Cavalhadas.
Máximo postal com selo RHM: 999. Carimbo comemorativo e de primeiro dia da Cidade de Maceió.
Histórico.
A Cavalhadas teve sua origem na dinastia carolingiana na idade medieval (século VI d. C.) há cerca de 1500 anos. Segundo fontes históricas, Carlos Magno, adepto da religião cristã, travou luta contra os sarracenos, de religião islâmica, com o objetivo de impedir a invasão do centro norte europeu (sul da França), a qual ficou conhecida como a Batalha de Carlos Magno e Os Doze Pares de França). Tais relatos, apontam que Carlos Magno ao se afastar do território francês, o deixou exposto a invasão dos sarracenos. Entretanto, ao tomar conhecimento, foi obrigado a retornar e o deixou aos cuidados do Conde de Rolando com a sua fiel guarda pessoal: os Dose Pares de França. Mas, quando ocorreu a histórica Batalha de Roncesvalles, no ano de 778 d. C. Rolando foi terrivelmente massacrado pelos sarracenos e os aldeões trovadores locais, mesmo com a derrota, saíram por toda a Europa divulgando o feito como forma de bravura e lealdade cristã, conhecida como a “ A Canção de Rolando” épico cantado em trovas.
Famosos por suas obras ou atividades, ao que concede a tecnologia, arte e cultura, no século VIII, os mouros muçulmanos da Mauritânia, invadiram a Península Ibérica, dominaram a região de Granada na Espanha, de onde somente quase 800 anos de ocupação foram expulsos.
Não há como não ressaltar o legado que esta ocupação proporcionou à região, uma vez que a cultura muçulmana de origem árabe, sem dúvidas apresentava significada superioridade a cristã dos habitantes da Península Ibérica, e que quase incalculável foi a influência de sua cultura a qual persiste até os dias atuais em toda a região.
Os Reis que resistiram ao avanço, se refugiaram ao norte da Península Ibérica e mantiveram intacta a sua cultura. É deles a iniciativa de expulsão da soberania moura na Península.
Durante séculos, aliada ao folclore, o feito de Carlos Magno foi atração nas vozes dos trovadores, e em meados do século XIII, a fim de incentivar a instituição cristã e o repúdio aos mouros, a Rainha Isabel de Portugal, esposa do Rei trovador Dom Dias, resolveu instituí-la como uma festividade aos modos de uma encenação dramática, semelhante a um jogo de xadrez.
Tradição portuguesa.
Segundo a tradição portuguesa, a realização do festejo está ligado à Festa do Divino Espírito Santo e leva em conta o calendário católico que segundo a liturgia é o dia de Pentecostes, comemorado cinquenta dias após a pascoa.
Em um grande campo de batalha, onde ao lado do sol poente, vestido de azul, cor característica do cristianismo, ficam doze cavaleiros os quais lutam com outros doze, vestidos de vermelho, cor característica dos mouros, encastelados no lado do sol nascente.
Brasil.
É provável que a tradição tenha vindo para o Brasil em meados do ano de 1756, sob a autorização da Coroa Portuguesa, pelos jesuítas com o objetivo de catequizar os escravos e gentios com a finalidade de apontar a importância ou o poder da fé cristã, e ganhou características próprias em cada região, em cada estado brasileiro onde o festejo acontece.
Série em quadras alusiva ao Folclore brasileiro.
Catálogo RHM: 999/1001.
Categoria: Comemorativos. Cavalhada. Azul, amarelo e laranja.Catálogo RHM: 999/1001.
Estado das peças: novas.
Picotagem: 11 X 11 e 11 X 11 1/2.
Tiragem: 2000000.
Impressão: Ofsset.
Valor facial: Cr$: 1,30.
Papel: Couché fosforescente gomado.
País: Brasil.
Data de emissão: 20/08/1977.
As Cavalhadas pelo Brasil.
Introduzida na cidade pelo Padre Manuel Amâncio da Luz no ano de 1826, as Cavalhadas de Pirenópolis, município de Goias, é considerada como a mais importante do país onde à festa também se inclui os personagens mascarados.
Marcada pela a saída da Folia, os preparativos do longo ritual de três dias consecutivos, se iniciam quinze dias antes, no início da Festa do Divino. No decurso de uma semana, os cavaleiros se reúnem em um local não oficial, e ensaiam as corridas que iram executar nos três dias do evento. Nestes dias, às quatros horas da manhã, a Banda de Couros, formada por um saxofonista e vários meninos empunhando tambores rústicos de couro, em cantigas melodiosas, percorrem à pé pela cidade informando a população e principalmente aos cavaleiros, que esta na hora de acordarem, arriarem os seus cavalos e irem para o ensaio. Este interessante ritual de convocação, primeiramente sai da residência do último cavaleiro na hierarquia dos dois exércitos e segue se agrupando até chegarem a dos reis.
Denominada de “O Batalhão de Carlos Magno”, a cidade mantem viva a tradição, em função do caráter social da festa e por serem em sua maioria de origem do norte de Portugal, região onde houve maior resistência aos exércitos mouros, os primeiros colonizadores desta antiga e pacata cidade mineradora. Além destes motivos, há razões para crer que as principais causas da cidade manter viva a tradição sejam pelo motivo do espetáculo e o prazer proporcionado pela montaria.
Depois de reunidos, com o rei a frente, a tropa dos dois exércitos em fila hierarquia, seguem em direção a residência de uma pessoa moradora da cidade a qual se predispôs a lhes fornecerem a “Farofa”. Neste vai e vem dos cavaleiros pela cidade, os cristãos não podem se encontrarem com os mouros, exceto no momento da Farofa e depois nos ensaios.
Na Farofa é servido café, biscoitos, refrigerantes, bebidas alcoólicas e a “Farofa propriamente dita; iguaria derivada das antigas tropas que cavalgavam pelos sertões, o qual consiste em mandioca e carne seca.
Na ocasião, é feito uma reza pelos cavaleiros, e depois, dançam em grupo a Catira, dança folclórica onde os 24 cavaleiros se enfileiram frente a frente e batem palmas e pés em ritmo cadenciado tipico, embalados por som de violas, pandeiros e canções.
Depois de agradecerem ao dono da residência, feito em forma de cantilenas, os cavaleiros seguem para o local de ensaios.
A festa.
De fato, a cavalhadas tenta mostrar a luta ocorrida entre os mouros e os cristãos. São doze cavalheiros cristãos e doze mouros, alusão aos Doze Pares de França. Convergente, no final da longa competição, vence os competidores cristãos, conduzindo os mouros ao cristianismo.
Hierarquia.
Tanto para os cristãos como para os mouros, o exército da Cavalhadas segue a mesma ordem. Dos doze cavaleiros, temos no mais alto posto o Rei, abaixo deste o embaixador, seguindo abaixo os dez cavaleiros restantes. O último cavaleiro na hierarquia, só poderá ocupar um posto superior, se houver morte ou desistência de algum outro que esteja acima. Assim também, seguindo esta mesma ordem, o embaixador só se tornará Rei, com a morte ou a desistência do Rei.
Rei cristão e cavaleiros. Cidade de Pirenópolis.
O Domingo do Divino.
No Domingo do Divino, é repetido o mesmo ritual das tropas, mas ao meio dia, sem a Banda e sem a Farofa e devidamente paramentados.
Festa do Divino Espírito Santo.
Catálogo RHM: 2197.
Categoria: Comemorativos.
Picote: 111/2 X 11.
Tiragem: 3000000
Tiragem: 3000000
Impressão: Offset.
Pápel: Couché gomado fosforescente
Estado da peça: Novo.
País emitente: Brasil.
Data de emissão: 21/05/1999.
Início das Cavalhadas.
As Cavalhadas inicia oficialmente no Domingo às 13:00 horas no campo oficialmente preparado para a festa. Rodeando, são construídos rústicos camarotes de madeira cobertos por telhados de palha destinados as pessoas que podem pagar. As demais, assistem o espetáculo em pé abaixo destes camarotes ou em pequenas arquibancadas de tábua. Em meio a população, vários vendedores ambulantes vendem variados tipos de sanduíches, refrigerantes, cervejas e churrascos em espeto. Os camarotes mais bem localizados, são destinados às autoridades civis e a Banda de Música.
Abertura.
Na abertura solene, entram no campo vários grupos folclóricos da Festa do Divino, entre tantos; o Congado, Catireiras, Pastorinhas, Dança de Fitas e os Mascarados, os quais fazem as suas apresentação. Um dos momento mais emocionante é a evocação do Divino sob a execução do Hino do Divino pela Banda de Música. Neste momento, toda a população ficam em pé com chapéus na mão e no campo, voltados para os camarotes oficiais, todos os grupos folclóricos ali presente, formam blocos à frente dos Mascarados que se sustentam em pé sob o dorso de seus cavalos.
Apresentação.
No decurso de três tardes, os cavaleiros cristãos e mouros representam, através de desafios e de carreiras, as batalhas travadas entre Carlos Magno e os sarracenos, culminando na segundo dia com a rendição, isto é, a conversão dos mouros ao cristianismo. Depois, com a presença de um padre, eles são batizados.
Cidade de Pirenópolis.
Ornamentação.
Hoje, a forma em que os cavaleiros se apresentam não é igual ao passado. Durante anos, os cavaleiros se apresentavam com vestimenta semelhantes aos oficiais de milícia, vestiam fardas militares de gala com golas douradas e utilizavam elmo em estilo romano. Hoje, devido a existência de novos tecidos sintéticos aliado a estética carnavalesca, a apresentação dos cavalheiros são igualmente mais luxuosa, utilizam elmos de metal dourado para o Rei e o embaixador mouro e prateado para os cristãos. Obedecendo a mesma regra de cor; azul para os cristãos e vermelho para os mouros, adequadamente, as vestimenta são ricamente confeccionadas com plumas, metais polidos, pedras incrustadas, fitas e tecidos vistosos. Todos os cavaleiros usam mantas bordadas, cravejadas de lantejoulas formando desenhos simbólicos das duas crenças; peixe ou pomba branca para os cristãos e lua, estrela e dragão para os mouros, as quais, as mais luxuosas são destinadas aos Reis. Uma lança contendo uma fita normalmente de veludo na ponta, uma espada e uma pistola de festim completam a ornamentação dos cavaleiros.
Assim como os cavaleiros, os cavalos também são ornamentados, as patas são pintadas, a fronte são protegidas com metais polidos, e envergando, plumas na cabeça.
Os mascarados.
Conhecidos como “Curucucus”, devido ao som que emitem, os mascarados são igualmente louvados em sua apresentação quanto os cavaleiros.
São pessoas que vestem mascaras, roupas coloridas, luvas, botas e modificam a voz para não serem identificadas. Normalmente no evento, há vários tipos de mascarados, os quais, também, enfeitam seus cavalos de acordo com criatividade pessoal. Os mais tradicionais, são os que utilizam uma máscara de cabeça de boi, seguido pelos que usam de onça, homem e mais recentemente, as de borracha figurando monstros, retirando assim, a originalidade da Festa. Contudo, o fato em si, não tira a beleza e a eforia dos Mascarados, os quais, com ironia e deboche, fazendo críticas a elite local, e às vezes, ao poder público, já no sábado, saem as ruas à galopes, divertindo a população ao mesmo tempo pedindo cerveja e cigarros. Entre eles não há regras, tudo é permitido, menos retirar a máscara.
Mascarados durante a execução do Hino do Divino. Cidade de Pirenópolis.
Ao que concede a criatividade popular, outro muito interessante é o São Caetano, denominado assim, por enfeitar o cavalo com ramas de uma espécie de fruto; Melão de São Caetano, erva trepadeira muito comum em vários estados brasileiros, utilizar também folhas de bananeiras, levar na cabeça uma máscara de homem, com um chifre reto na testa e em uma das mãos uma cesta contendo várias frutas para serem arremessadas na prateia.
Outro muito criativo e engraçado, o qual não devemos deixar de mencionar, veste-se com um macacão largo, confeccionado de tecido de colchão preenchido de capim, ficando extremamente gordo. Por fim, envolve a cabeça com um tecido preto onde em branco é pintado a face de uma caveira.
Encontrados em todas as cavalhadas do país, sua origem é desconhecida, é provável que seja puramente brasileira, introduzida na Festa com o propósito de facilitar o acesso das pessoas que não teriam condições de terem a glória dos cavaleiros.
Embora haja algumas variantes de um estado para o outro, as Cavalhadas realizadas em Pirenópolis em Goiais, Cazuzu Ferreira, distrito de São Francisco de Paula, Mostardas, Santo Antônio da Patrulha, Caçapava, no Rio Grande do Sul, Paconé no Mato Grosso e a de Guarapuava no Paraná, todas mantêm viva a tradição e tentam resgatar com brilho e criatividade a luta entre o exercito cristão de Carlos Magno e o mouro.
Elaborado por: Lúcio Carvalho.
Bibliografia.
www.brasilescola.com › Folclore
www.cavalhadasdecorumba.com.br/
www.pirenopolis.tur.br/cavalhadas
www.pirenopolis.tur.br/cavalhadas
pt.wikipedia.org/wiki/Cavalhadas
www.overmundo.com.br/guia/cavalhadas
www.portal730.com.br/.../11733-cavalhadas-de-pirenopolis-comecam-dia-23.html
www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/cavalhada.htm
www.overmundo.com.br/guia/cavalhadas
www.portal730.com.br/.../11733-cavalhadas-de-pirenopolis-comecam-dia-23.html
www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/cavalhada.htm
CARO AMIGO:
ResponderExcluirDOU-LHE OS MEUS PARABENS POR TODO O SEU TRABALHO EM PROL DA FILATELIA, E APROVEITO PARA LHE DESEJAR AS MAIORES FELICIDADES. DA MINHA PARTE, PODE CONTAR COM A MINHA COLABORAÇÃO NO ENVIO DE ARTIGOS FILATÉLICIS
UM ABRAÇO
AMÉRICO REBELO
americobenfiquista@hotmail.com
Caro senhor Lúcio Carvalho.
ResponderExcluirTenho dezesseis anos e venho em silêncio acompanhando este fantástico trabalho merecedor dos maiores elogios.
Só lhe posso dizer que siga assim, levando conhecimento ao mundo.
Henrique.
ResponderExcluirMinha íntima e especial consideração pelo elogio