologia como Dionízio Areopagita, nome este, de um grego que no livro de Atos dos Apóstolos, após ouvir as pregações de São Paulo, se converteu ao cristianismo.
Ao lado, selo emitido pelo Brasil em 24/03/1969 alusivo a São Gabriel, Padroeiro das Telecomunicações. RHM: 629. Mint.
Alguns teólogos de segmentos cristãs, entre eles, Clemente de Alexandria, procurou sustentar a visão de que os anjos já existiam muito antes da criação dos mundos. Entretanto, a hipótese sustentada pela Igreja católica é a de que os anjos foram criados em algum momento dos seis dias de criação.
No Corão, textos mencionam que os anjos fazem reverencias a Adão. Assim, literalmente afirmando, o texto é uma indicação de que os anjos já existiam antes da criação do homem. Mas, os textos não fazem menções quanto a existências o antecipava.
Com a explosão do romantismo no século XIX, a modernização dos anjos, movimento iniciado no renascentismo, o termo anjo passou a ser designado às mulheres com feições bela. Contudo, no movimento modernista, a temática se tornou mais rara. Durante o horror da segunda guerra, isoladamente surgem figuras angelicais arquetípicas na esquizofrenia. Nos anos de 1960, os anjos passaram a ocupar espaço nas religiões orientais e na astrologia. Nesta mesma época, eles também passaram a ser utilizados na conhecida terapia angélicas. Nos anos de 1980, além do movimento pop, foram também utilizados para se pronunciar sobre a epidemia de Aids. Na virada do século, sobre o horror do terrorismo eles surgem com o objetivo apocaliptísticos.
Iconografia.
Em sua iconografia, normalmente eles possuem asas semelhantes aos pássaros e uma áurea brilhante. De delicada beleza, simplicidade, inocência e grande virtude, muitas vezes são representados como crianças aladas. A história literária da sagrada escritura, afirma várias vezes que eles foram autores de fenomenosos e miraculosos feitos. Que uma de suas principais missões, consiste em ajudar os seres humanos a estarem mais perto do criador. Contudo, não são personagens principais, mas estão sempre presentes em vários momentos dela.
Série alusiva ao Natal emitida em 1972
pela Ilhas Christmas.
Yvert: 55/58. NN.
Máximo Postal não circulado emitido pelo Brasil em 05/11/1973 alusivo a série com cinco valores - Arte Barroca: Pintura. Carimbo de 1º dia Rio Grande do Sul com data de emissão. Selo RHM: 815. Máximo RHM: 07.
Gênesis 18, relata que três anjos ou conforme a interpretação do texto, dois anjos acompanhando o próprio Deus na incumbência de comunicar ao patriarca Abraão e a sua esposa Sara que mesmo já idosa e não mais ovulando, seria mãe e que este filho seria nada menos que o progênie da nação de Israel. No capitulo seguinte, anjos aparecem perante a Lot com o objetivo de comunicar que ele deveria sair com sua família da cidade de Sodoma pois esta seria destruída por Deus devido seus habitantes estarem corrompidos, entregues a prostituição entre outros pecados. No capítulo 22, um anjo impede Abraão de matar seu primogênito (a grade prova de fé, o sacrifício de Isaac). Assim como estas narrativas, no Velho Testamento há outras mais.
O Novo Testamento, há também, várias referências sobre os anjos, como exemplos, foi o Anjo Gabriel que anuncia à Maria que ela seria a mãe do ser que hoje é o ícone do cristianismo, anjos falam com Jesus após a sua tentação no deserto, outros o visita durante a sua agonia, foram os anjos que libertaram os apóstolos Pedro e Paulo da prisão. Contudo, não se sabe o motivo, mas somente há duas referências ao Arcanjo Miguel, uma na Epístola de Judas (1:9), outra na primeira Epístola aos Tessalonicenses (4:15), onde a “Voz de um arcanjo” será ouvida quando do retorno de Cristo.
Selo comemorativo alusivo ao Dia de São Gabriel
emitido pelo Brasil em 29/09/1971.
RHM: 709. Mint.
L’annunciazione (A Anunciação). Óleo e têmpera sobre painel, realizada cerca de 1472-1475 por Leonardo da Vinci, pertence ao acervo da Galeria degli Uffizi, localizada em Florença, na Itália. Esta pintura representa segundo a sua visão, o momento em que o anjo Gabriel anuncia a Maria que ela fora escolhida pelo Senhor para ser a mãe de Jesus. Lucas (1:26).
As figuras emblemáticas da Anunciação, cheias de pureza e graça, foram temas muito frequentes em pinturas de vários pintores no período renascentista.
Bloco comemorativo emitido pelo Brasil em 29/09/1973
alusivo a São Gabriel Padroeiro dos Correios.
RHM: 035. NN.
Foi o Anjo Gabriel que sentado sobre uma pedra do sepulcro onde Cristo foi sepultado, anunciou a Ressurreição as mulheres que veio visitar o local.
Bloco emitido pelo Brasil em 24/11/2005 alusivo ao Natal.
Adoração dos Pastores.
RHM:140. Mint.
Ao lado de todas as suas tarefas, os anjos apresentam um face familiar, íntima, devotada, como guardiões dos fieis, seres imaculados, habitantes do espaço entre o céu do espírito puro e o trivial planeta terra, poderosa fonte de inspiração, símbolo universal de pureza o qual pode até mesmo sair de seu contexto religioso original como nos filmes de animação criados para o público infantil, assumir uma forma pop em vários textos destinados ao público adolescentes, ou simplesmente, habitarem entre os seres humanos como se fosse uma criatura corpórea. Em Gênesis capitulo 32 versículos 24 à 29, um anjo até mesmo se envolve em luta corporal com Jacó.
Portadores de mensagens divinas, no Velho Testamento só no livro de Daniel, 34 dos 46 livros de origem hebraico, é que os nomes dos anjos, Miguel e Gabriel, passaram a ser sitados. Fato este, provavelmente ocorrido devido ao exílio dos judeus na Babilônia, em 585 a. C., ocasião em que a devoção popular aos anjos cresceram de forma significativa.
Entre 200 a. C. e 200 d. C., estes seres obtiveram um papel de grande importância em textos apocalípticos que não estão contidos na Bíblia, como exemplo, o livro de Enoque.
Nesta mesma ocasião, a seita judaica dos essênios, professavam o poder dos secretos nomes destes seres imaculados, seita esta, que teve seguimento na cabala de origem judaica e até nos modernos cultos New age. Contudo, todas as religiões que aceitam sua existência, lhe dão nomes que muita vezes são contraditórios, diferentes e inconsistentes, dos que são apontados na tradição judaica-cristã.
Série alusiva ao Natal emitida em 1982 pela Ilhas Christmas.
Dobraduras em papel.
Yvert: 168/170. NN.
Os anjos também são figuras muito importantes em outras tradições religiosas, tanto do passado como do presente. O nome de "anjo" é dado repetida vezes aos seres celestiais nas doutrinas espíritas, hindus, budistas, zoroastrianas e muçulmanas.
Segundo o Corão, Maomé foi revelado numa época em que o mundo vivia totalmente sobressalto, enfrentando graves problemas religiosos, políticos, sociais e econômicos. E isso se deu no ano 610 antes a. D. por intermédio do anjo Gabriel.
Para os muçulmanos, alguns anjos são maus e outros são bons.
Bloco emitido pelo Brasil em 25/05/1983 alusivo ao 5º
Centenário do Nascimento de Raphael Sanzio.
A ressurreição de Cristo.
RHM:56. Mint.
O Espiritismo faz mesões muito próxima ao judaico-cristão, ao considerarem os anjos como sendo seres perfeitos os quais atuam com porta vozes dos planos superiores. Contudo, em relação a complexa teoria da evolução do espírito, a teoria espírita afirma que os espíritos humanos nunca chegaram a anjos, como os anjos, nuca chegaram a seres humanos. Ambos, possuem evolução espiritual diferentes e individuais. Portanto, a afirmação de que uma criança que venha a morrer antes dos sete anos se torna um anjo, é puramente, folclore, mito.
Bloco emitido por Moçambique em 2001
alusivo a pintura de El Greco.
Yvert: 69. Mint.
No Cristianismo Esotérico e na Cabala, são denominados anjos os espíritos que estão em um grau de evolução superior aos seres humanos e abaixo dos arcanjos.
No Hinduísmo e no Budismo, os anjos são descritos como sendo seres auto iluminados, possuidores de diversos poderes, sendo que alguns, são dotados de corpos densos e capazes de alimentarem e de beberem.
A doutrina teosofistas, aponta a existência de inumeráveis classes de anjos, estas, com variadas funções, aspectos e atributos, desde diminutos seres microscópicos até outros com dimensões planetárias, os quais são responsáveis pela manutenção de uma infinidade de processos naturais.
Além destes, a cultura popular de diversos países do mundo, deu origem a um copioso folclore em relação aos anjos, fato que muitas vezes, se afastam das descrições elaboradas e mantidas pelos credos destas regiões.
Hierarquia.
Conhecido somente por pseudônimo, Dionísio Areopagita, teólogo do século V ou VI, foi um dos primeiros a elaborar um sistema organizado ao que concedo ao estudo dos anjos e seus escritos tiveram muita influência, mas foi precedido por outros escritores, como São Clemente, Santo Ambrósio e São Jeronimo. Durante a idade média, foram elaborados outros sistemas, alguns, baseados no do Areopagita, outros independentes, sugerindo uma hierarquia bastante diferente. Alguns autores acreditavam que apenas os anjos de classes inferiores interferiam nos assuntos humanos.
Fontes primária.
No cristianismo, a fonte primária referente ao estudo dos anjos, estão contidas na bíblia. Contudo, há sugestos ambíguas referente a construção de um sistema desenvolvidos em períodos posteriores.
Como já vimos, em vários momentos históricos, os anjos aparecem narrados na bíblia, Abraão, Isaías comenta sobre os serafins, um anjo acompanha Tobias, o próprio Cristo em vários momentos comenta sobe eles, entre este momentos podemos referir quando sofreu a tentação no deserto e no horto das oliveiras, momento este, em que um anjo o fortalecia ante da Paixão.
São Paulo, mesmo não tendo sido grande admirador dos anjos, fez menções a cinco ordens de anjos. Entretanto, em Colossenses, como em outras Epístolas, Paulo recomenda muito cuidado com o culto aos anjos e com os que dizem de visões místicas, pois tais, constituiriam desvios de conduta no caminho para Cristo. Ainda mais solene é, o fato de que os anjos podem se converter em demônios, a darem passos em falso. Como exemplo, Lúcifer.
1) Primeira Tríade:
A primeira ondem é composta pelos anjos mais próximos de Deus, que desempenham suas funções diante do pai:
a) Serafins: O nome serafim vem do hebreu saraf (שרף), e do grego, séraph, que significam "abrasar, queimar, consumir". Também foram chamados de ardentes ou de serpentes de fogo. É a ordem que hierarquicamente estão mais perto de Deus e emanam a essência divina em mais alto grau. Cercam o “trono divino”, cantando ininterruptamente, “santo, santo, santo é o Senhor... Seus privilégios consiste em estar unido a Deus de maneira mais íntima, e são descritos em Isaías como cantando perpetuamente o louvor de Deus e tendo seis asas.
Existe variadas afirmações ao que consiste a ser o chefe ou líder dos serafins. Alguns afirmam que seria Metatrofia, outros, Miguel, até mesmo, há os que levantam a questão de que seria Lúcifer, antes da queda. Contudo, a questão só é mencionada uma vez nas escrituras bíblicas.
b) Querubins: Do hebreu keruv, ou no plural keruvim, os querubins são seres misteriosos, descritos tanto no Cristianismo como em tradições mais antigas às vezes mostrando formas híbridas de homem e animal. Os povos da Mesopotâmia possuíam o nome karabu e suas variantes para denominar seres fantásticos com forma de touro alado de face humana, e a palavra significa em algumas daquelas línguas "poderoso", noutras "abençoado".
Em Gênesis, temos um Querubim com as funções de expulsar Adão e Eva do Jardim do Éden e impedir que os seres humanos possam entrar nele.
No livro de Ezequiel, encontramos a afirmação que os Querubins são seres com aspectos um tanto monstruosos, possuidores de quatro asas e quatro rostos. A narrativa prossegue descrevendo os Querubins como guardiães do trono de Deus afirmando que o ruflar de suas asas enchia todo o templo da divindade e muito semelhantes as vozes humanas; a cada um estava ligada uma roda, que se movimentavam em todas as direções sem se voltar, pois possuíam quatro faces: leão, (O leão sempre foi reconhecido como forte, feroz, majestoso, ele é o rei dos animais e essa face simboliza então sua força). touro, (o touro é reconhecido como um animal que trabalha pacientemente para seu dono. Ele é forte, podendo carregar um urso, e conhece o seu dono). águia, (como um anjo, este pássaro voa acima das tempestades, enquanto abaixo delas existem tristezas, perigos, e angústias. Um pássaro ligeiro e poderoso, elegante, incansável) e homem, Esta face fala da mente, razão, afeições, e todas as coisas que envolvem a natureza humana, isso, para alguns estudiosos, significa que eles assim como os homens possuem o livre arbítrio. E eram inteiramente cobertos de olhos, significando a sua onisciência.
Contudo, mesmo contendo asas, as imagens de querubins que Moisés colocou sobre a Arca da Aliança possuíam forma humana.
Alguns teólogos, põem os Querubins no topo da hierarquia por não reconhecerem os serafins como anjos, uma vez que a palavra hebraica para anjo é "mala" (mensageiro) e da mesma forma no grego, anjo é "ângelus" (mensageiro) e estas figuras aladas que aparecem, na Bíblia, apenas em Isaías capítulo 6, onde exaltam a Deus mas não comunicam mensagens ao profeta.
Série emitida pelo Brasil em 01/12/1995 alusivos ao Natal.
(Anjos anunciantes).
RHM: 1981/1982.
Os textos elaborados por São Jerônimo e Santo Agostinho, interpretam o nome Querubins como anjos cheios de sabedoria e conhecimentos científicos. Contudo, só a partir da iconografia elaborada no Renascentismo eles passaram a ter uma forma de crianças rechonchudas aladas. Chamados de meninos em italiano, possuem a dádiva de conhecer e contemplar Deus, e serem receptivos ao mais alto dom da luz e da verdade, à beleza e à sabedoria divinas em sua primeira manifestação. Estão cheio do amor divino e o derramam sobre os níveis abaixo deles.
Antes da queda, Lúcifer ou Belial é descrito nas escrituras bíblicas como sendo um Querubim.
c) Tronos ou Ofanins: Do grego thronos, que significa "anciãos". Os Tronos também são chamados de erelins ou ofanins, ou algumas vezes de Sedes Dei (Trono de Deus), e são identificados com os 24 anciãos que perpetuamente se prostram diante de Deus e a Seus pés lançam suas coroas. São os símbolos da autoridade divina e da humildade, e da perfeita pureza, livre de toda contaminação.
2) Segunda Tríade.
A segunda Ordem é composta pelos Príncipes da Corte celestial.
a) Dominação ou Domínio: Do latim dominationes, são descritos como sendo os mais antigos dos anjos, entretanto por motivos desconhecidos, possuem um papel inferior aos demais já sitados acima. Estes anjos possuem a função de regular as atividades dos anjos inferiores, distribuem aos outros anjos as funções e seus mistérios, e presidem os destinos das nações. Crê-se que as Dominações possuam uma forma humana alada de beleza inefável, e são descritos portando orbes de luz e cetros indicativos de seu poder de governo. Sua liderança também é afirmada na tradução do termo grego kuriotes, que significa "senhor", aplicado a esta classe de seres.
São anjos que ajudam nas variadas emergências ou conflitos que devem ser resolvidos logo, atuando também como elementos de integração entre os mundos materiais e espirituais, embora raramente entrem em contato com os seres humanos.
b) Virtudes: Considerados como os anjos com grande missão, por serem os responsáveis pela manutenção do curso dos astros para que a ordem do universo seja preservada. Seu nome está associado ao grego dunamis, significando "poder" ou "força", e traduzido como "virtudes" em Efésios 1:21, e seus atributos são a pureza e a fortaleza. O Pseudo-Dionísio diz que eles possuem uma virilidade e poder inabaláveis, buscando sempre espelhar-se na fonte de todas as virtudes e as transmitindo aos seus inferiores.
Orientam as pessoas sobre sua missão. São encarregados de eliminar os obstáculos que se opões ao cumprimento das ordens de Deus, afastando os anjos maus que assediam as nações para desviá-las de seu fim, e mantendo assim as criaturas e a ordem da Divina providência. Eles são particularmente importantes porque têm a capacidade de transmitir grande quantidade de energia divina. Imersas na força de Deus, as Virtudes derramam bênçãos do alto, freqüentemente na forma de milagres. São sempre associados com os heróis e aqueles que lutam em nome de Deus e da verdade. São chamados quando se necessita de coragem.
Eles são os anjos de guarda que Jesus mencionou no livro de Mateus.
c) Potestades ou Potências: Também denominados de "condutores da ordem sagrada". Executam as grandes ações que tocam no governo universal. Eles são os portadores da consciência de toda a humanidade, os encarregados da sua história e de sua memória coletiva, estando relacionados com o pensamento superior-ideais, ética, religião e filosofia, além da política em seu sentido abstrato.
Também são descritos como anjos guerreiros completamente fiéis a Deus. Seus atributos de organizadores e agentes do intelecto iluminado são enfatizados pelo Pseudo-Dionísio, e acrescenta que sua autoridade é baseada no espelhamento da ordem divina e não na tirania. Eles têm a capacidade de absorver e armazenar e transmitir o poder do plano divino, donde seus nome.
Os anjos do nascimento e da morte pertencem a essa categoria. São também os guardiões dos animais.
Paulo, por não ter sido um grande admirador dos anjos, mantinha uma postura de desconfiança em relação aos Potestades.
3) Terceira Tríade.
A terceira Ordem é composta pelos anjos ministrantes, que são encarregados dos caminhos dos países e dos homens e estão mais intimamente ligados ao mundo material.
a) Principados: Do latim principatus, são os anjos incumbidos de receber as ordens das Dominações e Potestades e as transmitir aos reinos inferiores. Sua posição é representada simbolicamente pela coroa e cetro que utilizam. Normalmente associados a um determinado país ou continente, os Principados são descritos como sendo os defensores das religiões e das crenças, protegendo também a fauna e a flora. Como nome indica, eles estão sempre revestidos de uma autoridade especial: são os que presidem os reinos, as províncias, e as dioceses, e velam pelo cultivo de sementes boas no campo das ideologias, arte e ciência.
b) Arcanjos: O nome de arcanjo vem Do grego αρχάγγελος, arkangélos, que significa "anjo principal" ou "chefe", pela combinação de archō, o primeiro ou principal governante, e άγγελος, aggělǒs, que quer dizer "mensageiro". Este título é mencionado no Novo Testamento por duas vezes e a esta ordem pertencem os únicos anjos cujos nomes são conhecidos através da Bíblia: Miguel, Rafael e Gabriel. Miguel é especificamente citado como "O" arcanjo, ao passo que, embora se presuma pela tradição que Gabriel também seja um arcanjo, não há referências sólidas a respeito. Rafael descreve a si mesmo como um dos sete que estão diante do Senhor, classe de seres mencionada também no Apocalipse.
Em Enoque, livro considerado apócrifo, por não está contido na Bíblia hebraica nem na cristã, são enumerados sete arcanjos: Uriel, Ituriel, Amitiel, Baliel, Miguel, Gabriel e Rafael. Ambos com a tarefa de serem guardiãs e porta vozes de Deus.
Por possuírem caráter de mensageiros, ou intermediários, normalmente eles são apontados pelo seu papel de elo entre os Principados e os Anjos, interpretando e iluminando as ordens superiores para seus subordinados, além de inspirar misticamente as mentes e corações humanos para execução de atos de acordo com a vontade divina. Todos atuam como arautos dos desígnios divinos, tanto para os Anjos como para os homens, como foi no caso de Gabriel na Anunciação a Maria. Mitos fazem deles protetores dos bons relacionamentos, da sabedoria e dos estudos, e guerreiros contra as ações do Diabo.
Para a gnose, os arcanjos são muitos e formam uma categoria de seres com grau de consciência superior ao dos anjos. Em um passado muito remoto, eles teriam sido humanos, posteriormente atingiram um grau de consciência semelhante ao dos anjos e mais recentemente foram além, tornando-se arcanjos. Cristo seria o mais evoluído de todos os arcanjos.
c) Anjos: são considerados como a categoria hierarquicamente mais próximas do reino humano, o último grau da hierarquia angélica acima descrita, feitos de luz e fogo sua aparição é imediatamente reconhecida como de origem divina e por sua beleza.
Série emitida pelo Brasil em 10/11/1978 alusivos ao Natal.
(Anjos tocando Alaúde, Lira, Flauta).
RHM: 1071/1073. Mint.
A tradição hebraica, de onde nasceu a Bíblia, está cheia de alusões a estes seres celestiais identificados que ocasionalmente aparecem aos seres humanos trazendo ordens divinas. Eles também são citados em vários textos místicos judeus, especialmente nos ligados à tradição Merkabah. Na Bíblia são denominados de mensageiros de Deus, mensageiros do Senhor, filhos de Deus ou santos. São dotados de vários poderes supernaturais, como o de se tornarem visíveis, invisíveis, voarem, operarem milagres e consumirem sacrifícios com seu toque de fogo.
As tradições esotéricas cristãs
elaboradas na Idade Média.
Das oito ordenações, as mais aceita pelo catolicismo é a derivada do Pseudo-Dionísio e a de Tomás de Aquino. As duas dividem os anjos em nove categorias agrupados em três trindades:
1) São Clementes, em Constituições Apostólicas. Século I: Serafins, Querubins, Dominações, Tronos, Principados, Potestades, Virtudes, Anjos e Arcanjos.
2) São Jeronimo. Século IV: Serafins, Querubins, Potestades, Dominações, Tronos, Arcanjos e Anjos.
3) Pseudo-Dionísio, o Areopagita, em De Coelesti Hierarchia. Século V: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos.
4) São Gregório Magno, em Homilia. Século VII: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Principados, Potestades, Virtudes, Arcanjos e anjos.
5) Santo Isidoro de Sevilha, em Etymologiae. Século VII: Serafins, Querubins, Potestades, Principados, Virtudes, Dominações, Tronos, Arcanjos e Anjos.
6) João Damasco, em De Fide Orthodoxa. Século VIII: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potestades, Autoridades (Virtudes), Governantes (Principados), Arcanjos e Anjos.
7) São Tomás de Aquino, em Summa Theologica. (1225-1274): Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos.
8) Dante Alighieri, na Divina Comédia (1308-1321): Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Arcanjos, Principados e Anjos.
Os anjos na Astrologia.
Algumas tradições astrológicas imputam nomes para os anjos "embaixadores" dos planetas na Terra, responsáveis pela influência desses planetas na vida do homem. São eles:
1) Miguel: Reitor do Sol; 2) Gabriel: Reitor da Lua;
3) Rafael: Reitor de Mercúrio;
4) Uriel/Anael: Reitor de Vênus;
5) Samuel/Camael: Reitor de Marte;
6) Zacariel/Sadkiel: Reitor de Júpiter;
7) Orifiel/Cassiel: Reitor de Saturno.
Os anjos reitores dos planetas Urano, Netuno e os planetas-anões plutão e Éris, não são descritos devido ao fato de não serem planetas conhecido na antiguidade. Contudo, recentemente, alguns astrólogos deram o nome de Ituriel para o anjo embaixador do planeta Urano.
Os anjos em outras tradições religiosas.
Budismo e Hinduísmo.
Tanto no Budismo como no Hinduísmo os anjos ou devas são descritos de forma semelhante às outras religiões de ocidentais. O nome devas é oriundo do sânscrito div, que significa brilhar. Assim, o nome significa, seres brilhantes ou seres auto luminosos. Comentam que alguns deles podem comer e beber, como também, construir formas ilusórias para poderem se manifestar em planos de existência diferentes dos seus próprios. O Budismo estabelece uma categorização bastante completa para os seus devas, em grande parte herdada da tradição Hinduísta.
Islamismo.
A angelologia islâmica é amplamente devedora às tradições dos Zoroastrianismo, do Judaísmo e do Cristianismo primitivo, e divide os anjos em duas categorias principais, os bons, fiéis a Deus, e os maus, cujo chefe é Iblis ou Ash-Shaytan, Iblis ou privados da graça divina por terem se recusado a prestar homenagens a Adão. Por outro lado, há também na doutrina islâmica uma hierarquia. Em primeiro lugar estão os quatro Tronos de Deus, com formas de leão, touro, águia e homem. Em segundo, os querubins, e logo os quatro arcanjos: Jibril ou Jabra'il o revelador, intermediário entre Deus e os profetas e consistentemente auxiliador de Maomé; Mikal ou Mika'il, o que atende às necessidades, descrito somente uma vez no Corão e que conforme a tradição islâmica, ficou muito horrorizado com a visão do inferno quando este foi criado que jamais pôde falar de novo; Izrail, o anjo da morte, uma criatura espantosa de dimensões cósmicas, quatro mil asas e um corpo formado de tantos olhos e línguas quantas são as pessoas da Terra, que se posta com um pé no sétimo céu e outro no limite entre o paraíso e o inferno; e Israfil, o anjo do julgamento, aquele que tocará a trombeta no Juízo Final; possui um corpo de pelos e feito de inumeráveis línguas e bocas, quatro asas e uma estatura que vai desde o trono de Deus até o sétimo céu. Por fim, os demais anjos. Como uma classe à parte estão os gênios ou djins, que possuem muitas características humanas, como a capacidade de se alimentar, propagar a espécie, e morrer, e cujo caráter é ambíguo.
Espiritismo.
Ao lado, selo comemorativo emitido pelo Brasil em 31/03/1969 alusivo ao Centenário de Morte de Allan Kardec ocorrido em Paris - França. O selo mostra em primeiro plano sua efigie e no plano de fundo sua tumba. RHM: 631. Mint. Iniciada no século XIX por intermédio de Allan Kardec, a doutrina espírita tem com princípio o cristianismo. A doutrina aponta que os anjos seriam espíritos desencarnados com grande evolução espiritual os quais se comunicam com os seres humanos encarnados. Vivendo em um plano espiritual paralelo aos dos seres humanos, os anjos seriam assim portanto, aqueles que conduzem mensagens do mundo astral ou incorpóreo ao mundo material ou corpóreo. Por isso, são denominados de anjos a expressão mensageiros, o qual está contido várias vezes nos textos sagrados do judaísmo-cristão, que aponta a comunicação entre os desencarnados e os encarnados. Ainda segundo a doutrina espírita, os anjos, em sua concepção mais normalmente conhecida, são as criaturas mais perfeitas e puras, a serviço direto de Deus. Seriam os espíritos que já alcançaram a evolução espiritual passível de ser alcançada pelas criaturas. Estes, ao fazê-lo, passaram a dedicar a sua existência a fazer cumprir a vontade de Deus na Criação, por serem capazes de compreendê-la completamente. Que haja seres dotados de todas as qualidades atribuídas aos anjos, não restam dúvidas. A revelação espírita neste ponto confirma a crença de todos os povos, fazendo-nos conhecer ao mesmo tempo a origem e natureza de tais seres.
A doutrina aponta que as almas ou espíritos são criados pelo ser criador em um grau simples e ignorante, isto é, sem o conhecimentos do que venha a ser o bem e o mal, pois tais, são concepções humana. Porém, pelo processo de evolução espiritual, em igualdade, estão todos aptos a adquirir o que lhes faltam. Em virtude do livre-arbítrio e na razão direta dos seus esforços; todos têm os mesmos degraus a franquear, o mesmo trabalho a concluir. Deus não aquinhoa melhor a uns do que a outros, porquanto é justo, e, visto serem todos seus filhos, não tem predileções. Em conformidade com a doutrina espírita, a todos Deus diz: “Eis a lei que deve constituir a vossa norma de conduta; ela só pode levar-vos ao fim; tudo que lhe for conforme é o bem; tudo que lhe for contrário é o mal. Tendes inteira liberdade de observar ou infringir esta lei, e assim sereis os árbitros da vossa própria sorte”. Assim, fica claro que o ser criador não criou o mal, todas as leis foram elaboradas para o bem, contudo, foi o próprio ser humano que criou esse mal, ao se afastarem das leis divina. Se por ventura os seres humanos não se divorciassem de forma significativa das leis divinas, eles jamais se desviariam do bem, isto é, do bom caminho. Contudo, a alma, qual criança, é inocente, indolente, inexata e inflexível nas primeiras fases de sua vida, portanto falível. Não lhe dá Deus a experiência, mas dá-lhe meios de adquiri-la. Assim, qualquer passo em falso na senda do mal em vida, é um atraso para a alma, que, consequentemente, sofrerá e aprenderá à sua própria custa, o que deverá evitar. Deste modo, pouco a pouco, pelo processo de evolução, o ser se desenvolve, aperfeiçoa e adianta na hierarquia espiritual até ao estado de puro Espírito. Contudo, mesmo que haja controvérsias de interpretações ao que consiste ser os anjos, como já foi abordado, eles não são, pois, as almas dos homens que chegaram ao mais alto grau de perfeição que a criatura possa comporta, fruindo em sua plenitude a prometida felicidade. Mas seres em evolução paralela que assim o alcançaram, gozando de felicidade relativa ao seu adiantamento, felicidade que consiste, não na ociosidade, mas nas funções que a Deus apraz confiar-lhes, e por cujo desempenho se sentem ditosos, tendo ainda nele um meio de progresso em sua própria evolução permanente.
Assim, podemos com clareza afirma que a doutrina espírita aponta que a humanidade não esta pura e simplesmente limitada ao planeta terra, mas em vários mundos que no Espaço circulam; onde já habitou os desaparecidos, e habitará os que forem ainda criados. Que Deus tendo criado a eternidade, plano astral, jamais cessa de cria-la. Que também antes mesmo que a terra fosse criada e por mais remota que a nossa compreensão possa supor, outros mundos já haviam sido criados pelo ser criador, pai eterno, criador dos céus e da terra e tudo que neles possa existir, nos quais, Espíritos encarnados e desencarnados, percorrem as mesmas fases, atingindo o seu fim antes mesmo que houveremos sido criados.
Em toda eternidade tem existido seres puros e impuros, mas como a existência humana se processa de forma infinita ao que concede a sua evolução espiritual, eis que podemos concluir com real clareza que ao que concede a grande lei de unidade da Criação; Deus nunca esteve inativo e sempre houve espíritos puros, evoluídos, experimentados e esclarecidos, para transmissão de suas ordens e direção do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos e novos, adquiriram suas posições por mérito próprio; todos, enfim, são filhos de sua própria obra criativa, concluindo assim, a igualdade soberana do criador.
Teosofia.
Doutrina que admite haver dois seres angélicos, e diversas classes entre eles. Contudo, ainda há pouco estudos sobre este assunto que possam sistematizar com maior clareza. As fontes mais interessantes, são os estudos elaborados por Charles Webster Leadbeater e Geoffrey Hodson.
Charles Webster Leadbeater.
Em seus apontamentos, Charles Webster Leadbeater afirma que o reino angélico por também ser da criação divina, está submetido à evolução, como também, há grandes diferenças em poder, sabedoria, amor e inteligência entre seus integrantes. Pelo mesmo motivo, o de constituírem um reino paralelo e independente, com objetivos e metas únicas. Charles conclui que os anjos não existem normalmente em função dos seres humanos e seus problemas, mas como reza a cultura popular, apesar de assistí-los de uma variedade imensa de formas, como por exemplo na ministração dos sacramentos das igrejas, na cura espiritual e corporal dos seres humanos, e na sua inspiração, encorajamento, proteção e instrução.
Em The Science of the Sacraments (A Ciência dos Sacramentos), Charles Webster Leadbeater afirma que mesmo que o reino angélico esteja em um todo comprometido em um grande número de tarefas ligadas aos seres humanos. O que há, é somente uma classe de anjos associadas aos seres humanos; a dos anjos da guarda, na realidade, diz ele, uma espécie de silfos, à qual se passa a ser presente e acompanhar este ou aquele ser humano, por ocasião de seu batismo, e que a sua tarefa ao que concede este ser humano que passará a acompanhar, será a de evoluir e alcançar individualmente o posto de serafim.
Hodson.
Este, descreve os anjos como sendo possuidores de uma atitude em relação a Deus e os dividem em quatro tipos principais, associados aos quatros elementos da natureza da filosofia antiga: terra, água, fogo e ar.
Completamente diversa da humana, os anjos não concebem uma existência personalizada individual, mas sim uma consciência única central e ao mesmo tempo difusa e onipresente, de onde suas próprias consciências derivam e à qual estão inextrincavelmente ligadas. Sentem-se presos a esta consciência e para eles não é possível, devido a esta unidade de consciência, experimentarem o ódio, medo, egoísmo, separatividade, revolta, desejo, possessividade ou amargura. Mesmo sendo seres essencialmente amorosos, o amor dos anjos é impessoal, e é, extremamente raras as associações estreitas com quaisquer indivíduos.
Hodson faz também uma associação dos anjos com a Árvore Sefirotal, oriunda da tradição Cabalística, definindo dez ordens. Afirma que um dos aspectos do Logos é de natureza angélica e acrescenta que ao reino angélico pertencem os chamados espíritos da natureza. Muitos destas classes estão envolvidos em básicos processos naturais como a formação das celular e a cristalização mineral, sendo assim, de dimensões microscópicas, constituindo os primeiros degraus da sua longa evolução em direção aos anjos planetários e formas ainda mais grandiosas como os grandes arcanjos solares, de estatura verdadeiramente colossal, a ponto de poderem ser visualizados de pontos próximos à extremidade externa do sistema solar. Outros tipos são os silfos, as salamandras, as fadas, dríades, ondinas e os variados espíritos da natureza conhecidos desde a antigüidade em várias culturas. Suas descrições dão uma clara idéia da importância destes seres na manutenção da ordem cósmica e na manifestação do universo desde sua origem insondável até as formas físicas, passando por todos os degraus intermédios. Em seu livro O Reino dos Deuses ele descreve uma série de ilustrações do aspecto dos vários tipos de anjos, diferindo radicalmente das tradicionais representações angélicas da cultura ocidental, e diz que apesar disso ambos, anjo e homem, derivam suas formas de um mesmo arquétipo.
Anjos especiais.
1) Anjo da Guarda: Entre os anjos da tradição cristã, o anjo da guarda é denominado de favashi de acordo com os adeptos do Zoroastrismo. Como o nome indica, a ele é destinado um ser humano ao nascer com o objetivo de proteção contra ao mal até ao ponto em que a ordem do criador permita, e de também fortalecer o corpo a alma e inspirando-a à pratica das boas ações.
2) O Anjo do Senhor: Na bíblia sagrada, principalmente no Velho Testamento, encontramos diversas menções ao Anjo do Senhor. A expressão produz uma determinada curiosidade por afirma não somente de mais um anjo e sim de um anjo especifico se considerarmos o artigo definido "0".
Conforme algumas interpretações teológicas, o Anjo do Senhor que fez vários contatos com personagens bíblicos, entre os quais Abraão, Hagar, Gideão, sendo aparições do próprio Deus e constituindo, portanto, uma espécie de teofania ou até mesmo cristofania. Também é conhecido como o Anjo da Presença, embora este termo possua em determinadas filosofias um significado bem específico. O Anjo da Presença, segundo o pensamento gnóstico e cristão esotérico, não é um ser com vida própria, mas sim uma forma-pensamento que representa o Cristo durante o sacramento da Eucaristia como um veículo da Sua consciência e das Suas bênçãos.
3) Lúcifer ou Satanás: Segundo várias tradições religiosas, ele teria sido um Querubim que por inveja e ciúme, se rebelou contra Deus. E, em consequência de seus feitos, sob o comando do arcanjo Miguel, foi expulso do céu junto com os seus seguidores. Contudo, nos textos bíblicos, não há clareza e detalhes ao que consiste na atribuição do nome Lúcifer a Satanás e sobre a queda dos anjos maus. Quando eles caíram? Quais foram os seus pecados? São dúvidas que não só intrigam os cristãos e estudiósos sobre o assunto, mas a outros mais.
Tais questões foram muito discutidas no primeiro século do cristianismo e no decorrer da Idade Média, sem portanto, terem obtidos respostas plausíveis.
Já a corrente protestante afirma que Lúcifer sempre foi o Arcanjo mais leal de todos, mas, ao perder sua posição em algum momento da Crianção por se autoproclamar Deus. Por desejar ser igual a Deus, o desafiou dizendo que o homem conseguiria viver sem o Seu Criador. 1ª tentação, A queda do homem. (Única referência bíblica que temos referente ao motivo de sua queda). Por isso, para que a sua arrogância se dissipasse ou aumentasse, a ele foi dada a tarefa de receber em seu reino os piores homens e viver na escuridão, ou seja, "alheio à luz da realidade dos homens", "por trás", pois só assim cumpriria sua tarefa, se reaproximando da verdadeira luz, "a qual é negra como a noite e brilha como a refração das gotas do orvalho" .
Alguns teólogos como os dos seguimento Testemunhas de Jeová, apontam que a “única referência bíblica à Lúcifer, está relacionado a Nabucodonosor, rei da Babilônia. Mesmo que as atitudes arrogantes dos governantes babilônicos fossem até determinado ponto referenciada a Satanás, os quais, conforme textos bíblicos ansiavam ter poder e se projetavam acima de tudo, até mesmo Deus.
No Islão, Lúcifer apesar de não ser um anjo, foi o líder de todos os anjos, mas perdeu sua posição durante a Criação por ter recusado a seguir a ordem de Deus em aceitar Adão (ser humano) como um ser superior.
Conforme textos de uma seita pagã, Deus criou sete Arcanjos: Miguel, Rafael, Gabriel, Uriel, Samuel, Jofiel e Izacael. Dizia-se que Izacael era muito mais poderoso que Miguel, e quando Lúcifer caiu ele também caiu, mas não porque fosse desobediente e ganancioso como Lúcifer, mas por pura vontade, Ele caiu e tomou a forma humana, está escondido até hoje e Leviatã o procura assim como Miguel porque ambos querem convertê-lo ou para o bem ou para o mal; a intenção de Miguel é de que Izacael volte para o céu e a o ajude a prender Satã de novo quando ele sair do inferno. Já a intenção de Lúcifer é a vingança, seu desejo consiste em que Izacael destrua Miguel sem o fazer com as suas próprias mãos.
Depois que Izacael caiu, Deus criou Ezequiel, porém é o Arcanjo menos poderoso da guarnição celestial.
Há os que apontem que Lúcifer não é Satanás, que Lúcifer é o ser caído e Satanás por não ser de sua criação é um seu oposto. A confusão se faz pelo erro ocorrido quando a bíblia foi traduzida. Contudo, ao logo dos séculos, os anjos tem sido descritos e nomeados em diferentes formas. As primeiras narrativas sobre sua existência remontam aos tempos bíblicos; a descrição mais remota de um anjo reporta-se a 4000 a. C. na cidade de Ur, localizada no Oriente Médio. Contudo, seja como for, devemos concluir que eles vem a ser em um só penssamento. Eles existem e possuem a única função, a de enriquecer a nossa espiritualidade. Que ao contrário do que vulgarmente são conhecidos, eles não são homens jovens ou bebês com asas. Segundo a Bíblia, os anjos durante a anunciação de Maria foram descritos pelos pastores como adultos. Enquanto que, no túmulo de Cristo, as mulheres encontraram dois homens que as informou sobre a ressurreição de Cristo. Eles são banhados de luz, o que torna difícil olhá-los diretamente e definir suas reais características.
Elaborado por: Lúcio Carvalho.
Bibliografia:
Biblia Sagrada.
Wikipédia, a enciclopédia Livre.
Catálogo RHM.
Revista Veja - 22 de Dezembro de 2010. Páginas 151/160.